Após ler a crítica do Sr. Lewis Walker fiquei a perceber que um liberal não pode criticar o CDS-PP, nem os seus candidatos Simplesmente, parece ser proibido.
Zezinha é a pior porque não é Ayn Rand...
Ao contrário de alguns blogues portugueses liberal-conservadores, liberais ou conservadores (ao estilo britânico/americano) este blogue não é amigo do CDS-PP. Não é. Ponto final. Não o é e nunca foi porque o CDS-PP não representa as ideias nem as opiniões do autor que, como devia saber, também não faz parte de uma "direita refundada". Aliás, um partido político, por muito liberal que seja, nunca pode representar as ideias do indivíduo. Se um liberal nunca pensou nisto, é porque certamente não é muito liberal.
Sr. Lewis Walker, eu não sei o que o senhor é mas o senhor apressa-se a chamar-me de liberal. Obrigado. Finalmente, alguém que chama as coisas pelos nomes e não me chama comunista, eremita, anti-social, nazi, fascista ou mercenário. Quando sou (pseudo-)insultado ao menos gosto que acertem mais ou menos na caracterização. Embora não seja randiano; como sou, efectivamente, liberal, explico-lhe que não tenho complexos nenhuns em pensar por mim próprio e ter as minhas próprias opiniões. Eu acredito no individualismo, coisa em que o senhor aparentemente não acredita porque acha que eu, sendo liberal, não posso criticar o CDS-PP. As suas acusações parecem semelhantes às de um comunista que eu conhecia, que defendia Fidel Castro apenas porque era, segundo ele, "melhor do que o que lá estava antes!".
Não defendo imagens nem defendo ídolos políticos, embora seja capaz de os admirar como figuras históricas. É que segundo as suas declarações, eu devia ser um apoiante incontestável de qualquer candidato que se sente mais à direita, independentemente de quão socialista é ele. Isto é gerar um relativismo ideológico em que, num regime parlamentar, há sempre quem defender porque "é menos mau do que os outros". Se o CDS-PP não existisse certamente a sua crítica seria dirigida ao meu não-apoio pelo PSD. Se nem CDS-PP nem PSD existissem, a sua crítica recairia sobre a minha falta de apoio ao PS...porque o PCP, o BE e o MRPP são piores. Certamente que são piores mas não é por isso que vou defender aqueles que nada me dizem. Peço desculpa por ser coerente e sincero mas não há volta a dar-lhe.
O mesmo com qualquer outra "medida liberal" que seja tomada. Pelas mesmas razões não vou defender Sócrates simplesmente porque quer liberalizar parte do mercado de medicamentos e facilitar a criação de empresas. Concordo, obviamente, que as farmácias não devem ter o monopólio e concordo que se deve desburocratizar a criação de empresas mas entre apoiar uma medida e apoiar uma pessoa, que sei ter ideias bastante diferentes das minhas, vai um longo caminho.
Devo dizer-lhe que Milton Friedman, por exemplo, é um liberal (libertário, se preferir) mas disse que era membro do partido republicano for the sake of expediency. Era simplesmente mais conveniente. Assim como é conveniente, pessoalmente, para mim, votar num candidato do CDS-PP se assim for necessário. Contudo, existe uma diferença entre votar por conveniência e votar por convicção. Como o senhor me chama, e muito bem, de liberal, deve entender qual a minha razão em criticar MNP. Se não compreende, está a ser cínico. Aquando das eleições alemãs, quando alguma da blogosfera liberal se mostrava, de alguma forma, expectante quanto a Angela Merkel, eu não me pronunciei (à excepção de uma crítica a Schröder). Simplesmente porque não sou democrata-cristão. Dir-me-á o senhor que eu não apoio Angela Merkel porque ela não é Ayn Rand. Não. Poderia votar nela porque, obviamente, prefiro Merkel a Schröder mas isso não significa que apoie incondicionalmente Merkel, embora seja possível que o fizesse se tivesse que escolher entre os dois. Novamente, o voto por conveniência. É difícil compreender? Se eu sair em defesa do CDS-PP cada vez que critico o socialismo em Portugal entrarei em contradição porque, como pode ver pelo meu comentário (e sei que o compreendeu perfeitamente), o CDS-PP defende muitas vezes políticas proteccionistas, intervencionistas ou, se preferir, socialistas. Tem dúvidas? Bem, veja este artigo, como exemplo, no Blasfémias
Ideias Liberais
Se ainda tiver dúvidas recorde as afirmações de Ribeiro e Castro relativamente à compra da TVI.
