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Wednesday, May 10, 2006

Como é o mundo...


A casa onde nasceu Karl Marx - que viveu muitos anos na capitalista Inglaterra e lá pereceu, à semelhança do seu amigo e filho da (mesma) luta, Friederich Engels* - está transformada num adro de malvadas doninhas capitalistas sociais-democratas. Pobre Marx [adjectivo no posicionamento sintáctico e semântico correcto].

O amigo Marx, nascido na pequena cidade de Trier, perto da fronteira com o Luxemburgo - outro país onde o comunismo sempre floresceu como na RFA - certamente nunca terá pensado que o seu desgraçado leito de nascimento poderia vir a gerar riqueza em vez de a distribuir (ao menos em teoria) coercivamente (na prática, sempre, com ou sem redistribuição) mas a verdade é que o está a fazer.

O Marginal Revolution referia recentemente um artigo publicado no New York Times sobre o lucro astronomicamente obsceno (peço desculpa ao João Miranda) que os proprietários de tal imóvel (o SPD) têm obtido com a exploração do negócio. Não só eles, já que como o fluxo de turistas que visita a cidade é imenso, todo o sector de serviços tem alterado alguns dos seus padrões culturais para atender satisfatoriamente os clientes. E pergunta o caro leitor: De onde vem tanto turista?

Ora bem, ironicamente, da China. Diz-se ironicamente porque estamos a falar da mesma China de Mao mas que da China de Mao tem cada vez menos. Uma parte significativa possui já dinheiro para viajar à sua vontade:

"Years ago, state visitors from China used to come to see the Marx House," said Robert Noll, chief of the Trier Tourist Development office. "They would spend a couple of hours, take a picture and then leave. But in the late 1990's, when Chinese tourism picked up in Europe, we saw the opportunity."


Que coisa tão horrível é dar às pessoas aquilo que elas desejam, tais como o capitalismo ao serviço da divulgação do comunismo em todas as frentes. As declarações de uma das entrevistadas demonstram isto mesmo, não deixando dúvidas sobre os seus problemas psicológicos em distinguir as relações causa-efeito:

"If Europe had been the same in Marx's time as it is now, there would have been no Marxism," she said. "But there was a big difference in Marx's day between the rich and the poor. And if China in the past was like China is now, we wouldn't have had any need for Marxism either."

"But China was very, very poor," said the woman, who did not give her name. "And if we hadn't had Marxism, we wouldn't be the way we are today."

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* Esta presença dos comunistas e afins em solo inimigo é perfeitamente justificável pela necessidade de combater o vírus liberal desde dentro. Aliás, deve ser a razão pela qual Louçã também diz que gostaria de viver nos EUA. Qualquer tentativa de atribuição de tais declarações/acções às diferenças de qualidade de vida entre os demais países é totalmente infundada. Aliás, é uma verdade estatística que, por exemplo, todos os americanos fogem para o México e todos os espanhóis para Marrocos.

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