Lembro-me perfeitamente de que, quando via Paulo Portas associado a qualquer símbolo nacional, várias pessoas que me rodeavam não conseguiam evitar uns comentários quaisquer relativos ao fascismo e às suas evidentes relações com o patriotismo e o nacionalismo. Há uns anos atrás, uma pessoa não podia sequer dizer qualquer coisa de boa relativamente a Portugal, sem ser imediatamente olhada como se fosse um defensor de Mussolini. Quero dizer, de Salazar. Eu gosto d'A Portuguesa. "És mesmo fascista!", saltava logo alguém. A nossa bandeira é bastante bonita, já reparaste? "Fogo! És fascista?". A única coisa que escapou a esta ceifada foi mesmo a Selecção Nacional, a qual é natural apoiar. Até mesmo falar da História de Portugal com um certo orgulho, da cultura portuguesa com um certo interesse nato, da etnografia com uma certa identificação, era suspeitamente mal visto. Falar de uma genética portuguesa não era porque as pessoas não sabiam o que era a genética.
Quando tinha talvez uns 5 ou 6 anos (foi há umas semanas atrás, como é óbvio), uma vez, comecei a cantarolar o hino nacional no carro dos meus pais. A minha mãe virou-se para o meu pai e disse, achando a situação muito graciosa, "já viste como ele é fascista?". Eu não percebi muito bem se o comentário era um elogio mas pela cara da minha mãe, assumi que sim. E, afinal, até era mesmo.
Estas coisas não aconteciam apenas cá fora, na vida quotidiana. Os comentadores da comunicação social também não deixavam de associar imediatamente qualquer símbolo nacional exposto com ideologias fascistas. Mesmo assim, há uns dias, vi Jerónimo de Sousa e militantes do PCP todos felizes e alegres a cantar o hino nacional, de forma muito patriótica, como se estivessem até comovidos. Ninguém os chamou de fascistas. Os portugueses já não são o que eram? Já não gostam de insultar e chamar nomes? Ao menos que os chamassem de comunistas, eu já ficava contente.
Quando tinha talvez uns 5 ou 6 anos (foi há umas semanas atrás, como é óbvio), uma vez, comecei a cantarolar o hino nacional no carro dos meus pais. A minha mãe virou-se para o meu pai e disse, achando a situação muito graciosa, "já viste como ele é fascista?". Eu não percebi muito bem se o comentário era um elogio mas pela cara da minha mãe, assumi que sim. E, afinal, até era mesmo.
Estas coisas não aconteciam apenas cá fora, na vida quotidiana. Os comentadores da comunicação social também não deixavam de associar imediatamente qualquer símbolo nacional exposto com ideologias fascistas. Mesmo assim, há uns dias, vi Jerónimo de Sousa e militantes do PCP todos felizes e alegres a cantar o hino nacional, de forma muito patriótica, como se estivessem até comovidos. Ninguém os chamou de fascistas. Os portugueses já não são o que eram? Já não gostam de insultar e chamar nomes? Ao menos que os chamassem de comunistas, eu já ficava contente.
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