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Num país onde até os casos de elevado mediatismo, como o da Casa Pia, que se arrasta pela Justiça há praticamente oito anos, demoram anos até que se chegue a um veredicto final, não deixa de ser curioso que a justificação dada pelos procuradores do Ministério Público para não interrogarem José Sócrates no âmbito do caso Freeport tenha sido a de "falta de tempo". Alguns comentadores poderão afirmar que isto é ilustrativo do grau de imunidade que qualquer político português bem posicionado possui, mas a verdade é que me parece bem mais indicativo do tipo de elite que há décadas povoa as altas esferas do Estado português, a qual parece preferir negligenciar as suas devidas funções a colocar em risco o seu estatuto na hierarquia actual. E isso é infinitamente mais preocupante para o futuro do país do que a impunidade de que um qualquer primeiro-ministro temporário possa usufruir.
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