Recentemente, recebi um e-mail de um colega meu que estuda Ciência Política e Relações Internacionais no qual este me alertava para que ao pesquisar no google por "failure", se podia ver, ao clicar em "Sinto-me com sorte", esta página da Casa Branca com a biografia de George W. Bush.
Muito gracioso, de facto. Confesso que de início toda esta panóplia de chalaças sobre o presidente americano poderia fazer o seu sentido, coisa típica da sátira política. Quem já viu programas como o Contra-Informação sabe do que estou a falar. Podem surgir sátiras com Bush como visado mas também é frequente que se goze com a ideologia marxista ou se critique o clientelismo dos restantes partidos políticos. Em geral, na sociedade, isto não acontece. Uma piadinha sobre Francisco Louçã é normalmente vista com desinteresse e frequentemente com incompreensão, quer da piada em si, quer pela razão da piada. É praticamente impossível fazer graçolas com comunistas uma vez que se é quase de imediato apontado como fascista e inimigo dos pobres. Já a mínima observação mordaz acerca de George W. Bush - por exemplo, dizer que se parece a um símio - causa risota pegada durante vários minutos. Não tem de ser uma ironia com lógica, basta que seja qualquer coisa entre o escatológico e o visceral, tem efeito quase instantâneo.
Como se pode ouvir/ler regularmente, o próprio Geroge W. Bush é apontado diversas vezes como fascista, tendo também merecido a comparação a Adolf Hitler, a forma mais fácil de fazer política. O mais irónico, embora, desta vez, sem qualquer objectivo directo de ironia, é que esta gente consegue acertar mais ou menos no alvo ainda que não seja a sua principal intenção. Ao criticarem George Bush, hiperbolizando as expressões utilizadas, acabam por se ridicularizar a si mesmos.
De um certo prisma, Bush pode realmente ser considerado um versão de fascista. Basta que nos lembremos de análises acerca do gasto público, que o comparemos a anteriores presidentes dos EUA ou que leiamos por aqui algumas coisas. Se não quisermos ir tão longe, podemos dar uma vista de olhos ao que diz o Andrew Sullivan no Sunday Times de há uns meses atrás. Com tantas credenciais, começa a parecer natural que alguém o chame de fascista. Mas porque haveriam os verdadeiros fascistas de chamar fascista a George Bush, como se isto, porventura, até fosse uma coisa insultuosa? É evidente. Eles não fazem a mínima ideia do que é o fascismo. É por essa razão que não percebem que se estão a denegrir a si próprios.
Esta pequena rábula faz lembrar as já tradicionais afirmações de Jerónimo de Sousa em referência às políticas de direita (hoje, mais uma vez) dos sucessivos governos do Partido $ocialista. Em Portugal, realmente, a direita dificilmente se distingue da esquerda em termos de política económica. Assim sendo, é natural que Portugal seja um país socialista, ou seja, de "políticas de direita", que apoiam e até estimulam a existência de um Estado interventivo e proteccionista.
À semelhança do caso de Bush, o autor das críticas aponta falaciosamente como defeito algo que ele próprio defende (mais) avidamente, ainda que mascarado por uma capa semântica de conceitos aparentemente distintos mas essencialmente iguais.
Muito gracioso, de facto. Confesso que de início toda esta panóplia de chalaças sobre o presidente americano poderia fazer o seu sentido, coisa típica da sátira política. Quem já viu programas como o Contra-Informação sabe do que estou a falar. Podem surgir sátiras com Bush como visado mas também é frequente que se goze com a ideologia marxista ou se critique o clientelismo dos restantes partidos políticos. Em geral, na sociedade, isto não acontece. Uma piadinha sobre Francisco Louçã é normalmente vista com desinteresse e frequentemente com incompreensão, quer da piada em si, quer pela razão da piada. É praticamente impossível fazer graçolas com comunistas uma vez que se é quase de imediato apontado como fascista e inimigo dos pobres. Já a mínima observação mordaz acerca de George W. Bush - por exemplo, dizer que se parece a um símio - causa risota pegada durante vários minutos. Não tem de ser uma ironia com lógica, basta que seja qualquer coisa entre o escatológico e o visceral, tem efeito quase instantâneo.
Como se pode ouvir/ler regularmente, o próprio Geroge W. Bush é apontado diversas vezes como fascista, tendo também merecido a comparação a Adolf Hitler, a forma mais fácil de fazer política. O mais irónico, embora, desta vez, sem qualquer objectivo directo de ironia, é que esta gente consegue acertar mais ou menos no alvo ainda que não seja a sua principal intenção. Ao criticarem George Bush, hiperbolizando as expressões utilizadas, acabam por se ridicularizar a si mesmos.
De um certo prisma, Bush pode realmente ser considerado um versão de fascista. Basta que nos lembremos de análises acerca do gasto público, que o comparemos a anteriores presidentes dos EUA ou que leiamos por aqui algumas coisas. Se não quisermos ir tão longe, podemos dar uma vista de olhos ao que diz o Andrew Sullivan no Sunday Times de há uns meses atrás. Com tantas credenciais, começa a parecer natural que alguém o chame de fascista. Mas porque haveriam os verdadeiros fascistas de chamar fascista a George Bush, como se isto, porventura, até fosse uma coisa insultuosa? É evidente. Eles não fazem a mínima ideia do que é o fascismo. É por essa razão que não percebem que se estão a denegrir a si próprios.
Esta pequena rábula faz lembrar as já tradicionais afirmações de Jerónimo de Sousa em referência às políticas de direita (hoje, mais uma vez) dos sucessivos governos do Partido $ocialista. Em Portugal, realmente, a direita dificilmente se distingue da esquerda em termos de política económica. Assim sendo, é natural que Portugal seja um país socialista, ou seja, de "políticas de direita", que apoiam e até estimulam a existência de um Estado interventivo e proteccionista.
À semelhança do caso de Bush, o autor das críticas aponta falaciosamente como defeito algo que ele próprio defende (mais) avidamente, ainda que mascarado por uma capa semântica de conceitos aparentemente distintos mas essencialmente iguais.
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