PCP considera plano «gravíssimo»
1. O lucro é maléfico (obra do demo);
2. O Estado encontra-se isento de condenações de ordem divina e outras excomunhões já que é uma entidade laica, logo o lucro, neste caso, já é bom porque até cobre os ordenados dos funcionários públicos incluindo, claro, os deputados, as campanhas dos partidos políticos e outras aventuras extremamente vitais para a sua saúde democrática e parlamentar do país;
3. Privatizar é gravíssimo. Excepto quando se está no governo e se pode ficar directamente com as receitas de tais operações. Quando não se está, é um atentado aos direitos sociais e às receitas a longo prazo do Estado;
4. As empresas são estratégicas mas têm permanecido nas mãos do Estado. Ora, se são assim tão estratégicas deviam estar nas mãos de privados para que pudessem regular-se de acordo com as regras do mercado e servir os interesses dos clientes e não os de directores e conselhos de administração que até são nomeados pelo governo. Para além de ser um mau gestor por natureza, o Estado não se importa muito com os défices financeiros das empresas públicas. Há sempre de onde tirar dinheiro para injectar livremente se for necessário;
5. Percebe-se que, efectivamente, as empresas são estratégicas. Mas são estratégicas para os interesses do Estado, não para os dos consumidores, daí que os partidos políticos, que sobrevivem a partir do Estado, vejam com inúmeras reticências a sua privatização;
6. O PCP teme que as empresas ditas estratégicas e lucrativas caiam em mãos estrangeiras. Para um partido que se espera de esquerda clássica e defensor da igualdade isto é bastante pobre ideologicamente, já para não dizer totalmente incoerente. Então, passa-se a vida a defender que somos todos iguais e não devemos discriminar as pessoas de outras raças e nacionalidades para depois vir um representante comunista dizer que é grave que empresas lucrativas e estratégicas passem para mãos estrangeiras?;
7. Aguardarei com expectativa os próximos dias na esperança de ouvir um desmentido, por parte da direcção do PCP. Talvez fosse boa ideia que Jerónimo de Sousa fizesse um pedido de desculpas oficial não vá a uma televisão árabe qualquer traduzir as declarações deste deputado para que depois todo o mundo islâmico fique a pensar que era uma indirecta para eles;
8. Deveríamos dar-nos por agraciados já que estamos a assistir a um momento histórico. A concretizar-se esta atitude com a conivência das demais figuras representativas do partido, o PCP acaba de se destacar definitivamente da linha que o separa do Bloco de Esquerda para passar a competir directamente no mercado das ideias com o mesmo público-alvo do PNR.
"Por sua vez, os partidos de esquerda ficaram preocupados com os planos do Governo. O PCP classificou o programa de privatizações como «gravíssimo», considerando que o Estado deveria continuar a manter um papel importante em empresas que são lucrativas.Conclusões (ou lá perto):
«Vão passar para mãos estrangeiras empresas lucrativas e estratégicas», adiantou o deputado do PCP, Honório Novo, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República."
1. O lucro é maléfico (obra do demo);
2. O Estado encontra-se isento de condenações de ordem divina e outras excomunhões já que é uma entidade laica, logo o lucro, neste caso, já é bom porque até cobre os ordenados dos funcionários públicos incluindo, claro, os deputados, as campanhas dos partidos políticos e outras aventuras extremamente vitais para a sua saúde democrática e parlamentar do país;
3. Privatizar é gravíssimo. Excepto quando se está no governo e se pode ficar directamente com as receitas de tais operações. Quando não se está, é um atentado aos direitos sociais e às receitas a longo prazo do Estado;
4. As empresas são estratégicas mas têm permanecido nas mãos do Estado. Ora, se são assim tão estratégicas deviam estar nas mãos de privados para que pudessem regular-se de acordo com as regras do mercado e servir os interesses dos clientes e não os de directores e conselhos de administração que até são nomeados pelo governo. Para além de ser um mau gestor por natureza, o Estado não se importa muito com os défices financeiros das empresas públicas. Há sempre de onde tirar dinheiro para injectar livremente se for necessário;
5. Percebe-se que, efectivamente, as empresas são estratégicas. Mas são estratégicas para os interesses do Estado, não para os dos consumidores, daí que os partidos políticos, que sobrevivem a partir do Estado, vejam com inúmeras reticências a sua privatização;
6. O PCP teme que as empresas ditas estratégicas e lucrativas caiam em mãos estrangeiras. Para um partido que se espera de esquerda clássica e defensor da igualdade isto é bastante pobre ideologicamente, já para não dizer totalmente incoerente. Então, passa-se a vida a defender que somos todos iguais e não devemos discriminar as pessoas de outras raças e nacionalidades para depois vir um representante comunista dizer que é grave que empresas lucrativas e estratégicas passem para mãos estrangeiras?;
7. Aguardarei com expectativa os próximos dias na esperança de ouvir um desmentido, por parte da direcção do PCP. Talvez fosse boa ideia que Jerónimo de Sousa fizesse um pedido de desculpas oficial não vá a uma televisão árabe qualquer traduzir as declarações deste deputado para que depois todo o mundo islâmico fique a pensar que era uma indirecta para eles;
8. Deveríamos dar-nos por agraciados já que estamos a assistir a um momento histórico. A concretizar-se esta atitude com a conivência das demais figuras representativas do partido, o PCP acaba de se destacar definitivamente da linha que o separa do Bloco de Esquerda para passar a competir directamente no mercado das ideias com o mesmo público-alvo do PNR.
No comments:
Post a Comment