CDS-PP admite pedir inquérito parlamentar sobre venda da TVI
Nas palavras de Ribeiro e Castro é estranho que o governo não tenha efectuado uma intervenção. Ameaçou até abrir um inquérito. Estas declarações (anti-liberais), semelhantes às de Marques Mendes e Alberto João Jardim foram criticadas neste blogue. Poderá o senhor dizer-me que a PRISA tem ligações com o PSOE. Pensa que eu não me preocupo com isso? Infelizmente, não concordo que o Estado meta o nariz onde não é chamado e a TVI não é uma estação pública, logo o Estado não deve interferir. Como Sócrates aqui foi “mais liberal” do que a dupla Marques Mendes/Ribeiro e Castro suponho que, segunda a sua lógica, eu deva defender Sócrates, na sua qualidade de pessoa, e o PS, na sua qualidade ideológica. Bem, obrigado por me ver como socialista.
Não creio que precise de me justificar. As afirmações de MNP falam por mim. É certo que já há muito aguardava por alguém (o senhor tem a honra de ser o primeiro) a abordar-me por criticar o CDS-PP (sem me chamar de comunista). Faltava alguém. Alguém que possivelmente se diz liberal ou liberal-conservador e pensa, à força, que o CDS-PP também o é por necessidade de uma identificação à “direita”. Deve ser essa a razão pela qual os discursos de Paulo Portas, durante tantos anos, raramente continham uma gota de liberalismo. Muito pelo contrário. Deve ser também por isso que ele próprio definia o partido como democrata-cristão (e a ele próprio). Não posso concordar que se defenda, sem reticências, o CDS-PP, que é tudo menos liberal. Seria mentir a mim mesmo. Quem o faz com regularidade, vive também num mundo de ilusão.
Explicadas as razões pelas quais critico MNP, passo à sua outra acusação, a de que “alguns liberais” como eu criticam os menos socialistas a favor dos mais socialistas. Engana-se o senhor e redondamente. Muito redondamente. Quando critiquei Carmona Rodrigues fui criticado por ser um agente da esquerda, infiltrado no mundo da "direita". Quando critiquei Manuel Maria Carrilho fui acusado de ser um defensor do CDS-PP. Quando comento as afirmações estatistas de MNP (e na verdade denuncio uma espécie de campanha anti-MNP levada a cabo pela SIC, na qual o senhor não quer ou não foi capaz de reparar) dizem-me que critico os menos socialistas em benefício dos mais socialistas.
Este blogue tem carácter. Não segue o que os outros dizem. Pensa por si próprio. É individual e individualista. Se o senhor quer à força pertencer à comissão da “Zezinha”, compreenda que há outros que não sentem o mesmo. E esses mesmos até poderiam votar nela, embora não gostassem do seu discurso, apenas pela conveniência. Na verdade, se o senhor tivesse dedicado uns minutos mais de leitura aqui no meu humilde espaço, teria reparado que existe uma carta aberta a Manuel Maria Carrilho, candidato socialista.
A Manuel Maria Carrilho
Teria reparado que eu comparei MMC a Hugo Chavez, coisa que, certamente, não fiz com MNP.
Evacuar a/o Capital
Teria igualmente reparado que é o primeiro artigo em que comento MNP. Todos os outros referentes às autárquicas foram, maioritariamente, referentes a Manuel Maria Carrilho, como pode constatar se se quiser dar ao trabalho de clicar também nas ligações abaixo.
Carrilho is Watching YOU
Porque Carrilho vai ganhando votos
Pode também consultar comentários acerca de CR
Du iu spique Inglixe?
Extra, Extra! Transporte grátis em Lisboa!
