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Saturday, December 24, 2011

ex nihilo

Dilma aumenta salário mínimo para 257 euros

O novo salário mínimo deverá colocar 64 mil milhões de reais (26,4 mil milhões de euros) na economia brasileira no próximo ano, segundo cálculos da LCA Consultores, citados pelo jornal O Estado de São Paulo.

Monday, November 14, 2011

panem et circenses

Interventionism in Everything: Football Edition (Jonathan M.F. Catalán)
Marca, a Madrid-based sports newspaper, published a story on Neymar, a Brazilian football player who had been tied to Real Madrid for quite some time. The piece goes into quite a bit of detail concerning why exactly Neymar never trasferred, and why Real Madrid has lost interest in signing this prodigy (...)

It turns out that the major incentive to move to Real Madrid would have been the much higher wages the Spanish club were offering Neymar. Because Santos, the relatively poorer football club that Neymar currently plays for, could not afford to match these wages, his transfer was seen as a real possibility. The threat of his movement to Spain is not just Santos’ problem, apparently. (...) Neymar is a celebrity and an icon. (...). Thus, the maintenance of his Brazilian identity has been deemed a priority.

It is such a priority that Dilma Rousseff, current president of Brazil, personally intervened in the transfer by securing Santos a €40 million loan from the Bank of Brazil. This loan will help the Brazilian football club raise Neymar’s wages to €7.2 million per year. In terms of gross income, this is still 15% lower than Real Madrid’s offer. But, considering differences in the tax codes, it allows Santos to offer Neymar a roughly equal wage in terms of net income earned.

Sunday, September 18, 2011

a/c "indignados"

The incredible shrinking Portuguese firm (Serguey Braguinsky, Lee Branstetter, André Regateiro)
(...) There is a link between Portugal's unusually poor productivity performance and another distinctive feature of its economic landscape – a firm size distribution that has been shifting to the left for almost 30 years.

Our analysis using Portugal's matched employer-employee database demonstrates the surprising extent and persistence of this shift (Braguinsky et al 2011). It is not found in other advanced industrial economies, such as the US or Denmark. Theoretically this could be an artefact of expanding data coverage – a reflection of the shift from manufacturing to services, or a response to the efforts of Portuguese governments in the 1980s and 1990s to de-monopolise sectors. However, even generous allowances for all of these factors leaves most of the shift unexplained. To explain the residual, we need to resort to Portugal's uniquely restrictive labour-market practices and their implications for the allocation of labour across firms:
  • Even after the partial labour-market reforms of the late 1980s, it remains very difficult for enterprises to fire workers for cause or to lay off workers even in difficult economic circumstances.
  • It remains all but impossible for firms to reduce employees' nominal wages, even when the firms face very adverse circumstances.
  • Legally mandated severance payments are high, even by European standards, and Portuguese courts have been consistently characterised by a pro-worker orientation.
  • Portuguese firms are required to provide a range of services to employees. OECD rankings of member states on the basis of labour-market protections consistently placed Portugal at the very top through the mid-1990s. (...)
There are ample reasons to believe that government interventions in the labour market distort the allocation of labour across firms. (...)

As many of the labour-market regulations are waived for sufficiently small firms, the literature has often found a “bulge” at a certain firm size just where extra regulations kick in (see for example Garicano et al 2011). But there is no such bulge around one particular firm size in the firm size distribution in Portugal because there are many different size thresholds at which restrictions apply and no single one is referenced often enough to matter on its own. Instead, labour protection is observed throughout the economy and the whole firm size distribution is shifted to the left. Another dimension of labour-market distortion revolves around the increasing extent to which the Portuguese legal, tax, and administrative regime discriminates against larger enterprises. As Portuguese enterprises grow in size, they confront a steadily growing set of rules, regulations, and mandates that increasingly drive a wedge between the value of employees to the firm and the cost of employing workers while maintaining compliance with all relevant laws. (..)

By driving a wedge between the costs firms must pay for employees and their value to the firm, these protections lead firms to reduce their employment, lowering the demand for workers in the aggregate. Somewhat unexpectedly, labour protection also forces some workers out of the employed workforce and into creating their own firms. These newly created “marginal” firms are particularly unproductive as their managers and employees would be better off working for more skilled managers. In effect, these protections distort and degrade the distribution of employees across managers of different quality. Not only is the entire firm size distribution shifted to the left, but productivity in terms of national per capita output falls. (...) Our results strongly suggest that Portugal could achieve first-order productivity gains by moving to a less distorted labour market.

Sunday, September 11, 2011

Comércio local é...

...perder três dias às voltas a tentar encontrar, sem sucesso, um cabo absolutamente vulgar em quatro lojas de electrónica diferentes para, no final, o encontrar numa quinta loja onde é vendido pelo triplo do preço ao qual se poderia obter online (em dezenas de versões diferentes), mas sem a possibilidade de pagar com cartão multibanco ou, claro, a comodidade de o receber em casa sem ter de se deslocar à loja.

