"La libertad, Sancho, es uno de los más preciosos dones que a los hombres dieron los cielos; con ella no pueden igualarse los tesoros que encierra la tierra ni el mar encubre; por la libertad, así como por la honra, se puede y debe aventurar la vida, y, por el contrario, el cautiverio es el mayor mal que puede venir a los hombres."-- "El ingenioso caballero don Quijote de la Mancha", capítulo LVIII
Num país longínquo e bizarro chamado... Espanha, aconteceu recentemente uma coisa completamente impossível e impensável. Um dono de empresa (porco capitalista, egoísta, sorvedouro do lucro, explorador dos direitos dos trabalhadores...) recusou-se a prestar um serviço simplesmente porque não concordava com o seu cliente.
Isto vai completamente contra a teoria típica dos estatistas, que defendem que os privados não têm um mínimo de ética e princípios morais. Surpreendentemente, por alguma razão misteriosa, estes mesmos estatistas julgam que os representantes governamentais são excelentes pessoas, tocadas, provavelmente, por uma bênção divina e logo, imunes a todos esses "problemas" que afectam a espécie humana.
A transportadora MRW foi contactada pelo governo espanhol para transportar os arquivos de Salamanca, que contêm documentos sobre a Guerra Civil Espanhola (GCE) de 1936-1939. Esta Guerra, a qual já dizia o historiador britânico Paul Johnson (outro convertido da extrema-esquerda) ter sido provavelmente, o acontecimento do séc. XX sobre o qual se escreveram mais mentiras, impediu que Espanha fosse literalmente vendida à URSS. Um erro incrivelmente frequente, apenas com a intenção de atacar a época da ditadura franquista, é falar da GCE esquecendo por completo o contexto histórico da questão. Talvez se, em Portugal, se compreendesse esta pequena particularidade, não houvesse tanta admiração com o protesto de centenas de madrilenos contra a retirada da estátua de Francisco Franco. Certamente, seria ingénuo pensar que todos os protestantes tinham as mesmas razões para se sentirem indignados mas mais ingénuo seria ainda pensar que era preferível ter, no mesmo lugar, uma estátua de Estaline a reluzir ao sol.
A MRW foi, portanto, contratada para transportar os importantes arquivos da GCE que se encontravam em Salamanca para a Catalunha, a pedido de partidos nacionalistas de extrema-esquerda como o Esquerra Republicana de Catalunya (ERC) em 2005. O governo socialista de Zapatero, como seria de esperar, acedeu. Ainda assim, não fosse Espanha o país d'El ingenioso hidalgo/caballero Don Quixote de la Mancha, há valores que falam mais alto do que o vil metal:
El propio Ministerio se puso en contacto a primera hora de la mañana de ayer con la empresa de transportes, encargada habitual de realizar los envíos de la cartera de Cultura en todo el territorio nacional, para llevar a cabo, a la mayor brevedad posible, una estimación acerca del tiempo necesario para poder introducir en una de las furgonetas de reparto de la empresa las 507 cajas en las que se custodian los documentos de la Generalitat republicana.
Sin embargo,según recoge el diario TRIBUNA DE SALAMANCA, "a pesar de que MRW es la empresa que gestiona una buena parte de los envíos que realiza el Ministerio de Cultura, la propia empresa, a través de su franquiciado en Salamanca se ha negado a llevar a cabo el traslado de las cajas de la discordia. Entre los motivos apuntados se encuentran tanto las ideas personales del representante de MRW en Salamanca como el hecho de que, una vez se produjera el traslado de la documentación catalana, se pudieran reproducir episodios de violencia o de represalias contra la empresa de transportes."
O mundo está cheio de economicistas (geralmente, socialistas) que julgam que a dimensão humana se reduz a um número ou que as suas facetas podem ser limitadas ao aspecto económico das relações interpessoais. Enganam-se profundamente. O carácter económico é parte integrante da acção humana e pode ajudar a compreendê-la mas nem todas a actividade humana tem como causa primária o interesse económico. O ser humano é muito mais do que isso e tentar simplificá-lo geralmente resulta numa compreensão bastante errónea da realidade.
(via Helmántica Libertas, através de um comentário do Çamorano)
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