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O Joystick, um colega do Sr. Saboteur, respondeu-me (talvez seja apenas um alter ego, em regimes colectivistas não há diferenciação pessoal, é tudo uma só entidade colectiva e unida) para se entreter a fazer uma pequena estalinizaçãocolectiva pessoal do que eu escrevi previamente.
Não compreendo por que razão se preocupa subitamente com as técnicas de argumentação e com a minha (semi-)ironia sobre a Coreia do Norte; é que não mostrou nenhuma indignação perante o que o seu colega de blogue fez inicialmente e que, ao contrário do que foi por aqui dito como reacção, não teve a delicadeza de evitar o ataque pessoal. Talvez assumam que os visados não lêem e, por isso, dizem as coisas que vos apetece sem que haja direito ou intenção de resposta? Na verdade, não só duvidosamente me tentou ligar aos EUA - mas, claro, eu é que desvio o assunto ao falar da Coreia do Norte - e ao neo-conservadorismo (o que seria incrivelmente irrelevante, mesmo a ser verdade), como criticou e apontou características tão importantes para a questão como a minha idade, a forma do meu artigo (conteúdo, nem pensar, isso, para além de dar trabalho, é difícil), o meu presumível pedantismo e se pôs a inventar mentiras sobre o que se dizia por aqui acerca da guerra no Líbano, etc. Quer mesmo que eu faça uma lista extensiva das falácias que ele cometeu ou já percebeu que as suas observações e tentativas de ridicularização são próprias de quem vive num clip do Gato Fedorento?
O Joystick, um colega do Sr. Saboteur, respondeu-me (talvez seja apenas um alter ego, em regimes colectivistas não há diferenciação pessoal, é tudo uma só entidade colectiva e unida) para se entreter a fazer uma pequena estalinização
Não compreendo por que razão se preocupa subitamente com as técnicas de argumentação e com a minha (semi-)ironia sobre a Coreia do Norte; é que não mostrou nenhuma indignação perante o que o seu colega de blogue fez inicialmente e que, ao contrário do que foi por aqui dito como reacção, não teve a delicadeza de evitar o ataque pessoal. Talvez assumam que os visados não lêem e, por isso, dizem as coisas que vos apetece sem que haja direito ou intenção de resposta? Na verdade, não só duvidosamente me tentou ligar aos EUA - mas, claro, eu é que desvio o assunto ao falar da Coreia do Norte - e ao neo-conservadorismo (o que seria incrivelmente irrelevante, mesmo a ser verdade), como criticou e apontou características tão importantes para a questão como a minha idade, a forma do meu artigo (conteúdo, nem pensar, isso, para além de dar trabalho, é difícil), o meu presumível pedantismo e se pôs a inventar mentiras sobre o que se dizia por aqui acerca da guerra no Líbano, etc. Quer mesmo que eu faça uma lista extensiva das falácias que ele cometeu ou já percebeu que as suas observações e tentativas de ridicularização são próprias de quem vive num clip do Gato Fedorento?
Porque não estou com muita vontade de discutir solipsismos, aqui ficam quatro breves esclarecimentos:
1. Em todas as transacções livres, conscientes e voluntárias, não há, por definição, coacção. A coacção a que me refiro é a existência de intimidação ou ameaça por parte de um dos envolvidos. Como estamos a falar de capitalismo, ou seja, de homens livres e transacções livres, não existe coação entre as partes. Quando muito, a única entidade que age por meio de coação (e desincentivo) é o Estado, encarregando-se de regular tanto a transacção como os valores envolvidos. Mas mesmo no caso do capitalismo, essa coação - ainda que externa à transacção - ou não existe ou é mínima.
2. Não sei que mais precisa de ser demonstrado. Talvez o Joystick (nome familiar) seja rico e não sinta tanto esses problemas na pele como os mais pobres. Se for esse o caso, também compreendo que não conheça nenhum pobre (a esquerda leva isso da divisão de classes muito a sério) que alguma vez se tenha queixado de falta de dinheiro ou de falta de produtos mais baratos. Tente lá relacionar isso com o que disse no artigo sobre impostos, regulações e investimento. Quanto aos impostos, acha mesmo que os eleitores sabem que o socialismo defende a existência de impostos (elevados)? É que a maioria julga que a questão dos impostos é independente de ideologias políticas, pertencendo apenas à opção casual de um partido ou ligada a conjunturas económicas particulares. Será que esta informação é do interesse dos eleitores ou não a devemos divulgar?