Saturday, August 13, 2011

Citação do dia

J'espère que dans ce moment Votre Excellence aura eu le temps de prendre une connaissance suffisante de la nouvelle constitution de la Pologne. On m'assure qu'elle est en partie calquée sur la fameuse de 1791; mais comme je n'ai pu les comparer, je n'affirme rien. Celle-ci parlait, dit-on, dans l'article 1er, de la souveraineté du peuple comme d'un point fondamental explicitement déclaré: la nouvelle ne parle pas aussi solennellement, néanmoins elle reconnaît incontestablement la souveraineté du peuple dans l'article 31, où il est dit que le peuple est représenté par le Roi. J'ai dit pourquoi cette constitution est odieuse aux Russes; je n'y reviens plus. Au reste, monsieur le comte, toutes ces constitutions, considérées en elles-mêmes et dans leur but avoué, ne sont que de vains essais; car c'est un axiome capital aussi sur qu'un axiome de mathématique, que toute nation a le gouvernement quelle mérite; ainsi, tout ce que l'on peut faire pour une nation avant de l'avoir améliorée ne signifie rien et n'a point d'effet, ou ne produit que du mal; mais si l'on considère ces constitutions comme des mesures politiques propres à calmer, à diriger, à satisfaire, à distraire, à tromper même (car souvent il le faut) l'imagination des peuples, ce sont des pièces qui peuvent mériter toute sorte de louanges.
Correspondance diplomatique (1860), Joseph de Maistre (1753-1821)

Saturday, August 06, 2011

Os estados querem agências de notação independentes?

Desde o início da crise da dívida soberana que as acusações sobre a falta de independência das agências de notação financeira têm sido um tema de discussão um pouco por toda a Europa. As elites políticas não só acusam as maiores agências (Moody's, Fitch e Standard & Poor's) de monopolizarem o mercado, como vêem nas suas decisões uma defesa dos supostos interesses financeiros americanos e chegam ao ponto de propor uma agência de notação europeia. Este grupo inclui o alegado falcão liberal que se encontra à frente das contas públicas em Portugal. Claro que, quando os políticos propõem uma agência europeia, não se referem a agências privadas (até existe pelo menos uma portuguesa e a Fitch, apesar de ter sede nos EUA, é, na verdade, subsidiária de uma empresa francesa), mas sim a uma agência criada - e, naturalmente, controlada - pela UE.

O argumento sobre a falta de independência das agências, ou seja, a possibilidade de que os agentes políticos, financeiros, etc. possam influenciar as decisões que estas tomam e os resultados das avaliações que fazem, é particularmente interessante, especialmente se analisarmos algumas das acções que têm sido tomadas em Portugal nos últimos meses, onde tanta tinta corre sobre as pressões que pairam sobre as agências e tantas indagações surgem sobre a sua transparência:

1. No início de Julho deste ano, as câmaras municipais de Lisboa, Sintra e Porto suspenderam os contratos que tinham com a Moody's. As regiões autónomas da Madeira e dos Açores seguiram o mesmo caminho. A justificação? «[A agência] aplicou a Lisboa, aos outros municípios e às regiões autónomas uma queda automática [do rating] em função da queda da República» (...) «Em vez de nos avaliarem, simplesmente aplicam-nos o efeito automático.» Num país onde as finanças locais estão dependentes praticamente por inteiro do governo central, não se entende muito bem como poderiam existir expectativas distintas.

2. Na mesma semana, a ANA, a entidade do estado português que controla todos os aeroportos civis nacionais, também decidiu cancelar o seu contrato com a Moody's «por não se rever na qualidade do serviço prestado” (...) "A Moody's fundamenta a irracionalidade da sua decisão exclusivamente pelo 'downgrade' do 'rating' da dívida pública portuguesa e aplicação da sua metodologia de atribuição de 'rating'"». Dado que se trata de uma instituição controlada pelo estado português, também é difícil de imaginar que saíssem incólumes da decisão tomada pela Moody's de descer a classificação da dívida pública para Ba2 - e já se poderão dar por gratos ao terem caído somente para Baa3, dois níveis acima de Ba2.

3. O Bloco de Esquerda tem defendido (mais do que uma vez) que se cancelem todos os contratos do estado com as agências de notação: «Os bloquistas apresentam cinco propostas para combater a especulação e defender o país das agências de notação, a começar pelo rompimento de "todos os contratos com todas as agências de notação", porque não aceitam "que o Estado submeta a dívida soberana a interesses e organizações particulares".»

Efectivamente, este género de retaliação sobre as agências não é exclusivo a Portugal. Por exemplo, ainda esta semana a polícia italiana invadiu os escritórios da Moody's e da S&P. Entre outras acusações, cita-se que «la Fiscalía investigará dos informes más emitidos por S&P, los informes difundidos el 20 y 23 de mayo, que expresaban un juicio negativo sobre la deuda pública italiana. El fiscal Capristo ha precisado que en este informe "la agencia ha cambiado su opinión sobre la deuda pública del positivo al negativo"».

É difícil negar que todas estas acções só podem influenciar de uma forma as agências. Seja através de quebras de contratos ou investigações judiciais, estes eventos criam um incentivo muito claro para que agências atribuam classificações vastamente superiores àquelas que na realidade atribuiriam na ausência de represálias. Para um país tão preocupado com a dita falta de independência das Big Three (já agora, como é que o malvado mercado de especuladores criou uma concentração de poder tão grande? Dica.), confesso que ainda não vi ninguém muito incomodado com esta questão. A razão, que também explica a proposta para uma nova agência da UE, não é muito complicada de adivinhar. Nenhum dos que critica a suposta falta de indepedência destas agências está particularmente preocupado com essa possibilidade. Na verdade, eles não pretendem que as agências sejam verdadeiramente independentes - a única coisa que os preocupa é garantir que estas digam o que eles querem ouvir.

