Num artigo anterior referi que, na minha opinião, não havia que mudar mentalidades mas sim consciencializar as pessoas para a realidade que as rodeia.
O Bodalo comentou-me aqui que estas ideias apresentam uma aparente contradição porque a consciencialização da realidade implica uma mudança de mentalidades.
Quando eu digo que não há que mudar mentalidades estou a referir-me, por exemplo, àquilo que tantas vezes ouço de comunistas em referência aos regimes que foram implementados mundo fora. Nenhum deles resultou em criar um regime perfeito, coisa a que se propunham se considerarmos a sua propaganda facciosa. A verdade é que estes líderes se aperceberam da sua oportunidade para exercer regimes ditatoriais. Quem disser que era apenas um “erro ideológico” destes estadistas, estará, indirectamente, a pactuar com os crimes contra a humanidade (e seus direitos mais básicos) que foram cometidos por estes mesmos revolucionários. Infelizmente, muita gente em Portugal e no mundo, continua a idolatrar estes regimes, como se eles fossem algo de base teórica sustentável mas de experiência falhada.
Cada comunista terá a sua própria teoria de como o regime comunista deverá ser implementado. Uns dirão que o marxismo-leninismo é um caminho viável (possivelmente serão estes os que continuam a defender a ditadura cubana e a dizer que Estaline era um grande homem de Estado), outros, mais diplomáticos, argumentarão em favor do chamado socialismo democrático, que pretende alcançar a sociedade socialista através do poder parlamentar. O facto de que se proclame de democrático nada garante. Basta olharmos para a última Cimeira Ibero-Americana e a atitude dos líderes de Portugal e Espanha, relativamente a embargo americano a Cuba. Na verdade, o único político que vi afirmar abertamente que as pessoas se estavam a esquecer do que era o regime cubano foi Durão Barroso. No meio de tanta cegueira, apareceu alguém que disse uma coisa minimamente sensata.
Os socialistas costumam confiar-me, na mais sincera das suas opiniões, que a sociedade só pode atingir um patamar mais elevado (o socialismo, dizem eles) quando as pessoas mudarem as suas mentalidades. A princípio não concordava com eles porque não percebia o que queriam dizer com mudar as pessoas. A persuasão pode fazer muitas coisas mas apenas se uma pessoa tiver uma predisposição natural a ser persuadida. Com o tempo acabei por entender que, invariavelmente, eles têm a razão do lado deles mas não pelas razões que tanto apregoam. Para que o socialismo funcione é realmente vital que haja uma mudança de mentalidades. Ou melhor, da própria natureza humana.
Penso que foi Fidel Castro que disse, após a quebra de produtividade nas plantações nacionalizadas devido aos salários uniformizados, que as pessoas tinham de “aprender a ser socialistas” e que as coisas não resultavam porque estas “pensavam em si mesmas” e eram materialistas. O regime cubano pedia (e pede) então mais sacrifícios pessoais em nome da sociedade. Quem já ouviu isto em Portugal, que levante o braço. Soa familiar, não soa?
Ao longo de tantos anos, continua a ouvir-se aquela crítica constante e irritante relacionada com os regimes em si, tentando mascarar o evidente. Já não seria a primeira vez que um socialista me dizia que aquilo que se observa num país onde o socialismo foi implementado “não pode ser socialismo”. Para o socialista mais distraído (eufemismo), uma sociedade assumidamente socialista não pode, evidentemente, ser socialista porque não esta a funcionar como uma verdadeira sociedade socialista! Os socialistas prometem emprego, igualdade, condições de trabalho, educação, qualidade de vida. Os socialistas prometem quase tudo mas a realidade é muito diferente e eles recusam-se a aceitar que as consequências das suas políticas têm os efeitos que se registam. Na cabeça de um socialista, olhar para o mundo e ver um regime socialista em que haja fome, desemprego e miséria significa que aquilo não pode ser socialismo. Daqui se conclui que para um socialista, o “socialismo” significa qualquer coisa entre um mundo perfeito e um paradigma utópico em que ninguém tem problemas nem há dificuldades. Um socialista nunca estará contente com nenhum regime socialista quando confrontado com a verdade dos factos, porque dirá que nenhum deles o é e certamente nunca o foi.
Constata-se (de forma teórica e experimental) que nem o socialismo nem o capitalismo podem resolver esses problemas a 100% mas é também verdade que enquanto o capitalismo reduz esses dilemas sociais, o socialismo apenas incentiva o seu agravamento. Nem vou falar da servidão. Penso que esse tema dispensa comentários.
