Apesar do "inesperado" crescimento de 1,1 por cento registado no primeiro trimestre, avisa a consultora, esta dinâmica económica não irá manter-se no resto do ano nem no próximo, influenciada negativamente pela crise da dívida na zona euro e pelo programa de consolidação orçamental que o Governo colocou em curso.
O outlook para Portugal que a Ernst & Young hoje divulga aponta para um recuo de 1,1 por cento do produto interno bruto (PIB) este ano, a que se seguirá uma recessão ainda mais profunda em 2011 (1,5 por cento). O regresso a um cenário de crescimento só acontecerá em 2012, com a riqueza gerada em Portugal a conseguir um incremento de 1,1 por cento face ao ano precedente.
Este quadro constitui um completo banho de água gelada face às previsões do Governo e do Banco de Portugal. No Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC) que entregou em Bruxelas, o executivo aponta para um crescimento de 0,7 por cento este ano e de 0,9 por cento em 2011. Já o banco central é menos optimista, apontando para um ganho do PIB de 0,4 por cento no ano em curso e de 0,8 por cento no que vem.
Em 1998, segundo os dados do Eurostat, o PIB português era 79% da média da União Europeia (25 países). Em 2009, 11 anos depois, o PIB português em relação à média tinha regredido um ponto percentual, para 78%. Com estas previsões da E&Y, a menos que as coisas mudem de figura até 2018, Portugal está a dirigir-se para a sua segunda década perdida. Atrás de Portugal, só restam antigos países comunistas da Europa de Leste [pdf], sendo que alguns deles, como a Estónia e a Hungria, não deverão demorar muito a fazer aquilo que a República Checa, Malta e a Eslováquia já fizeram.
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