Plano de emergência para emprego arranca hoje
Um "novo contrato de emprego" em França entra hoje em vigor, com um mês de antecedência em relação ao previsto, para tentar reduzir o desemprego. Os sindicatos contestam a medida e prometem manifestar-se em Setembro.
Dirigido às empresas com menos de 20 assalariados, a nova legislação permite, nomeadamente, despedir sem justificação especial, dois anos após o recrutamento. A medida aprovada na passada terça-feira por despacho especial, sem necessitar de ser debatida e votada no parlamento, está a ser contestada por parte da oposição e dos sindicatos.
Os sindicatos já revelaram que estão a preparar manifestações para a segunda quinzena de Setembro, porque o "novo contrato de trabalho acrescenta insegurança social e plano visa apenas manipular as estatísticas", argumenta Maryse Dumas, secretária da Confederação Geral do Trabalho. Também Jean-Louis Walter, secretàrio geral do sindicato CGC, afirma que "estas medidas não deverão melhorar a situação".
"Estas medidas vão produzir efeitos massivos contra o desemprego dentro de 18 meses", garantiu, por outro lado Jean-Louis Borloo, ministro do emprego.
É espantoso que quando a situação é de iminente de colapso se tomam medidas de liberalização. Já conhecemos o exemplo da China. Conhecemos também, há poucos dias, o exemplo da Rússia – dois países de núcleo duro colectivista que abrem zonas especiais para fazer a economia crescer um pouco. Agora temos o exemplo da França, que não é nada mais, nada menos do que o bastião do socialismo europeu. O governo francês tinha imposto já anteriormente uma medida que limitava as horas de trabalho a 35 por semana o que fez com que, de acordo com as estatísticas, a produtividade caísse 4,3%. No início do ano foi anunciado que a lei iria ser revista porque, obviamente, a França estava a perder terreno para as outras potências europeias. A taxa de desemprego por territórios de Monsieur Chirac tem andado a rondar os 10% quase de forma inalterada e surge agora esta medida como forma de a tentar reduzir. Uma medida que permite o mercado, e não o governo, decidir como são tomadas as decisões. Parece óbvio mas talvez os franceses preferissem ficar todos no desemprego a admitir que des anglais et des americains têm mais razão do que eles.
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