No ano em que se comemoram 20 anos da queda do muro de Berlim e do início do colapso da União Soviética, é sempre interessante observar o tipo de afirmações que os militantes de um partido assumidamente estalinista (talvez a recusa da tecnologia capitalista os tenha impedido de receber o memorando de Khrushchev), que recebe organizações terroristas e que está associado a tantas outras actividades e ideais nobres vão fazendo na ocidental praia lusitana. Rita Rato, a nova deputada do PCP na Assembleia da República - e que aparentemente tem formação superior em ciência política e relações internacionais - fez as seguintes e curiosas declarações:
Foi esse o caso da deputada Rita Rato, do PCP, em entrevista à revista ‘Domingo’, do CM, publicada na última edição. O que pensa a deputada dos campos de trabalho forçados na URSS, vulgo ‘Gulag’, em que morreram milhares de pessoas? "Não sou capaz de responder porque, em concreto, nunca estudei nem li nada sobre isso." Bom, mas a coisa foi bem documentada pela História, pergunta--se. "Por isso mesmo, admito que possa ter acontecido essa experiência... Aqui chegados, é melhor parar o baile. Falar de "experiência" quando se fala do ‘Gulag’ é a mais recente versão de negação histórica.É realmente interessante chamar aos campos de concentração soviéticos, uma das criações mais mortíferas de Estaline, uma "experiência". Mas ao menos a deputada "admite que possa ter acontecido", o que já é certamente um progresso quando se está a falar de centenas de milhares de mortos. Com estes avanços empíricos, talvez uma dia vejamos um membro do PCP a
"Nós fizemos uma análise crítica desses países e dessas experiências, mas nada disso invalida o facto de serem primeiras tentativas de experiências socialistas e de esse sonho e esse ideal continuar a ter toda a validade, apesar de aquelas não terem corrido muito bem no fim."
No comments:
Post a Comment