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Wednesday, January 18, 2006

Nação, Estado, «Bem comum»

O dia dos dois patinhos de José Manuel Moreira

O que distingue o pequeno do grande político é que este sabe que a verdadeira realidade é a Nação e não o Estado.

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A anunciada falência do sistema de segurança social é apenas o último contributo para o fim do mito do futuro garantido pelo Estado. O mito do Estado perfeito. Ora um Estado é perfeito quando, atribuindo a si mesmo o mínimo de vantagens imprescindíveis, contribui para que a Nação se aperfeiçoe, ao encontrar instituições que consigam favorecer o máximo rendimento vital (vital, não só civil) de cada cidadão.

Foi a substituição de um Estado favorável ao bem comum por um Estado comprometido e participante activo na concertação de interesses, que levou ao progressivo alheamento da vida política de quem tem espírito de árbitro e atraiu os especialistas em batota.

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O bem comum não coincide com o interesse público, que é o interesse do Governo, o qual pode inclusive ser contrário àquele. Daí a tensão entre os interesses dos indivíduos e os interesses do Governo. O que justifica o velho costume inglês de considerar o Governo como representando um interesse oposto ao do indivíduo. Explica-se assim o previsível equilíbrio entre os dois lados – alegre e triste – da votação nos candidatos socialistas.

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O que distingue o pequeno do grande político é que este sabe que a verdadeira realidade é a Nação e não o Estado (ou o Governo). Daí que a grande política seja sempre, em certo sentido, "conservadora". Visando preservar a saúde e vitalidade da sociedade civil, não os interesses de quem vive a partir do Estado.

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