O amigo social(ista)
A sua crítica resume-se, portanto, na mais pura imprecisão e desonestidade já que este blogue tem distribuído críticas principalmente ao BE, PCP, PS e PSD, se se dar ao trabalho ainda maior de verificar outras entradas (por razões óbvias, não vou dar ligações a 80% do blogue). Se o faz também ao CDS-PP é porque o considera estatista, o que significa que não escapa ao âmbito das críticas, mesmo que tenham sido menos vezes.
Em resumo, o senhor defende MNP porque ela para si é a Zezinha e porque é do CDS-PP. Não se pode dizer nada porque é a Zezinha e porque ela não está no partido socialista. Se estivesse no PSD, presumo que também não se pudesse dizer nada porque primeiro há que criticar os comunistas e socialistas (não os outros, mesmo que sejam sociais-democratas). O senhor aparenta querer afirmar-se como randiano mas parece não entender que este blogue é assumidamente anti-Estado embora não se dê, regra geral, a picardias entre liberais que não o sejam. Igualmente, não olha a partidos políticos quando toca a distribuir críticas. Neste artigo,
Piromanias Autárquicas
critiquei o presidente da câmara de Loures e não faço a mínima ideia a que partido pertence. O senhor parece querer colocar-me numa situação hipotética em que só há duas facções, a que critica a esquerda e a que critica a “direita”, forçado a apoiar Salazar (aquele que muita gente diz ter sido de “direita”) ou Estaline. Se tivesse que o fazer, apoiaria Salazar porque não há comparação possível, o que não significa, de todo, que concordasse com o regime salazarista. O mesmo exemplo pode ser dado com F.D. Roosevelt. É essa a diferença.
Da mesma forma, e por extrapolação, o senhor parece querer dar razão à esquerda quando esta diz que os liberais são todos pró-americanos, quando na verdade confudem pró-americanismo com anti-anti-americanismo. Eu não sou pró-americano. Não é apenas por ser “made in USA” que uma coisa é excelente. Não é por ser assumidamente capitalista que apoio tudo o que é americano só porque é americano e, definitivamente, não é por ser liberal que me coíbo de criticar algo relacionado com a política americana. Fazer o contrário seria equivalente aos "Viva Rusia! Viva Stalin!" que se proclamavam pelos progressistas em Espanha no período da guerra civil. A isto dá-se o nome de idolatria. Para isso, não conte comigo.
Que dirá agora, depois de ter visto que critiquei quase todos os candidatos autárquicos a Lisboa? Que sou do PCP ou do BE porque não referi os seus candidatos? Só lhe falta acusar-me de ser um marxista mascarado de capitalista.
Não sei se a Zezinha é da sua família ou sua amiga. Eu, assumidamente, não defendo as ideias da minha família nem dos meus “amigos”. Eu defendo as minhas ideias e mantenho a honestidade, à qual tento ser fiel, de não criticar as pessoas em si, mas os seus actos e ideias. Justificar as minhas palavras com um argumentum ad hominem não é certamente uma forma inteligente de formular um conceito lógico. Quando olho para o espectro político português, procuro um partido em que as minhas ideias encaixem e não vice-versa. Isto se puder existir tal partido.
Cumprimentos liberais.
---
Adenda: O meu voto pode ser executado por convicção ou por conveniência, como expressei anteriormente. Sendo liberal, estamos conversados. Não posso votar no CDS-PP por convicção. Se for para votar por conveniência, certamente não votarei em MNP porque é óbvio que não tem grandes hipóteses de ganhar, como é possível ver nestas sondagens
Sondagens Autárquicas - Autárquicas 2005
Carmona vence Lisboa, Valentim ganha Gondomar
MNP obtém resultados que variam entre os 3-5%. Como deve ser visível, apenas existem dois candidatos com possibilidades reais de ganhar e são eles MMC e CR. Ora, como eu considero MMC um mal muito maior – não tivesse eu dedicado a maior parte das minhas críticas a essa criatura – parece-me também óbvio para quem iria o meu voto, por conveniência, neste caso. Isto, claro, se não decidir votar em branco/nulo por convicção ou abster-me…por ter algo mais inteligente que fazer.