A questão da “mudança das mentalidades” é muito pertinente mas o mais interessante é que apenas o socialismo pode reclamar a necessidade de uma. Se todas as revoluções socialistas falharam (e os próprios Estados de bem-estar verdadeiramente colapsam a dado momento) é precisamente porque algo teria de mudar para que tudo funcionasse na perfeição. Os resultados empíricos confirmam precisamente que o socialismo não é aplicável.
Existe na literatura um exemplo exímio desta condição. Não pode existir uma verdadeira distopia social em que cada um actue individualmente porque isto simplesmente não faria sentido. À semelhança do argumento de Huxley, para que esta coesão social se mantenha, há que modificar o próprio ser humano. O mais assustador, ao ler o Admirável Mundo Novo, é notar a falta de reacção das pessoas e a passividade excessiva com que tudo acontece, ainda que se saiba que os acontecimentos se verificam devido ao condicionamento genético a que os seres humanos forem submetidos de forma a que cumpram correctamente as suas “funções sociais”, será dizer, a vontade da elite (alfas) que não foi genética e psicologicamente acomodada. Por outras palavras, deixaram de ser humanos para serem robôs. Qualquer outra distopia em que exista uma governação totalitária – e que pretenda retratar de forma realista a sociedade humana – deve necessariamente incluir uma força eficazmente repressiva ou impor uma condição extra que distorça a realidade o suficiente para que os eventos façam sentido.
Não concordo, então, com a lógica de “mudar de mentalidades” porque não acredito que haja nenhuma mudança a fazer, o que, aliás, seria impossível sem uma engenharia genética controlada não se sabe por quem. Já exprimia Ayn Rand que o interesse próprio (egoísmo racional) é o que rege a acção humana. Creio que é uma forma demasiado simplificada de ver a realidade (o objectivismo pretende ser uma filosofia de vida) porque, em temas que não estejam relacionados com a economia, este termo deixa de ter muito sentido a não ser que qualquer acção altruísta se considere por “interesse próprio”, o que é verdadeiramente arrepiante. Mises procurou analisar também esta questão, concluindo que o indivíduo consciente toma uma determinada decisão com o objectivo de aumentar a sua satisfação pessoal (ou reduzir uma fonte de descontentamento), a qual não é necessariamente semelhante para outros indivíduos.
Nenhuma destas análises fala de algo bizarro em termos económicos. Ninguém vai comprar um produto na loja X se ao lado tiver uma loja Y, com o mesmo produto e a um preço mais baixo, a menos que tenha uma boa razão lógica para o fazer. Seria prejudicar-se a si próprio. Nenhum investidor vai comprar acções de uma empresa sabendo que estas vão desvalorizar permanentemente a menos que tenha uma boa razão para perder dinheiro.
Em Portugal, a maioria das pessoas é socialista. Todavia, estas acções observam-se todos os dias, incluindo vindas das socialistas, obviamente. São eles que querem negar a natureza humana, mesmo quando eles próprios não lhe escapam. Estas pessoas vivem em completa hipocrisia porque são as mesmas que se revoltam contra os ordenados pagos aos políticos embora favoreçam o proteccionismo. Revoltam-se com a subida dos impostos mas acham que a segurança social privada é um atentado. Queixam-se de que a electricidade é muito cara mas dizem que não se deve permitir que os estrangeiros possuam quotas de mercado nestas empresas porque elas constituem “sectores estratégicos”.
São estas pessoas que se contradizem a toda a hora. Um comunista meu conhecido passou uma hora a percorrer todas as casas de gelados num centro comercial. Que procurava ele? O preço mais baixo. Acabou por decidir que o preço não lhe agradava e desistiu da ideia de comer o gelado…Só faltou dizer-me, no fim, que todas as empresas de gelados deviam ser nacionalizadas, claramente, porque ele não queria gastar dinheiro. Afinal, quem são os materialistas?
