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Tuesday, September 14, 2010

Sunday, September 05, 2010

hierarquia de culturas

Descoberto numa ficha informativa de português do 9º ano (negritos meus):

"Cerca do século V d.C., os povos bárbaros invadem a Península Ibérica. Dentre eles predominaram os Visigodos e os Suevos. De cultura inferior à dos povos dominados, aceitaram a língua destes que, pouco a pouco, se vai fraccionando conforme a evolução que cada povo invasor, em contacto com o autóctone, vai imprimindo ao latim vulgar. (...)

Em 711 produz-se a invasão árabe. Em muito pouco tempo os Árabes ocupam quase toda a Península Ibérica. A sua cultura é superior à dos Visigodos e, porventura por isso, a sua língua deixou marcas maiores na nossa ao nível do vocabulário relacionado com a agricultura (...), a guerra (...), as ciências (...), a construção (...), jardinagem, etc."

Mais abaixo, outra pérola interessante, especialmente tendo em conta que ao longo da ficha há várias referências à "nossa língua" e à "conquista da nossa independência nacional":

"D. João I e os seus filhos continuam uma política cultural de consolidação da língua portuguesa no caminho do aprofundamento da sua autonomia, tendo já consciência que a segurança da independência nacional passava também por aí"

Se um país precisa de "aprofundar a autonomia" da língua que utiliza com o propósito especifico de solidificar a independência nacional, será que esse país é assim tão diferente daqueles de que se pretende diferenciar? Este processo artificial de alteração da língua para criar um afastamento em relação a outras comunidades indistinguíveis que, por obra do acaso, ficaram noutra jurisdição política é precisamente o oposto do que o governo actual está agora a tentar - um processo artificial de alteração da língua para fingir que o português de Portugal e o português do Brasil não estão a divergir naturalmente.

Thursday, September 02, 2010

É polémico não querer ser roubado II

Alguém da TSF deve ter lido esta minha entrada. Hoje foi publicada esta outra notícia:

Estado perdeu mais de mil milhões de euros em impostos

Uma auditoria da IGF revela que o Estado deixou escapar mais de mil milhões de euros em dinheiro de impostos por causa de milhares de processos que prescreveram o ano passado.

O relatório da Inspecção-geral de Finanças (IGF) avança algumas explicações para a dificuldade em despachar os processos a tempo e horas.

"Perdeu"? "Deixou escapar"? Quanto dinheiro é que esta gente recebe do Komintern?