Zezinha é a pior porque não é Ayn Rand...
Ao contrário de alguns blogues portugueses liberal-conservadores, liberais ou conservadores (ao estilo britânico/americano) este blogue não é amigo do CDS-PP. Não é. Ponto final. Não o é e nunca foi porque o CDS-PP não representa as ideias nem as opiniões do autor que, como devia saber, também não faz parte de uma "direita refundada". Aliás, um partido político, por muito liberal que seja, nunca pode representar as ideias do indivíduo. Se um liberal nunca pensou nisto, é porque certamente não é muito liberal.
Sr. Lewis Walker, eu não sei o que o senhor é mas o senhor apressa-se a chamar-me de liberal. Obrigado. Finalmente, alguém que chama as coisas pelos nomes e não me chama comunista, eremita, anti-social, nazi, fascista ou mercenário. Quando sou (pseudo-)insultado ao menos gosto que acertem mais ou menos na caracterização. Embora não seja randiano; como sou, efectivamente, liberal, explico-lhe que não tenho complexos nenhuns em pensar por mim próprio e ter as minhas próprias opiniões. Eu acredito no individualismo, coisa em que o senhor aparentemente não acredita porque acha que eu, sendo liberal, não posso criticar o CDS-PP. As suas acusações parecem semelhantes às de um comunista que eu conhecia, que defendia Fidel Castro apenas porque era, segundo ele, "melhor do que o que lá estava antes!".
Não defendo imagens nem defendo ídolos políticos, embora seja capaz de os admirar como figuras históricas. É que segundo as suas declarações, eu devia ser um apoiante incontestável de qualquer candidato que se sente mais à direita, independentemente de quão socialista é ele. Isto é gerar um relativismo ideológico em que, num regime parlamentar, há sempre quem defender porque "é menos mau do que os outros". Se o CDS-PP não existisse certamente a sua crítica seria dirigida ao meu não-apoio pelo PSD. Se nem CDS-PP nem PSD existissem, a sua crítica recairia sobre a minha falta de apoio ao PS...porque o PCP, o BE e o MRPP são piores. Certamente que são piores mas não é por isso que vou defender aqueles que nada me dizem. Peço desculpa por ser coerente e sincero mas não há volta a dar-lhe.
O mesmo com qualquer outra "medida liberal" que seja tomada. Pelas mesmas razões não vou defender Sócrates simplesmente porque quer liberalizar parte do mercado de medicamentos e facilitar a criação de empresas. Concordo, obviamente, que as farmácias não devem ter o monopólio e concordo que se deve desburocratizar a criação de empresas mas entre apoiar uma medida e apoiar uma pessoa, que sei ter ideias bastante diferentes das minhas, vai um longo caminho.
Devo dizer-lhe que Milton Friedman, por exemplo, é um liberal (libertário, se preferir) mas disse que era membro do partido republicano for the sake of expediency. Era simplesmente mais conveniente. Assim como é conveniente, pessoalmente, para mim, votar num candidato do CDS-PP se assim for necessário. Contudo, existe uma diferença entre votar por conveniência e votar por convicção. Como o senhor me chama, e muito bem, de liberal, deve entender qual a minha razão em criticar MNP. Se não compreende, está a ser cínico. Aquando das eleições alemãs, quando alguma da blogosfera liberal se mostrava, de alguma forma, expectante quanto a Angela Merkel, eu não me pronunciei (à excepção de uma crítica a Schröder). Simplesmente porque não sou democrata-cristão. Dir-me-á o senhor que eu não apoio Angela Merkel porque ela não é Ayn Rand. Não. Poderia votar nela porque, obviamente, prefiro Merkel a Schröder mas isso não significa que apoie incondicionalmente Merkel, embora seja possível que o fizesse se tivesse que escolher entre os dois. Novamente, o voto por conveniência. É difícil compreender? Se eu sair em defesa do CDS-PP cada vez que critico o socialismo em Portugal entrarei em contradição porque, como pode ver pelo meu comentário (e sei que o compreendeu perfeitamente), o CDS-PP defende muitas vezes políticas proteccionistas, intervencionistas ou, se preferir, socialistas. Tem dúvidas? Bem, veja este artigo, como exemplo, no Blasfémias
Ideias Liberais
Se ainda tiver dúvidas recorde as afirmações de Ribeiro e Castro relativamente à compra da TVI.
