Consta que o meu pequeno apontamento sobre a absurdidade das últimas propostas relativamente ao affair Ettore Majorana foi referido na secção de ciência do Público e que o autor de tal proeza foi nada mais nada menos do que o Filipe Moura. Obviamente que agradeço e até reconheço a honestidade profissional em questão, tendo em conta a extrema importância que o Filipe parece querer dar ao facto de por aqui se partilharem visões antagónicas de política/economia. Contudo, o Filipe Moura publicou hoje o artigo no blogue e parece querer também provar alguma coisa no que diz respeito ao que tem andado a ser discutido sobre a Dia D nos últimos dias.
No que toca à Dia D propriamente dita, deveria ser do conhecimento geral que as entidades responsáveis pela sua publicação são privadas (Público/Money Media) e, como é óbvio, devem ser elas a decidir qual a linha editorial que desejam seguir, uma vez que não estão obrigadas a ser condescendentes com as tendências de opinião das outras publicações, nem os textos pessoais de cada um dos colaboradores vinculam a revista no que toca às suas posições particulares.
Felizmente, não parece existir uma comissão central que decida o plano estratégico a executar, nem quais as quantidades de cada ração opinativa a distribuir por unidade geográfica de distribuição jornalística, proveniente de cada autor, de acordo com a sua habilidade, e para cada um dos leitores, de acordo com a sua necessidade. Reconheço que é incómodo, fica tudo mais contra-revolucionário e difícil de gerir a partir de um gabinete que supostamente teria controlo sobre todas as decisões. Ainda assim, certamente que o Filipe não nos vê a criticar o facto de publicações de cariz privado como o Avante! (irónico, não?) não terem nas suas colunas a opinião de um insurgente ou blasfemo em vez destes elogios destacados a Fidel Castro. Semelhante observação é absolutamente válida para tantas outras revistas independentes e com total exclusividade sobre os seus próprios conteúdos, que são precisamente o fruto desta multiplicidade de centros de decisão gerada pela combinação entre a liberdade de imprensa e a detenção da propriedade privada sobre estes mesmos meios.
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1. Quanto ao à ironia do João Miranda, não me parece que a menção do artigo sobre Majorana seja de todo relevante porque, quando muito, tal coisa só serve para demonstrar que fazia sentido. De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo comentário do João, nenhuma das secções é propriamente pluralista, verificando-se ciência credível de um lado e economia credível do outro. Não vejo que tenha sido uma piada demasiado complexa.
2. O AAA tomou o cuidado de reproduzir um comentário meu feito nas caixas d'O Insurgente que resume o que penso acerca da situação e das acusações de falta de pluralismo. Verdade seja dita, se a Dia D é pouco pluralista, que dizer de canais como a RTP, que se trata supostamente de uma estação pública directamente financiada com os impostos dos contribuintes portugueses? (ao contrário da Dia D, que decerto está infinitamente mais dependente do seu sucesso no mercado). Curiosamente, vê-se pouca gente a incomodar-se com isto, tirando as pessoas do costume e aqueles que julgam que esta devia ser ainda menos pluralista.
3. Para além de ficar por explicar como é que um "antiesquerdista primário" tão exacerbado pode frequentar um curso que dá pelo pouco sugestivo nome de ... LEFT, como estagiário de jornalismo no Público, talvez fosse boa ideia desenvolver a saudável prática de obter uma certificação sólida para as alegações feitas, sustentada em fontes credíveis, em vez de as passar como informação sem confirmação. Já para não dizer que mentir é feio.
No que toca à Dia D propriamente dita, deveria ser do conhecimento geral que as entidades responsáveis pela sua publicação são privadas (Público/Money Media) e, como é óbvio, devem ser elas a decidir qual a linha editorial que desejam seguir, uma vez que não estão obrigadas a ser condescendentes com as tendências de opinião das outras publicações, nem os textos pessoais de cada um dos colaboradores vinculam a revista no que toca às suas posições particulares.
Felizmente, não parece existir uma comissão central que decida o plano estratégico a executar, nem quais as quantidades de cada ração opinativa a distribuir por unidade geográfica de distribuição jornalística, proveniente de cada autor, de acordo com a sua habilidade, e para cada um dos leitores, de acordo com a sua necessidade. Reconheço que é incómodo, fica tudo mais contra-revolucionário e difícil de gerir a partir de um gabinete que supostamente teria controlo sobre todas as decisões. Ainda assim, certamente que o Filipe não nos vê a criticar o facto de publicações de cariz privado como o Avante! (irónico, não?) não terem nas suas colunas a opinião de um insurgente ou blasfemo em vez destes elogios destacados a Fidel Castro. Semelhante observação é absolutamente válida para tantas outras revistas independentes e com total exclusividade sobre os seus próprios conteúdos, que são precisamente o fruto desta multiplicidade de centros de decisão gerada pela combinação entre a liberdade de imprensa e a detenção da propriedade privada sobre estes mesmos meios.
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1. Quanto ao à ironia do João Miranda, não me parece que a menção do artigo sobre Majorana seja de todo relevante porque, quando muito, tal coisa só serve para demonstrar que fazia sentido. De acordo com os parâmetros estabelecidos pelo comentário do João, nenhuma das secções é propriamente pluralista, verificando-se ciência credível de um lado e economia credível do outro. Não vejo que tenha sido uma piada demasiado complexa.
2. O AAA tomou o cuidado de reproduzir um comentário meu feito nas caixas d'O Insurgente que resume o que penso acerca da situação e das acusações de falta de pluralismo. Verdade seja dita, se a Dia D é pouco pluralista, que dizer de canais como a RTP, que se trata supostamente de uma estação pública directamente financiada com os impostos dos contribuintes portugueses? (ao contrário da Dia D, que decerto está infinitamente mais dependente do seu sucesso no mercado). Curiosamente, vê-se pouca gente a incomodar-se com isto, tirando as pessoas do costume e aqueles que julgam que esta devia ser ainda menos pluralista.
3. Para além de ficar por explicar como é que um "antiesquerdista primário" tão exacerbado pode frequentar um curso que dá pelo pouco sugestivo nome de ... LEFT, como estagiário de jornalismo no Público, talvez fosse boa ideia desenvolver a saudável prática de obter uma certificação sólida para as alegações feitas, sustentada em fontes credíveis, em vez de as passar como informação sem confirmação. Já para não dizer que mentir é feio.
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