Ao defender o socialismo, toda esta gente está a defender coisas que não são os seus interesses. Parecem tomadas por uma doença qualquer que não faz sentido e que os faz perder toda a racionalidade. Pior ainda, todas elas crêem estar a defender os seus interesses, quando pensam de uma forma socialista, porque foram levadas a acreditar que o socialismo é a solução para os seus problemas. Veja-se o exemplo da pobreza. O socialismo diz que tira aos ricos para dar aos pobres. A maior parte da gente considera-se pobre, por isso acha bem. O teste que eu fiz foi perguntar a estas pessoas que se consideram pobres (e se dizem socialistas) o que fariam caso se tornassem ricos. Resposta? Tiravam o dinheiro do país para o colocar num paraíso fiscal. Após a contestação deste facto, perguntei se estas pessoas achavam bem que o Estado não lhes tirasse dinheiro para redistribuir entre os pobres (quero dizer, entre os políticos e a função pública, que são todos pobres e trabalhadores). Qual foi a resposta? “Claro que não, o dinheiro é meu!”. A isto retorqui que havia uma incoerência. Se quando a pessoa era pobre achava bem roubar aos ricos e quando era rico achava mal, algo estava errado em toda aquela ideologia. A resposta geral? “Eu não sou rico, os outros é que são!”. Como se pode observar, é uma lógica perfeitamente válida. Ainda dizem que os socialistas não têm sentido de direito de propriedade privada. Claro que têm. Mas têm sentido da sua propriedade privada., não da dos outros.
Esta é a coerência que os socialistas oferecem. Portanto, como eu dizia, não há que mudar mentalidades nenhumas – a defesa do interesse próprio sempre existiu, quer se interprete como ganância, ambição ou egoísmo. O que é temível é que, ao implementar medidas socialistas, tenhamos que presenciar situações em que estas características humanas são usadas para prejudicar os outros. Ordenados e reformas astronómicos em cargos públicos. Proteccionismo. Regulação. Opressão fiscal, etc.
Num sistema capitalista aquele que ganha mais dinheiro é aquele que melhor serve os outros, caso contrário nunca ganharia tanto dinheiro. Num socialista, aquele que mais dinheiro ganha é aquele que tem um cargo elevado na função pública, aquele que tem um negócio protegido pelo Estado (contra a “invasão estrangeira”) ou o dono de um determinado sector que é demasiado regulado e por isso ninguém mais pode concorrer em tempo útil.
Não existe capitalismo selvagem. A única coisa selvagem que os humanos inventaram foi o socialismo. Isso sim é a aplicação directa da lei do mais forte pois os dirigentes usam a sua astúcia para enganar as pessoas e mantê-las na pobreza enquanto continuam a viver às suas custas.
O Bodalo comentou-me aqui que estas ideias apresentam uma aparente contradição porque a consciencialização da realidade implica uma mudança de mentalidades.
Quando eu digo que não há que mudar mentalidades estou a referir-me, por exemplo, àquilo que tantas vezes ouço de comunistas em referência aos regimes que foram implementados mundo fora. Nenhum deles resultou em criar um regime perfeito, coisa a que se propunham se considerarmos a sua propaganda facciosa. A verdade é que estes líderes se aperceberam da sua oportunidade para exercer regimes ditatoriais. Quem disser que era apenas um “erro ideológico” destes estadistas, estará, indirectamente, a pactuar com os crimes contra a humanidade (e seus direitos mais básicos) que foram cometidos por estes mesmos revolucionários. Infelizmente, muita gente em Portugal e no mundo, continua a idolatrar estes regimes, como se eles fossem algo de base teórica sustentável mas de experiência falhada.
Cada comunista terá a sua própria teoria de como o regime comunista deverá ser implementado. Uns dirão que o marxismo-leninismo é um caminho viável (possivelmente serão estes os que continuam a defender a ditadura cubana e a dizer que Estaline era um grande homem de Estado), outros, mais diplomáticos, argumentarão em favor do chamado socialismo democrático, que pretende alcançar a sociedade socialista através do poder parlamentar. O facto de que se proclame de democrático nada garante. Basta olharmos para a última Cimeira Ibero-Americana e a atitude dos líderes de Portugal e Espanha, relativamente a embargo americano a Cuba. Na verdade, o único político que vi afirmar abertamente que as pessoas se estavam a esquecer do que era o regime cubano foi Durão Barroso. No meio de tanta cegueira, apareceu alguém que disse uma coisa minimamente sensata.
Os socialistas costumam confiar-me, na mais sincera das suas opiniões, que a sociedade só pode atingir um patamar mais elevado (o socialismo, dizem eles) quando as pessoas mudarem as suas mentalidades. A princípio não concordava com eles porque não percebia o que queriam dizer com mudar as pessoas. A persuasão pode fazer muitas coisas mas apenas se uma pessoa tiver uma predisposição natural a ser persuadida. Com o tempo acabei por entender que, invariavelmente, eles têm a razão do lado deles mas não pelas razões que tanto apregoam. Para que o socialismo funcione é realmente vital que haja uma mudança de mentalidades. Ou melhor, da própria natureza humana.