CDS-PP admite pedir inquérito parlamentar sobre venda da TVI
Nas palavras de Ribeiro e Castro é estranho que o governo não tenha efectuado uma intervenção. Ameaçou até abrir um inquérito. Estas declarações (anti-liberais), semelhantes às de Marques Mendes e Alberto João Jardim foram criticadas neste blogue. Poderá o senhor dizer-me que a PRISA tem ligações com o PSOE. Pensa que eu não me preocupo com isso? Infelizmente, não concordo que o Estado meta o nariz onde não é chamado e a TVI não é uma estação pública, logo o Estado não deve interferir. Como Sócrates aqui foi “mais liberal” do que a dupla Marques Mendes/Ribeiro e Castro suponho que, segunda a sua lógica, eu deva defender Sócrates, na sua qualidade de pessoa, e o PS, na sua qualidade ideológica. Bem, obrigado por me ver como socialista.
Não creio que precise de me justificar. As afirmações de MNP falam por mim. É certo que já há muito aguardava por alguém (o senhor tem a honra de ser o primeiro) a abordar-me por criticar o CDS-PP (sem me chamar de comunista). Faltava alguém. Alguém que possivelmente se diz liberal ou liberal-conservador e pensa, à força, que o CDS-PP também o é por necessidade de uma identificação à “direita”. Deve ser essa a razão pela qual os discursos de Paulo Portas, durante tantos anos, raramente continham uma gota de liberalismo. Muito pelo contrário. Deve ser também por isso que ele próprio definia o partido como democrata-cristão (e a ele próprio). Não posso concordar que se defenda, sem reticências, o CDS-PP, que é tudo menos liberal. Seria mentir a mim mesmo. Quem o faz com regularidade, vive também num mundo de ilusão.
Explicadas as razões pelas quais critico MNP, passo à sua outra acusação, a de que “alguns liberais” como eu criticam os menos socialistas a favor dos mais socialistas. Engana-se o senhor e redondamente. Muito redondamente. Quando critiquei Carmona Rodrigues fui criticado por ser um agente da esquerda, infiltrado no mundo da "direita". Quando critiquei Manuel Maria Carrilho fui acusado de ser um defensor do CDS-PP. Quando comento as afirmações estatistas de MNP (e na verdade denuncio uma espécie de campanha anti-MNP levada a cabo pela SIC, na qual o senhor não quer ou não foi capaz de reparar) dizem-me que critico os menos socialistas em benefício dos mais socialistas.
Este blogue tem carácter. Não segue o que os outros dizem. Pensa por si próprio. É individual e individualista. Se o senhor quer à força pertencer à comissão da “Zezinha”, compreenda que há outros que não sentem o mesmo. E esses mesmos até poderiam votar nela, embora não gostassem do seu discurso, apenas pela conveniência. Na verdade, se o senhor tivesse dedicado uns minutos mais de leitura aqui no meu humilde espaço, teria reparado que existe uma carta aberta a Manuel Maria Carrilho, candidato socialista.
A Manuel Maria Carrilho
Teria reparado que eu comparei MMC a Hugo Chavez, coisa que, certamente, não fiz com MNP.
Evacuar a/o Capital
Teria igualmente reparado que é o primeiro artigo em que comento MNP. Todos os outros referentes às autárquicas foram, maioritariamente, referentes a Manuel Maria Carrilho, como pode constatar se se quiser dar ao trabalho de clicar também nas ligações abaixo.
Carrilho is Watching YOU
Porque Carrilho vai ganhando votos
Pode também consultar comentários acerca de CR
Du iu spique Inglixe?
Extra, Extra! Transporte grátis em Lisboa!