Adenda (12 de Agosto): Bem, isto certamente não demorou muito: Government to Punish S&P for DowngradeS&P Is Facing a Bipartisan Backlash in Washington

Thursday, July 21, 2011

Wednesday, July 13, 2011

As críticas à Moody's são rigorosas e imparciais

Dívida estatal portuguesa em % do PIB (1850-2010) [Fonte]
Despesa estatal portuguesa em % do PIB (1977-2010) [Fonte]
Até porque, no passado, quando as classificações que a Moody's atribuía à dívida soberana de diversos estados europeus claramente demonstravam um excesso de optimismo* em comparação com as suas capacidades reais em cumprir as obrigações perante os investidores, toda a gente se mostrou indignada e apontou esta óbvia falta de independência e objectividade por parte desta agência.

* Por exemplo, até ao último trimestre de 2009, a notação atribuída pela Moody's à divida soberana da república portuguesa era Aa2 ("Obligations rated Aa are judged to be of high quality and are subject to very low credit risk." [pdf]). No entanto, ver o crucial ponto 1 desta entrada.

Adenda (16/07): Para além da entrada recomendada na frase anterior, vale a pena ler também estas do Bz e do Gabriel Silva.

Friday, July 01, 2011

O homem do saco III

Para terminar esta séria de entradas (I, II), pelo menos de momento, destaco mais um notável artigo publicado no i e intitulado «O programa do governo ao milímetro. Vem aí o choque liberal». Embora seja certo que o artigo foi publicado antes da divulgação das últimas medidas do governo na Assembleia da República, não deixa de ser admirável a dissonância cognitiva que transparece a certo ponto do texto (sublinhados meus):
Assim, paralelamente às medidas de austeridade financeira e económica – da penalizante antecipação do agravamento do IVA à simples mudança dos feriados – junta-se um recuo generalizado do Estado e uma maior responsabilização das pessoas. Para os portugueses isto significará uma pressão inédita no curto prazo sobre os seus orçamentos familiares, com aumento de impostos, agravamento dos preços (no supermercado, nos transportes, na saúde) e restrições nos serviços públicos.
Que radical que me saiu este choque liberal do governo mais ultraliberal de que há memória. Suponho que se à antecipação dos aumentos do IVA adicionarmos os cortes de 50% no subsídio de Natal, os aumentos efectivos de IRS, IRC, IMT, IMI e os novos impostos sobre mais-valias (e mais alguma coisa de que eu me tenha esquecido) descobrimos que o novo governo está infiltrado por perigosos anarcocapitalistas.

Adenda (12 de Agosto): Mais uma medida a adicionar ao grande choque liberal.

Thursday, June 30, 2011

«livre circulação de mercadorias»


«A livre circulação de mercadorias representa uma das liberdades do mercado único da União Europeia. Desde Janeiro de 1993, foram suprimidos os controlos relativos ao tráfego de mercadorias no mercado interno tendo, desde então, a União Europeia passado a constituir um território único, sem fronteiras.

A eliminação dos direitos aduaneiros promove as trocas comerciais intracomunitárias, que representam uma grande fatia do total das importações e exportações dos Estados-Membros.

Os artigos 28.º e 29.º do Tratado que institui a Comunidade Europeia proíbem as restrições à importação e à exportação entre Estados-Membros

Something is rotten in the state of Denmark

Marmite: Denmark says spread could be illegal
British savoury spread Marmite could be illegal in Denmark if it fails to meet safety requirements, officials say.

By law, the Danish authorities must give their approval for food fortified by vitamins or minerals before sale. Products with such additives need to be assessed for any potential dangers, the Danish Food and Veterinary Administration says.

Denmark has previously banned several popular items, including the drink Ovaltine and some breakfast cereals. A shop in Copenhagen was recently asked to remove its supplies of Marmite following a phone call from Danish authorities, the owner says.

A spokesman for the Danish Food and Veterinary Administration said: "We have no record of an application for the sale of the product, so we have neither forbidden or accepted it." The procedural checks needed before a final decision is reached could take up to six months.
Tudo o que não seja previamente aprovado pelas autoridades dinamarquesas é, na prática, ilegal e impossível de ser comercializado porque pode ser inseguro e perigoso. Quem é que terá aprovado as autoridades dinamarquesas?

