Há uns dias ouvia na televisão Mário Soares a dizer que Cavaco Silva era o candidato da direita mas se apresentava com um discurso de esquerda. Soares explicitava que um discurso de esquerda era uma preocupação com a pobreza e com o desemprego. É assim que se formam mitos e estereótipos através de uma tergiversação da realidade, já que isto significa que alguém de direita não tem como objectivo reduzir estes dois factores. Há uns meses, já outra cantora famosa portuguesa havia dito que era uma rapariga do povo e, logo, de esquerda.
No debate entre Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã, Louçã voltou a frisar novamente que George W. Bush até tinha admitido que todas as suas justificações para a "invasão" do Iraque eram "falsas". No mesmo canal, RTP, a notícia havia passado e nela Bush dizia que as justificações eram "erradas", sendo que o tradutor imparcial da RTP achou por bem conotá-las de um carácter marxista, interpretando a palavra como "falsas". De F. Louçã, nem uma única menção aos crimes hediondos cometidos por Saddam Hussein. Nem uma referência às eleições democráticas no Iraque ou sequer ao julgamento do tirano. O que importa é repetir constantemente o slogan anti-guerra, independentemente da situação. Bush é igual a Hitler, já o dizia Pinter. Saddam Hussein não importa.
Pessoalmente, já fui confrontado com confusões de todo o género. Para muita gente, falar de liberdade é ser de esquerda (relembrar a linguagem do Komintern contra o fascismo, coisa de direita), defender o ambiente, os direitos das mulheres, a solidariedade é, evidentemente, de esquerda. Ser uma pessoa culta ou defender a cultura é ser, claramente, de esquerda.
Há alguma coisa boa que a esquerda não cubra e que não seja exclusivamente sua? Se a esquerda é dominante e é assim tão esplendorosa, o que justifica tantos males no mundo?
Se a direita não oferece vantagens algumas porque é que nos regimes liberais (liberais, entenda-se, vem de liberdade) o desemprego e a pobreza são menores? Porque é que os países se tornam monstros tecnológicos e o conhecimento floresce?
A resposta para todas estas questões reside nas falácias fétidas do discurso socialista. Os seus regimes prolongam a pobreza e estagnam o desenvolvimento dos países, aumentam o desemprego e proporcionam a possibilidade de formação de oligarquias. A manipulação linguística e ideológica socialista é tão flexível ao ponto de ser a favor do multiculturalismo e, apoiar, directa ou indirectamente, as atrocidades que se cometem no mundo islâmico contra a mulher. O próprio terrorismo islâmico é, por vezes, justificado já que a culpa é sempre do Homem branco. A incapacidade da esquerda em compreender os conceitos de responsabilidade individual leva-a a ter um complexo pela sua própria atitude, relativizando os acontecimentos e atribuindo a culpa de todos os males à nossa civilização.
Mário Soares dizia também, há dias, que os que querem destruir o Estado Social andam por aí, aqueles que pedem a toda a hora a redução da máquina estatal. Isto é bom, muito bom. Já somos mencionados nas notícias. Só não entendi a que Estado "Social" se refere Mário Soares. Em Portugal, a actual taxa de desemprego é de quase 8% (para quê falar de desemprego? Um liberal não se importa com isso, não é verdade?). A grande maioria dos comerciantes que conheço está em situação financeira muito precária porque o poder de compra não cresce mas os impostos, esses sim, aumentam sem parar. Começa-se finalmente a dizer e a entender que "andam a trabalhar para alimentar o Estado".
Que maravilha de paraíso é este o vosso, de onde toda a gente deseja fugir a sete pés? Quanto tempo teremos de esperar até que a esquerda, sempre com soluções democráticas, decida construir um muro de Berlim na fronteira com Espanha?
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