3. Se permite concluir algo é que a existência de regulação social danifica os mecanismos normais de transferência de informação e riqueza numa sociedade livre, que é exactamente o oposto da conclusão que o Joystick sugere. Já agora, mercado não significa empresários ricos, nem empresários pobres. É apenas outro nome para o conjunto todos as pessoas envolvidas em actividades económicas. Mercado significa nada mais, nada menos, do que a faceta económica das pessoas, da sociedade.
4. Muita, muita confusão. A economia não pode ser uma entidade divina quando é uma consequência natural da actividade humana. E está tão próxima do Homem (há uma diferença entre o que se gostaria que fosse a realidade e o que é efectivamente a realidade) que a mais pequena oscilação influencia toda a gente. Compreendeu a parte sobre a noção de corpo dinâmico ou o alegado barroquismo do texto também o deixou confuso? Quanto à responsabilidade humana, é muito curioso o que diz. É que não consigo imaginar outro regime económico que mais assente sobre a "responsabilidade humana sobre os seus próprios sobre actos e escolhas" do que o capitalismo, que se baseia precisamente na responsabilização individual dos seres humanos pelas seus acções. Liberdade e responsabilidade andam constantemente de mãos dadas. Julgar que o capitalismo menospreza o Homem é muito bonito em termos poéticos. Mas como vivemos mundo real e não no do existencialismo, quais são exactamente as outras opções existentes que não menosprezem o Homem e permitam que este seja livre para dar cor às suas capacidades e potencialidades?
Para finalizar, não compreendo exactamente qual é a vossa oposição ideológica ao meu artigo. Pensei que o comunismo era a favor da heresia e do pensamento revolucionário, contra-corrente.
1. Em todas as transacções livres, conscientes e voluntárias, não há, por definição, coacção. A coacção a que me refiro é a existência de intimidação ou ameaça por parte de um dos envolvidos. Como estamos a falar de capitalismo, ou seja, de homens livres e transacções livres, não existe coação entre as partes. Quando muito, a única entidade que age por meio de coação (e desincentivo) é o Estado, encarregando-se de regular tanto a transacção como os valores envolvidos. Mas mesmo no caso do capitalismo, essa coação - ainda que externa à transacção - ou não existe ou é mínima.
2. Não sei que mais precisa de ser demonstrado. Talvez o Joystick (nome familiar) seja rico e não sinta tanto esses problemas na pele como os mais pobres. Se for esse o caso, também compreendo que não conheça nenhum pobre (a esquerda leva isso da divisão de classes muito a sério) que alguma vez se tenha queixado de falta de dinheiro ou de falta de produtos mais baratos. Tente lá relacionar isso com o que disse no artigo sobre impostos, regulações e investimento. Quanto aos impostos, acha mesmo que os eleitores sabem que o socialismo defende a existência de impostos (elevados)? É que a maioria julga que a questão dos impostos é independente de ideologias políticas, pertencendo apenas à opção casual de um partido ou ligada a conjunturas económicas particulares. Será que esta informação é do interesse dos eleitores ou não a devemos divulgar?
3. Se permite concluir algo é que a existência de regulação social danifica os mecanismos normais de transferência de informação e riqueza numa sociedade livre, que é exactamente o oposto da conclusão que o Joystick sugere. Já agora, mercado não significa empresários ricos, nem empresários pobres. É apenas outro nome para o conjunto todos as pessoas envolvidas em actividades económicas. Mercado significa nada mais, nada menos, do que a faceta económica das pessoas, da sociedade.
4. Muita, muita confusão. A economia não pode ser uma entidade divina quando é uma consequência natural da actividade humana. E está tão próxima do Homem (há uma diferença entre o que se gostaria que fosse a realidade e o que é efectivamente a realidade) que a mais pequena oscilação influencia toda a gente. Compreendeu a parte sobre a noção de corpo dinâmico ou o alegado barroquismo do texto também o deixou confuso? Quanto à responsabilidade humana, é muito curioso o que diz. É que não consigo imaginar outro regime económico que mais assente sobre a "responsabilidade humana sobre os seus próprios sobre actos e escolhas" do que o capitalismo, que se baseia precisamente na responsabilização individual dos seres humanos pelas seus acções. Liberdade e responsabilidade andam constantemente de mãos dadas. Julgar que o capitalismo menospreza o Homem é muito bonito em termos poéticos. Mas como vivemos mundo real e não no do existencialismo, quais são exactamente as outras opções existentes que não menosprezem o Homem e permitam que este seja livre para dar cor às suas capacidades e potencialidades?
Para finalizar, não compreendo exactamente qual é a vossa oposição ideológica ao meu artigo. Pensei que o comunismo era a favor da heresia e do pensamento revolucionário, contra-corrente.
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