Tuesday, June 21, 2011

O homem do saco II

Em adição à última entrada que publiquei, confesso que li mais alguns artigos recentes na imprensa portuguesa que me deixaram intrigado. Um deles, publicado igualmente pelo i, reza assim:
[Álvaro Santos Pereira (ASP)] é também um economista típico da direita liberal, ainda que a sua capacidade política seja uma incógnita, sobretudo no que diz respeito à forma como vai ter de fazer frente aos fortíssimos lóbis para conseguir "inverter a política incompetente que tivemos nos últimos anos", como disse recentemente numa entrevista à Etv.
Um "economista típico da direita liberal"? Seria possível ao autor do artigo mostrar o seu profundo desprezo pelo direito dos indivíduos a reter o fruto do seu trabalho de uma forma ainda mais clara? Mais curioso ainda é que, no início do artigo, surgia este parágrafo:
Álvaro Santos Pereira, que vai assumir a superpasta da Economia (que reúne Emprego, Transportes, Obras Públicas e Telecomunicações), corta a direito: menos 15 pontos percentuais nas contribuições do patronato para a Segurança Social e subida do IVA como forma de contrair o consumo interno e fomentar as exportações.
Não sei que economistas liberais é que o autor do artigo anda a ler, mas todos os que eu conheço falam da necessidade de reduzir drasticamente a despesa estatal, não de aumentar impostos. Longe de mim menosprezar o urgente problema de acertar as contas públicas, mas fazê-lo com noções de inspiração mercantilista - para tentar manter a neutralidade fiscal de reduções selectivas de impostos - dificilmente pode ser considerada a coisa mais liberal do mundo. Basílio Horta, presidente da AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), membro de um partido socialista e ex-membro de outro, também deixou a sua opinião:
"Pela primeira vez vamos ter em Portugal um governo liberal, pelo que vai ser interessante conhecer os resultados dessa experiência", disse Basílio Horta ao Dinheiro Vivo. O presidente da AICEP sublinha que nunca tinha acontecido haver ministros da Economia e das Finanças completamente alinhados com o liberalismo, como acontece com Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira.

Ressalvando que não concorda com essa visão liberal, o deputado do PS manifestou-se preocupado com os efeitos que um excessivo liberalismo poderão trazer às empresas. "O apoio do Estado aos sectores exportadores foi absolutamente crucial para que a situação da economia portuguesa não fosse ainda pior," disse.
Um governo liberal? Completamente alinhados com o liberalismo? Epá, isto é coisa séria! Continuo a pensar que há gente que não distingue o que é a investigação científica da opinião política - em especial, no caso de Vítor Gaspar (VG), parece que há muita gente que eventualmente não terá entendido bem algumas daquelas referências a Milton Friedman nos seus artigos [ex., 1, 2]. É importante relembrar que Milton Friedman, para além de ter sido um liberal de relevo, era uma autoridade académica no campo de economia monetária, o ramo em que VG precisamente se especializou, e que as suas teorias são independentes da sua opinião política, o que faz com que até um keynesiano entusiasta do projecto político europeu possa estar de acordo com os seus possíveis contributos para o avanço da ciência económica sem necessariamente partilhar quaisquer dos seus ideais políticos. É a tradicional distinção entre economia positiva e normativa.

Apesar de tudo, é notável e comovente a preocupação exibida por Basílio Horta quando explica a alegada importância dos "apoios" aos membros da associação que ele próprio representa. Como se não tivessem sido precisamente todos os "apoios" a este amigo e àquele grupo de pressão a conduzir a dívida do estado a níveis de tal forma insustentáveis que trouxeram o país à situação corrente. O antigo ministro da cultura Manuel Maria Carrilho (MMC) também não resistiu a meter a colher:
«Álvaro Santos Pereira é curioso porque é um académico, é um técnico, uma opção que também foi feita para as Finanças com Vítor Gaspar, mas é alguém sem qualquer experiência política. Temos pela primeira vez, na história da política portuguesa, na Economia, um liberal puro e duro na versão anglo-saxónica», disse, lamentando ainda que não hajam mais mulheres no novo Executivo.
"Liberal puro e duro"? Relativamente a esta afirmação de MMC e ao supracitado artigo do i, vou aproveitar a ocasião para citar uma entrada que ASP, o novo ministro da economia, publicou no seu próprio blogue em 2008:
Nas últimas décadas, assistimos a uma desregulação generalizada dos mercados (financeiros, de capitais, etc). A crise financeira actual é em parte devida aos excessos cometidos pela ausência de regulações eficazes nos mercados imobiliários e financeiros dos Estados Unidos. Por isso, certamente que nos próximos tempos veremos o retorno do Estado e da regulamentação da economia. Quase todos concordam com esta proposição. (...)

Claro que as crises acontecem. Esporadicamente, mas acontecem. Porém, o importante é assegurar que o impacto da crise seja o menor possível. E é aqui que entra o papel do Estado. Voltando à sua questão, mais e melhor regulamentação é certamente necessária. Porém, mais do que regulamentação, o importante é que o Estado proteja e auxilie aqueles que são afectados negativamente por fenómenos como a globalização ou pela recessão de uma economia, quer através de programas sociais, quer através da introdução de programas de formação profissional. A economia de mercado não é incompatível com a protecção social, como certamente veremos nos próximos tempos (que se adivinham recessivos).(...)

