Oposição diz que estratégia do Governo falhou
Continua-se sem entender muito bem quais as verdadeiras intenções das pessoas que tanto criticam a saída da fábrica da Opel da Azambuja. Sabendo que estas, que tanto se indignam e sobressaltam com os anúncios na imprensa, são exactamente as primeiras a rejeitar de forma muito contundente que não devem existir mais incentivos fiscais e subsidiários, nem aceitam os conceitos de globalização, divisão do trabalho a nível internacional, multiplicidade de centros de decisão e liberdade económica, qual é propriamente a ideia que têm em mente? Repetidamente se ouve o ministro da economia e outros a dizer que a Opel assinou um contrato em como permaneceria em Portugal por um período de tempo (até 2008) em troca de benefícios estatais e, como tal, deve pagar a indemnização referente à sua quebra. Se é certo que a Opel assinou o dito contrato, é igualmente tão certo que a Opel não dispensa ter os seus advogados prontos a disputar a questão em tribunal ou a pagar de imediato o que foi estipulado de acordo com as condições de rescisão.
De que serve saber isto? O cerne do problema aqui é que a Opel não é suficientemente ingénua para pensar que não terá de indemnizar os trabalhadores e o Estado português ou que não terá gastos adicionais com os sucessivos problemas decorrentes das deliberações do sistema judicial. A questão central é que, mesmo avaliando todos estes potenciais gastos, a Opel determine que os custos de tal operação sejam provavelmente menores e justifiquem os benefícios industriais e comerciais obtidos com a deslocalização da fábrica da Azambuja... para Espanha. Se não o analisasse desta forma (caso a probabilidade de sucesso e o risco a este associado não fosse aceitável), os seus directores acabariam por se resignar à actual situação. Isto sim, é deveras relevante e preocupante.
Tal realidade deveria dar muito que pensar aos deputados dos mais diversos partidos representados na AR. No entanto, alguns parecem estar mais inclinados para a indignação automaticamente gratuita. Qual é o plano? Nacionalizar as instalações em nome dos direitos do povo?
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Actualização: No Diario Económico: «A Delphi produz componentes para a Opel e tem cinco fábricas em portugal. Duas das unidades, que têm reduzido pessoal, vão ver os custos aumentar para colocarem a produção em saragoça em vez da Azambuja.»
O PCP apelou hoje ao Governo para que não se resigne com o anunciado encerramento da Opel na Azambuja no final do ano, sublinhando que o executivo «tudo deve fazer» para garantir a continuidade da fábrica da General Motors.---
Continua-se sem entender muito bem quais as verdadeiras intenções das pessoas que tanto criticam a saída da fábrica da Opel da Azambuja. Sabendo que estas, que tanto se indignam e sobressaltam com os anúncios na imprensa, são exactamente as primeiras a rejeitar de forma muito contundente que não devem existir mais incentivos fiscais e subsidiários, nem aceitam os conceitos de globalização, divisão do trabalho a nível internacional, multiplicidade de centros de decisão e liberdade económica, qual é propriamente a ideia que têm em mente? Repetidamente se ouve o ministro da economia e outros a dizer que a Opel assinou um contrato em como permaneceria em Portugal por um período de tempo (até 2008) em troca de benefícios estatais e, como tal, deve pagar a indemnização referente à sua quebra. Se é certo que a Opel assinou o dito contrato, é igualmente tão certo que a Opel não dispensa ter os seus advogados prontos a disputar a questão em tribunal ou a pagar de imediato o que foi estipulado de acordo com as condições de rescisão.
De que serve saber isto? O cerne do problema aqui é que a Opel não é suficientemente ingénua para pensar que não terá de indemnizar os trabalhadores e o Estado português ou que não terá gastos adicionais com os sucessivos problemas decorrentes das deliberações do sistema judicial. A questão central é que, mesmo avaliando todos estes potenciais gastos, a Opel determine que os custos de tal operação sejam provavelmente menores e justifiquem os benefícios industriais e comerciais obtidos com a deslocalização da fábrica da Azambuja... para Espanha. Se não o analisasse desta forma (caso a probabilidade de sucesso e o risco a este associado não fosse aceitável), os seus directores acabariam por se resignar à actual situação. Isto sim, é deveras relevante e preocupante.
Tal realidade deveria dar muito que pensar aos deputados dos mais diversos partidos representados na AR. No entanto, alguns parecem estar mais inclinados para a indignação automaticamente gratuita. Qual é o plano? Nacionalizar as instalações em nome dos direitos do povo?
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Actualização: No Diario Económico: «A Delphi produz componentes para a Opel e tem cinco fábricas em portugal. Duas das unidades, que têm reduzido pessoal, vão ver os custos aumentar para colocarem a produção em saragoça em vez da Azambuja.»
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