O amigo social(ista)
A sua crítica resume-se, portanto, na mais pura imprecisão e desonestidade já que este blogue tem distribuído críticas principalmente ao BE, PCP, PS e PSD, se se dar ao trabalho ainda maior de verificar outras entradas (por razões óbvias, não vou dar ligações a 80% do blogue). Se o faz também ao CDS-PP é porque o considera estatista, o que significa que não escapa ao âmbito das críticas, mesmo que tenham sido menos vezes.
Em resumo, o senhor defende MNP porque ela para si é a Zezinha e porque é do CDS-PP. Não se pode dizer nada porque é a Zezinha e porque ela não está no partido socialista. Se estivesse no PSD, presumo que também não se pudesse dizer nada porque primeiro há que criticar os comunistas e socialistas (não os outros, mesmo que sejam sociais-democratas). O senhor aparenta querer afirmar-se como randiano mas parece não entender que este blogue é assumidamente anti-Estado embora não se dê, regra geral, a picardias entre liberais que não o sejam. Igualmente, não olha a partidos políticos quando toca a distribuir críticas. Neste artigo,
Piromanias Autárquicas
critiquei o presidente da câmara de Loures e não faço a mínima ideia a que partido pertence. O senhor parece querer colocar-me numa situação hipotética em que só há duas facções, a que critica a esquerda e a que critica a “direita”, forçado a apoiar Salazar (aquele que muita gente diz ter sido de “direita”) ou Estaline. Se tivesse que o fazer, apoiaria Salazar porque não há comparação possível, o que não significa, de todo, que concordasse com o regime salazarista. O mesmo exemplo pode ser dado com F.D. Roosevelt. É essa a diferença.
Da mesma forma, e por extrapolação, o senhor parece querer dar razão à esquerda quando esta diz que os liberais são todos pró-americanos, quando na verdade confudem pró-americanismo com anti-anti-americanismo. Eu não sou pró-americano. Não é apenas por ser “made in USA” que uma coisa é excelente. Não é por ser assumidamente capitalista que apoio tudo o que é americano só porque é americano e, definitivamente, não é por ser liberal que me coíbo de criticar algo relacionado com a política americana. Fazer o contrário seria equivalente aos "Viva Rusia! Viva Stalin!" que se proclamavam pelos progressistas em Espanha no período da guerra civil. A isto dá-se o nome de idolatria. Para isso, não conte comigo.
Que dirá agora, depois de ter visto que critiquei quase todos os candidatos autárquicos a Lisboa? Que sou do PCP ou do BE porque não referi os seus candidatos? Só lhe falta acusar-me de ser um marxista mascarado de capitalista.
Não sei se a Zezinha é da sua família ou sua amiga. Eu, assumidamente, não defendo as ideias da minha família nem dos meus “amigos”. Eu defendo as minhas ideias e mantenho a honestidade, à qual tento ser fiel, de não criticar as pessoas em si, mas os seus actos e ideias. Justificar as minhas palavras com um argumentum ad hominem não é certamente uma forma inteligente de formular um conceito lógico. Quando olho para o espectro político português, procuro um partido em que as minhas ideias encaixem e não vice-versa. Isto se puder existir tal partido.
Cumprimentos liberais.
---
Adenda: O meu voto pode ser executado por convicção ou por conveniência, como expressei anteriormente. Sendo liberal, estamos conversados. Não posso votar no CDS-PP por convicção. Se for para votar por conveniência, certamente não votarei em MNP porque é óbvio que não tem grandes hipóteses de ganhar, como é possível ver nestas sondagens
Sondagens Autárquicas - Autárquicas 2005
Carmona vence Lisboa, Valentim ganha Gondomar
MNP obtém resultados que variam entre os 3-5%. Como deve ser visível, apenas existem dois candidatos com possibilidades reais de ganhar e são eles MMC e CR. Ora, como eu considero MMC um mal muito maior – não tivesse eu dedicado a maior parte das minhas críticas a essa criatura – parece-me também óbvio para quem iria o meu voto, por conveniência, neste caso. Isto, claro, se não decidir votar em branco/nulo por convicção ou abster-me…por ter algo mais inteligente que fazer.
No comments:
Post a Comment