Eu não discordo da intervenção. Bem pelo contrário. E também acho que não havia grande alterantiva à intervenção.
Não sei exactamente o que será isso de um "liberal puro e duro", mas não me parece sequer que um liberal dissesse nada disto, muito menos um economista típico da direita liberal - ou completamente alinhado com o liberalismo como sugeria Basílio Horta. Aliás, estas afirmações são bastante indistinguíveis das de um economista anglo-saxónico médio (que, apesar ter opiniões genericamente favoráveis à liberdade de comércio, não deixa de ser um social-democrata). O grande problema de Portugal é que qualquer pessoa minimamente competente e mais sensata do que a média dos seus pares nacionais nas respectivas áreas profissionais - representando, de alguma forma, o consenso internacional nas suas áreas de investigação - está condenada a ser vista como ultraliberal num país que não conhece outra coisa que não o socialismo. Suponho que a Economist demonstrou ter um conhecimento algo apurado sobre o país quando decidiu escolher a seguinte citação de Sarsfield Cabral para terminar o seu mais recente artigo sobre a situação nacional:
But some economists question how much the new government can change the political culture that has dominated Portugal for the past 30 years. “In economic terms, Portugal is the least liberal country imaginable,” says Francisco Sarsfield Cabral, an economic analyst. “The economy has depended on a paternalistic state throughout most of our history, previous PSD governments included.”
Indeed.

Sunday, June 19, 2011

O homem do saco

Finanças. Vítor Gaspar é um bom investigador mas também um falcão liberal
Politicamente é considerado um liberal da linha dura, que defende que o mercado deve funcionar por si próprio, deixando ao Estado o papel de regulador.
Agora uma pessoa que julga que o único papel do estado na economia deve ser o de regulador - o que, apesar das afirmações da autora do artigo, estará muito longe da verdade no que diz respeito a Vítor Gaspar - já é um "liberal de linha dura". Estamos bem arranjados com conceitos políticos assim. Qualquer dia, alguém que defenda a existência de propriedade privada já é um capitalista selvagem. A propósito, como é que um mercado que é regulado pelo estado pode "funcionar por si próprio"?

Friday, June 10, 2011

Um país de velhacos


Não sendo socialista, nunca tive qualquer espécie de apreço por José Sócrates, até mesmo antes de este ter vencido as eleições legislativas em 2005 com maioria absoluta - e, ao contrário de muita gente que conheço, nunca o omiti. Não é que pessoalmente condene os 1,6 milhões de votos que o PS obteve nas eleições de passado Domingo: devido ao simples facto de existirem, todos os seres vivem inevitavelmente em sofrimento (estejam ou não aptos para o reconhecer) e este sofrimento tende a manifestar-se através do materialismo, um apego pouco saudável à circunstância presente e ao efémero. Dois dos sintomas mais comuns desta condição, a ganância e a inveja, são, por conseguinte, duas das maiores armas do socialismo, sendo estas emoções exploradas ao máximo pelos socialistas por forma a alcançar e reforçar o poder que detêm sobre a sociedade.

No entanto, aquilo que me parece verdadeira e inteiramente deplorável é o que se segue à queda de um ídolo. Tal como não há qualquer honra em pontapear um adversário derrotado e indefeso, há poucas coisas mais vis do que mudar de camisa quando a nossa equipa começa a perder. Isto mostra que, ao contrário do que sugeriu e indiciou no passado, a pessoa que o faz não tem valores, princípios ou crenças. Juntou-se àquele grupo meramente porque era o dos vencedores, não porque pessoalmente acreditasse ou se visse reflectida nos seus métodos e objectivos. Acima de tudo, indica que, no futuro, quaisquer opiniões políticas ou apoios anunciados não podem ser tomados como sinceros porque as pessoas em causa já demonstraram não ter causa para além da sua própria.

Para ver excelentes exemplos deste género de comportamento, basta observar as declarações críticas relativamente a Sócrates que desde final de Março, quando o primeiro-ministro anunciou publicamente a sua demissão, têm vindo a brotar como cogumelos. Freitas do Amaral, por exemplo, descobriu (finalmente) no passado mês de Abril que Sócrates estava a viver num mundo irreal, e em Maio que Sócrates tem "pouca cultura democrática" e prestou um mau serviço a Portugal por ter retardado o pedido de resgate financeiro. José Miguel Júdice também parece ter descoberto subitamente, já depois das eleições, que Sócrates terá sido um bom governante até 2008 e só depois começou depois a cometer "erros estratégicos e tácticos" que o tornaram num dos políticos mais odiados do país. Pessoas como Fernanda Câncio já se sentem à vontade para dizer que o Câmara Corporativa, o blogue dos adjuntos do governo, é "uma porcaria de blogue". Luís Amado - que em 2009 falava sobre o fracasso da "ideologia neo-liberal" - teve um momento de inspiração divina e defendeu esta semana que a economia portuguesa necessita mesmo é de um "choque liberal". Isabel Pires de Lima declarou, também esta semana, que este governo desvalorizou a cultura e que esta não foi politicamente apoiada nestes últimos seis anos, entre outras críticas.

Apesar de todos estes casos e de as generalizações serem sempre injustas, os piores desta categoria são, sem dúvida, os jornalistas, que após a demissão de Sócrates e a sua progressiva queda nas sondagens, culminando no já famigerado discurso de derrota, começaram finalmente a encostá-lo às cordas, depois de 6 anos de transigência vegetativa em que os que tiveram a coragem para executar de forma séria aquilo que a sua profissão precisamente lhes exige - questionar o poder - se contaram pelos dedos de uma mão.

Adenda (13 de Junho): Mais uma.