Penso que foi Fidel Castro que disse, após a quebra de produtividade nas plantações nacionalizadas devido aos salários uniformizados, que as pessoas tinham de “aprender a ser socialistas” e que as coisas não resultavam porque estas “pensavam em si mesmas” e eram materialistas. O regime cubano pedia (e pede) então mais sacrifícios pessoais em nome da sociedade. Quem já ouviu isto em Portugal, que levante o braço. Soa familiar, não soa?
Ao longo de tantos anos, continua a ouvir-se aquela crítica constante e irritante relacionada com os regimes em si, tentando mascarar o evidente. Já não seria a primeira vez que um socialista me dizia que aquilo que se observa num país onde o socialismo foi implementado “não pode ser socialismo”. Para o socialista mais distraído (eufemismo), uma sociedade assumidamente socialista não pode, evidentemente, ser socialista porque não esta a funcionar como uma verdadeira sociedade socialista! Os socialistas prometem emprego, igualdade, condições de trabalho, educação, qualidade de vida. Os socialistas prometem quase tudo mas a realidade é muito diferente e eles recusam-se a aceitar que as consequências das suas políticas têm os efeitos que se registam. Na cabeça de um socialista, olhar para o mundo e ver um regime socialista em que haja fome, desemprego e miséria significa que aquilo não pode ser socialismo. Daqui se conclui que para um socialista, o “socialismo” significa qualquer coisa entre um mundo perfeito e um paradigma utópico em que ninguém tem problemas nem há dificuldades. Um socialista nunca estará contente com nenhum regime socialista quando confrontado com a verdade dos factos, porque dirá que nenhum deles o é e certamente nunca o foi.
Constata-se (de forma teórica e experimental) que nem o socialismo nem o capitalismo podem resolver esses problemas a 100% mas é também verdade que enquanto o capitalismo reduz esses dilemas sociais, o socialismo apenas incentiva o seu agravamento. Nem vou falar da servidão. Penso que esse tema dispensa comentários.
A questão da “mudança das mentalidades” é muito pertinente mas o mais interessante é que apenas o socialismo pode reclamar a necessidade de uma. Se todas as revoluções socialistas falharam (e os próprios Estados de bem-estar verdadeiramente colapsam a dado momento) é precisamente porque algo teria de mudar para que tudo funcionasse na perfeição. Os resultados empíricos confirmam precisamente que o socialismo não é aplicável.
Existe na literatura um exemplo exímio desta condição. Não pode existir uma verdadeira distopia social em que cada um actue individualmente porque isto simplesmente não faria sentido. À semelhança do argumento de Huxley, para que esta coesão social se mantenha, há que modificar o próprio ser humano. O mais assustador, ao ler o Admirável Mundo Novo, é notar a falta de reacção das pessoas e a passividade excessiva com que tudo acontece, ainda que se saiba que os acontecimentos se verificam devido ao condicionamento genético a que os seres humanos forem submetidos de forma a que cumpram correctamente as suas “funções sociais”, será dizer, a vontade da elite (alfas) que não foi genética e psicologicamente acomodada. Por outras palavras, deixaram de ser humanos para serem robôs. Qualquer outra distopia em que exista uma governação totalitária – e que pretenda retratar de forma realista a sociedade humana – deve necessariamente incluir uma força eficazmente repressiva ou impor uma condição extra que distorça a realidade o suficiente para que os eventos façam sentido.
Não concordo, então, com a lógica de “mudar de mentalidades” porque não acredito que haja nenhuma mudança a fazer, o que, aliás, seria impossível sem uma engenharia genética controlada não se sabe por quem. Já exprimia Ayn Rand que o interesse próprio (egoísmo racional) é o que rege a acção humana. Creio que é uma forma demasiado simplificada de ver a realidade (o objectivismo pretende ser uma filosofia de vida) porque, em temas que não estejam relacionados com a economia, este termo deixa de ter muito sentido a não ser que qualquer acção altruísta se considere por “interesse próprio”, o que é verdadeiramente arrepiante. Mises procurou analisar também esta questão, concluindo que o indivíduo consciente toma uma determinada decisão com o objectivo de aumentar a sua satisfação pessoal (ou reduzir uma fonte de descontentamento), a qual não é necessariamente semelhante para outros indivíduos.
