Um artigo publicado pelo Salvador da Biblioteca de Babel levou a minha total concordância. Já todos sabemos que a Península Ibérica atravessa uma "seca extrema". Desde o início do ano que andamos a ouvir esta lenga-lenga através da comunicação social. Digam-nos algo que não sabemos. Grande parte de Portugal situa-se numa zona que é atingida por climas secos e quentes.
Há uns dias recebi pelo correio uma carta da Câmara Municipal de Loures que apelava à redução do consumo da água por parte dos cidadãos. No verso dessa mesma folha encontrava-se um outro pedido relativamente às florestas (coisa que comentarei em breve). Mas que direito pensa ter o Estado (o que inclui as autarquias) sobre as reservas de água e os direitos dos cidadãos em consumi-la? Já todos ouvimos a história de que a água doce vai acabar em X anos (substituir X pelo número conveniente) e já todos sabemos que a água é um bem escasso, caso contrário não seria necessário comprá-lo. Há que relembrar que a economia existe porque os bens não são infinitos.
Surgem as seguintes perguntas inevitáveis:
- Por que razão insiste o Estado em incentivar o consumo da água não liberalizando a sua distribuição?
- Por que razão existe apenas uma companhia com direito a fazer a distribuição da água e por que razão insiste ela em cobrar-me vários impostos sobre o meu consumo?
- Porque tenho que pagar pelo aluguer dos contadores eternamente sem os poder comprar? (estilo “assinatura mensal”)
- Porque insiste o Estado, por apelo aos contribuintes (e gastando o dinheiro dos NOSSOS impostos nas SUAS campanhas publicitárias), em interferir nas nossas vidas ainda mais do que já interfere?
- Quem é o Estado para mandar na quantidade de água que usamos?
- Que autoridade moral tem o Estado para pedir aos cidadãos que reduzam o seu consumo de água quando a SIC tem noticiado vários exemplos de como os responsáveis das autarquias desperdiçam volumes astronómicos de água enquanto rogam aos cidadãos para que a poupem?
(a consultar nestas 3 ligações:
Água: testemunhos
Água: testemunhos (II)
Água: testemunhos (III))
A resposta, mais uma vez, é extremamente simples. Em resumo, o Estado não permite a abertura do mercado da água (algo semelhante ao que já faz com a electricidade e com as telecomunicações). Quando existe água em abundância, o Estado impede-nos de pegar menos devido à concorrência de mercado. Quando existe seca, o Estado impede que o mercado se regule a si mesmo na busca de outras soluções, incentivando o consumo já que os preços se mantêm. Ainda assim, usa o dinheiro que entra nos seus cofres para simultaneamente estimular o consumo, desperdiçar água (como pode ser visto em muitos casos nas fotos) e apelar aos contribuintes para que reduzam o seu consumo “inaceitável”!
Seremos apenas o Salvador e eu os únicos a reparar que aqui existe um culpado evidente que não é o cidadão “egoísta” e com “falta de civismo”?
P.S. - O cidadão "egoísta" e com "falta de civismo" está a pagar pela água que consome. O Estado limita-se a explorar os recursos naturais.
Há uns dias recebi pelo correio uma carta da Câmara Municipal de Loures que apelava à redução do consumo da água por parte dos cidadãos. No verso dessa mesma folha encontrava-se um outro pedido relativamente às florestas (coisa que comentarei em breve). Mas que direito pensa ter o Estado (o que inclui as autarquias) sobre as reservas de água e os direitos dos cidadãos em consumi-la? Já todos ouvimos a história de que a água doce vai acabar em X anos (substituir X pelo número conveniente) e já todos sabemos que a água é um bem escasso, caso contrário não seria necessário comprá-lo. Há que relembrar que a economia existe porque os bens não são infinitos.
Surgem as seguintes perguntas inevitáveis:
- Por que razão insiste o Estado em incentivar o consumo da água não liberalizando a sua distribuição?
- Por que razão existe apenas uma companhia com direito a fazer a distribuição da água e por que razão insiste ela em cobrar-me vários impostos sobre o meu consumo?
- Porque tenho que pagar pelo aluguer dos contadores eternamente sem os poder comprar? (estilo “assinatura mensal”)
- Porque insiste o Estado, por apelo aos contribuintes (e gastando o dinheiro dos NOSSOS impostos nas SUAS campanhas publicitárias), em interferir nas nossas vidas ainda mais do que já interfere?
- Quem é o Estado para mandar na quantidade de água que usamos?
- Que autoridade moral tem o Estado para pedir aos cidadãos que reduzam o seu consumo de água quando a SIC tem noticiado vários exemplos de como os responsáveis das autarquias desperdiçam volumes astronómicos de água enquanto rogam aos cidadãos para que a poupem?
(a consultar nestas 3 ligações:
Água: testemunhos
Água: testemunhos (II)
Água: testemunhos (III))
A resposta, mais uma vez, é extremamente simples. Em resumo, o Estado não permite a abertura do mercado da água (algo semelhante ao que já faz com a electricidade e com as telecomunicações). Quando existe água em abundância, o Estado impede-nos de pegar menos devido à concorrência de mercado. Quando existe seca, o Estado impede que o mercado se regule a si mesmo na busca de outras soluções, incentivando o consumo já que os preços se mantêm. Ainda assim, usa o dinheiro que entra nos seus cofres para simultaneamente estimular o consumo, desperdiçar água (como pode ser visto em muitos casos nas fotos) e apelar aos contribuintes para que reduzam o seu consumo “inaceitável”!
Seremos apenas o Salvador e eu os únicos a reparar que aqui existe um culpado evidente que não é o cidadão “egoísta” e com “falta de civismo”?
P.S. - O cidadão "egoísta" e com "falta de civismo" está a pagar pela água que consome. O Estado limita-se a explorar os recursos naturais.
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