Está tudo explicado

Wednesday, June 08, 2011

Unintended Consequences of Price Controls


Prof. Antony Davies explains that prices are not levers that set value, but rather, are metrics that respond to value. Therefore, since government cannot legislate value, attempts to control prices will generate unintended consequences.
(via Causa Liberal)

Tuesday, June 07, 2011

Um pesadelo que nunca acaba

Depois das eleições, é agora necessário lidar com a questão das reformas estruturais e da (futura) reestruturação da dívida. No entanto, a Economist chama a atenção para outro dos problemas que não tem passado muito pelos radares da imprensa local:
Portugal faces an extra challenge. The PSD, CDS-PP and the Socialists have all signed up to the bail-out programme. But the constitution, drawn up following the left-wing coup that toppled the dictatorship in 1974, could prove a hurdle. Unlike the bail-out packages for Greece and Ireland, the EU-IMF agreement with Portugal includes plans for extensive structural reforms in areas like justice, healthcare, education and even the armed forces. Mr Passos Coelho believes a constitutional revision is essential to ensure that legislation in these areas does not run foul of the constitutional court. Changing the constitution requires a two-thirds majority in parliament—which means support from the Socialists would be essential.

In a climate of deep recession, with unemployment at record levels and trade unions adamantly opposed to proposed changes in labour laws, the key to economic reform in Portugal and the success of the bail-out programme could still lie with the defeated Socialists.

Friday, May 20, 2011

Afinal não são só os nazis

Parece que o PCP também é xenófobo e pouco solidário para com os mais desafortunados deste mundo:
O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu hoje que Portugal deve dificultar a entrada em Portugal de produtos vindos das potências económicas emergentes e simultaneamente apostar na produção nacional. (...)

Após uma visita de pré-campanha ao Museu da Indústria Têxtil de Vila Nova de Famalicão, Jerónimo de Sousa defendeu que deve haver "contenção no plano aduaneiro" aos produtos vindos de "grandes potências têxteis" como o Paquistão ou a China a par da necessidade de “aumento da produção nacional”.
Um comunista a tentar fazer a vida ainda mais difícil aos cidadãos de países em desenvolvimento. Estou chocado.

Uma morte evitável

Jovem morre em quartel depois de queda de slide
Uma rapariga que caiu esta sexta-feira de uma torre durante um exercício realizado no Regimento da Serra do Pilar, no âmbito do Dia da Defesa Nacional, morreu às 16:45 no Hospital de Santo António do Porto, anunciou fonte militar.

«O Exército confirma o falecimento da cidadã Ana Rita dos Santos Silva Lucas que se encontrava a cumprir as obrigações decorrentes da Lei, relativa à participação nas atividades decorrentes do Dia da Defesa Nacional, no Regimento de Artilharia nº 5, em Vila Nova de Gaia», refere uma nota de imprensa do porta-voz do exército, o tenente-coronel Hélder Perdigão.
A cereja no topo do bolo:
Na nota, o Exército «expressa o seu mais profundo pesar à respectiva família» e reitera que procedeu à abertura de um inquérito para apuramento das causas deste acidente.
Como pode "o Exército" sentir um profundo pesar quando todos os anos colabora e é cúmplice desta prática bárbara que é obrigar pessoas a fazer algo sob ameaça? Do sítio do próprio Ministério da Defesa:
O Dia da Defesa Nacional visa sensibilizar os jovens para a temática da defesa nacional e divulgar o papel das Forças Armadas, a quem incumbe a defesa militar da República. A sua comparência é um dever militar obrigatório para todos os cidadãos portugueses que cumpram 18 anos de idade, que ocorre nos Centros de Divulgação de Defesa Nacional, sedeados em unidades militares dos três ramos das Forças Armadas, de acordo com os editais de convocação. (...)

A falta não justificada implica:
  • Aplicação de coima de 249,40€ a 1247€;
  • Inibição para o exercício de funções públicas;
  • Fixação de novo prazo para o dever de comparência ao Dia da Defesa Nacional.
Acresce ainda que, em caso de necessidade de convocação, por falta de efectivos para a satisfação das necessidades fundamentais das Forças Armadas, o cidadão que faltou é, preferencialmente, chamado.
Tenho a certeza absoluta de que, caso a jovem falecida se tivesse oposto à sua convocação por razões de princípio, "o Exército" não teria mostrado qualquer disponibilidade para defender a sua causa e dispensá-la da sua participação. É uma daquelas situações em que é mais fácil lamentar-se publicamente quando alguma coisa corre mal do que ser suficientemente corajoso para defender o que é correcto e aceitar apenas aqueles que voluntariamente aceitem os riscos associados.

Thursday, May 19, 2011

Dica política para celebridades

Lars Von Trier já não é bem-vindo em Cannes
A simpatia por Hitler valeu a Lars Von Trier um sinal proibido em Cannes. O cineasta foi declarado persona non grata pela direcção do festival de cinema francês, depois de ontem assumir-se "nazi" e declarar que compreendia e tinha simpatia por Hitler.

"O conselho de administração condena muito fortemente os seus comentários e declara Lars Von Trier persona non grata no Festival de Cannes, com efeito imediato", disse em comunicado a direcção do festival, citada pela AFP. (...)

O filme de Von Trier mantém-se em competição. Um participante da reunião do conselho de administração disse à AFP que foi pedido ao realizador para ser discreto. "Se ele ganhar o prémio no domingo, ordenou-se que não venha recebê-lo", disse a fonte. (...)