Nenhuma destas análises fala de algo bizarro em termos económicos. Ninguém vai comprar um produto na loja X se ao lado tiver uma loja Y, com o mesmo produto e a um preço mais baixo, a menos que tenha uma boa razão lógica para o fazer. Seria prejudicar-se a si próprio. Nenhum investidor vai comprar acções de uma empresa sabendo que estas vão desvalorizar permanentemente a menos que tenha uma boa razão para perder dinheiro.
Em Portugal, a maioria das pessoas é socialista. Todavia, estas acções observam-se todos os dias, incluindo vindas das socialistas, obviamente. São eles que querem negar a natureza humana, mesmo quando eles próprios não lhe escapam. Estas pessoas vivem em completa hipocrisia porque são as mesmas que se revoltam contra os ordenados pagos aos políticos embora favoreçam o proteccionismo. Revoltam-se com a subida dos impostos mas acham que a segurança social privada é um atentado. Queixam-se de que a electricidade é muito cara mas dizem que não se deve permitir que os estrangeiros possuam quotas de mercado nestas empresas porque elas constituem “sectores estratégicos”.
São estas pessoas que se contradizem a toda a hora. Um comunista meu conhecido passou uma hora a percorrer todas as casas de gelados num centro comercial. Que procurava ele? O preço mais baixo. Acabou por decidir que o preço não lhe agradava e desistiu da ideia de comer o gelado…Só faltou dizer-me, no fim, que todas as empresas de gelados deviam ser nacionalizadas, claramente, porque ele não queria gastar dinheiro. Afinal, quem são os materialistas?
Ao defender o socialismo, toda esta gente está a defender coisas que não são os seus interesses. Parecem tomadas por uma doença qualquer que não faz sentido e que os faz perder toda a racionalidade. Pior ainda, todas elas crêem estar a defender os seus interesses, quando pensam de uma forma socialista, porque foram levadas a acreditar que o socialismo é a solução para os seus problemas. Veja-se o exemplo da pobreza. O socialismo diz que tira aos ricos para dar aos pobres. A maior parte da gente considera-se pobre, por isso acha bem. O teste que eu fiz foi perguntar a estas pessoas que se consideram pobres (e se dizem socialistas) o que fariam caso se tornassem ricos. Resposta? Tiravam o dinheiro do país para o colocar num paraíso fiscal. Após a contestação deste facto, perguntei se estas pessoas achavam bem que o Estado não lhes tirasse dinheiro para redistribuir entre os pobres (quero dizer, entre os políticos e a função pública, que são todos pobres e trabalhadores). Qual foi a resposta? “Claro que não, o dinheiro é meu!”. A isto retorqui que havia uma incoerência. Se quando a pessoa era pobre achava bem roubar aos ricos e quando era rico achava mal, algo estava errado em toda aquela ideologia. A resposta geral? “Eu não sou rico, os outros é que são!”. Como se pode observar, é uma lógica perfeitamente válida. Ainda dizem que os socialistas não têm sentido de direito de propriedade privada. Claro que têm. Mas têm sentido da sua propriedade privada., não da dos outros.
Esta é a coerência que os socialistas oferecem. Portanto, como eu dizia, não há que mudar mentalidades nenhumas – a defesa do interesse próprio sempre existiu, quer se interprete como ganância, ambição ou egoísmo. O que é temível é que, ao implementar medidas socialistas, tenhamos que presenciar situações em que estas características humanas são usadas para prejudicar os outros. Ordenados e reformas astronómicos em cargos públicos. Proteccionismo. Regulação. Opressão fiscal, etc.
Num sistema capitalista aquele que ganha mais dinheiro é aquele que melhor serve os outros, caso contrário nunca ganharia tanto dinheiro. Num socialista, aquele que mais dinheiro ganha é aquele que tem um cargo elevado na função pública, aquele que tem um negócio protegido pelo Estado (contra a “invasão estrangeira”) ou o dono de um determinado sector que é demasiado regulado e por isso ninguém mais pode concorrer em tempo útil.
Não existe capitalismo selvagem. A única coisa selvagem que os humanos inventaram foi o socialismo. Isso sim é a aplicação directa da lei do mais forte pois os dirigentes usam a sua astúcia para enganar as pessoas e mantê-las na pobreza enquanto continuam a viver às suas custas.
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