"O Festival de Cannes oferece aos artistas de todo o mundo uma tribuna excepcional para apresentarem as suas obras e defenderem a liberdade de expressão [dos antos: hã?!] e criação" e "e arrepende-se profundamente que esta tribuna tenha sido utilizada por Lars Von Trier para se exprimir com declarações inaceitáveis, intoleráveis, contrárias aos ideais de humanidade e de generosidade que regem a própria existência do festival", defenderam os responsáveis no comunicado.
Lars von Trier já veio esclarecer mais tarde que se tratavam de meras graçolas e que a imprensa internacional não entendia o seu sentido de humor escandinavo. Aquilo que von Trier já deveria saber é que uma pessoa de bem nunca se associa ao nacional-socialismo e, caso queira fazer uma piada deste género, é melhor jogar pelo seguro e dizer que é comunista ou admiradora uma figura comunista importante. A parte mais triste é que, em vez de risos, o mais provável é mesmo receber uma salva de palmas, como se pôde ver (no vídeo abaixo, aproximadamente de 4:10 a 4:25) na forma como o actor Benicio del Toro foi ovacionado em Cannes quando dedicou o seu galardão de melhor actor ao Carnicero de La Cabaña.

Thursday, April 14, 2011

guilt by association

IMF forecast adds to Portugal’s gloom
European Union, European Central Bank and IMF officials began negotiations on the terms of the rescue programme in Lisbon on Tuesday as the Washington-based Fund projected that Portugal would be the only developed country to suffer a recession next year, with output declining by 0.5 per cent after a fall of 1.5 per cent in 2011.

Although the EU is leading the negotiations and will supply most of the aid, the Portuguese generally refer to the rescue as an "IMF bail-out", shorthand for what many see as the unpleasant face of global capitalism. (...)

Vítor Bento, an economist, said Portugal had been demonising the IMF as "a big bad wolf" since foreign payments crises in the late 1970s and early 1980s, when the country negotiated two standby agreements with it. (...)

Mr Bento, who is also chief executive of the Portugal bank payments company Sibs, said the memory of past crises has led many Portuguese to ascribe their hard times to the IMF and not to the economic difficulties that required its intervention.

"When a country reaches such a critical situation that it needs the help of the IMF, it will inevitably have to make a big economic adjustment," he said. "To blame the IMF for that adjustment is just ideology and propaganda."

We rise to challenges, this is one.

Friday, April 08, 2011

«Un pueblo suicida»

Sócrates eleito secretário-geral do PS
José Sócrates foi eleito secretário-geral do PS com 93,3 por cento dos votos, segundo os resultados provisórios das eleições realizadas sexta-feira e sábado, revelou um comunicado da Comissão Organizadora do XVII Congresso Nacional do partido. (...)

De acordo com o comunicado, os resultados conhecidos correspondem ao apuramento de 717 das 721 secções de voto em que a percentagem de participação no ato [sic] eleitoral foi de 89,95 por cento.
Socialistas gritam apoio a Sócrates no primeiro dia de trabalhos
21h43 Discurso de José Sócrates durou uma hora. Foi interrompido 56 vezes com palmas que, no total, representaram mais de 11 minutos.
21h42 Fim de discurso de José Sócrates com congressistas em gritos de "viva" ao secretário-geral.
21h40 Sócrates: “Só preciso de saber uma coisa neste congresso. Só preciso de uma resposta. (…) Está o PS comigo? Estão comigo todos os socialistas neste combate?” Congressistas gritam “sim” e levantam-se em palmas.
(...)
20h54 Sócrates volta a levantar o congresso.
(...)
20h45 José Sócrates aplaudido de pé mais de 30 segundos antes de começar a falar.
20h43 Congresso volta a levantar-se para Sócrates.
(...)
19h59 Congresso rendido a Sócrates. E ainda agora começou...
19h58 Sócrates no palco. Congresso de pé. Abraço entre Sócrates e Almeida Santos anima ainda mais a sala.
19h57 José Sócrates chega à sala e tem forte ovação. Grita-se "PS".
Sondagem: PSD vence, mas PS está em recuperação
O PSD ganharia as eleições legislativas com 6% de vantagem sobre o PS, caso se realizassem hoje. De acordo com a sondagem Universidade Católica/JN/DN/Antena 1/RTP, os social-democratas alcançariam 39%, o que em conjunto com o CDS-PP (7%) colocaria a Direita no limiar da maioria absoluta, embora numa situação próxima do "empate", caso se some o score do conjunto dos partidos de Esquerda.

É que o PS regista uma assinalável subida de 7%, apesar da queda do Governo, reconquistando terreno aos social-democratas.

Wednesday, April 06, 2011

A culpa foi da oposição

Se o mestre diz é porque é

The Economic Consequences of the Peace, John Maynard Keynes, 1919. pp. 235-248.
Lenin is said to have declared that the best way to destroy the capitalist system was to debauch the currency. By a continuing process of inflation, governments can confiscate, secretly and unobserved, an important part of the wealth of their citizens. By this method they not only confiscate, but they confiscate arbitrarily; and, while the process impoverishes many, it actually enriches some. The sight of this arbitrary rearrangement of riches strikes not only at security but [also] at confidence in the equity of the existing distribution of wealth.

Those to whom the system brings windfalls, beyond their deserts and even beyond their expectations or desires, become "profiteers," who are the object of the hatred of the bourgeoisie, whom the inflationism has impoverished, not less than of the proletariat. As the inflation proceeds and the real value of the currency fluctuates wildly from month to month, all permanent relations between debtors and creditors, which form the ultimate foundation of capitalism, become so utterly disordered as to be almost meaningless; and the process of wealth-getting degenerates into a gamble and a lottery.

Lenin was certainly right. There is no subtler, no surer means of overturning the existing basis of society than to debauch the currency. The process engages all the hidden forces of economic law on the side of destruction, and does it in a manner which not one man in a million is able to diagnose.

Friday, March 18, 2011

graças a Deus

Andam por aí a circular notícias de que o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem comunicou hoje o seu veredicto relativamente ao uso de crucifixos em escolas italianas, o qual, segundo este mesmo veredicto, não constitui, afinal de contas, uma violação dos direitos humanos. Pessoalmente, devo dizer que estou extremamente satisfeito com o resultado deste processo jurídico porque há já bastantes meses que tinha distúrbios de sono só de pensar que alguém poderia estar a ser oprimido - e a ver os seus direitos mais básicos violados de forma escandalosa - pela presença totalitária de duas tábuas em forma de cruz penduradas na parede da sala de aula. Agora posso finalmente regressar às minhas boas noites de sono.

Wednesday, March 16, 2011

Saudade (not) III

Lista de nomes proibidos cresce todos os anos
Portugal é o único pais das democracias ocidentais onde os pais não são livres de escolherem o nome dos filhos. A lista de nomes proibidos cresce todos os anos.

Há 2600 nomes proibidos pelo Instituto dos Registos e Notariado. No ano passado foram proibidos mais dez nomes depois de pedidos que os serviços não aceitaram como legais. Outros dez passaram o teste e ganharam o estatuto de nome legal na língua portuguesa.

Abdénago, Irisalva, Kyara, Yuri, Yasmin e Joaninha estão entre os nomes considerados legais. Ritinha, Camões, Adilson ou Jade não são aceites.

Octávio dos Santos quer chamar ao filho Júnior, mas não foi aceite. À TSF, este pai questiona o facto de «ser possível atribuir nomes estrangeiros» e ele «não poder colocar o nome de Júnior que é um nome perfeitamente vulgar». (...)

«No fundo quem está a atribuir o nome ao meu filho é o Estado, não sou eu», lamenta.

Monday, March 14, 2011

Saudade (not) II

Censos 2011 é de resposta obrigatória
A maior operação estatística do país começa na segunda-feira junto da população do território português, com a distribuição dos questionários destinados a recolher dados para os Censos 2011, que são de resposta obrigatória.

Quem não responder aos Censos ou falsificar as respostas incorre numa multa entre os 250 e os 3740,98 euros, tal como o SOL avançou nesta sexta-feira.

Friday, March 11, 2011

Saudade (not)

José Manuel Coelho "troca" PND por Partido Trabalhista

O ex-candidato à Presidência da República José Manuel Coelho anunciou hoje a sua rutura com o PND-Madeira, que acusa de defender “princípios reaccionários”, e a sua filiação no Partido Trabalhista Português (PTP). “O PND não se adapta aos ideais que defendemos (…) Nós defendemos os ideais de Abril, o artigo número um da Constituição (…) e não é isso que o PND defende.

O que eles defendem é um princípio completamente oposto ao nosso, que é o de o Estado Social ser substituído pelo Estado arbitral. Ora, é um princípio reacionário que não aceitamos”, disse, em declarações à agência Lusa.

Para o ex-candidato presidencial, a manutenção no PND-M tornou-se insustentável porque, salientou, “eles não querem arrepiar caminho e além disso não aceitam mais militantes”. “Não temos condições de trabalhar num partido assim. Pela minha parte sou um revolucionário de abril, sou um soldado de Abril, ajudei a fazer este regime e não vamos agora de cavalo para burro”, enfatizou.

“Durante este tempo todo andaram a dizer que já não eram um partido de direita, que eram uma associação de cidadãos, uma associação cívica, mas isso foi só ´para inglês ver´. Agora viram o bico ao prego, dizem que são de direita, que não gostam de comunistas, do 25 de Abril (…) Ora, isso é inaceitável”, acrescentou.

No entender de José Manuel Coelho, ao invés, as “conquistas de abril têm de ser ampliadas” – “Estarmos numa fase de desenvolvimento superior e não podemos passar para uma fase inferior”, disse. “Vou para o Partido Trabalhista, gosto da carta de princípios que eles defendem, mas ainda acho que aqueles princípios têm que ser aperfeiçoados”, acrescentou.

Sunday, February 13, 2011

Nirvana por decreto

China Bans Reincarnation Without Government Permission
In one of history's more absurd acts of totalitarianism, China has banned Buddhist monks in Tibet from reincarnating without government permission. According to a statement issued by the State Administration for Religious Affairs, the law, which goes into effect next month and strictly stipulates the procedures by which one is to reincarnate, is "an important move to institutionalize management of reincarnation."