As pessoas costumam dizer que algo que acontece há muito tempo lhes parece 'ter sido ontem', possivelmente para denotar o prazer sentido durante esse período, o qual não lhes custou praticamente nada a passar. 2005 não me 'parece que foi ontem'. Muita coisa aconteceu entretanto, sendo a vasta maioria lastimosa. Contudo, recordo-me perfeitamente de ter descoberto O Insurgente em 2005 e, a partir daí, ter dificuldade em não visitar diariamente aquele que para mim era - e continuar a ser - o melhor blogue português em existência. Portugal faz-me muitas vezes perguntar se realmente faz parte de uma cultura representativa da Europa ocidental. Uma cultura, comparativamente, tão legalista, conformista, reverencial perante o autoritarismo e as hierarquias políticas e sociais, socialista, mercantilista, bisbilhoteira, invejosa, sexista, nacionalista e xenófoba - no fundo, colectivista - seria mais expectável num contexto eslavo ou mesmo escandinavo - mas isto é provavelmente uma associação injusta dado que vários países escandinavos ou eslavos já demonstraram, em muitos aspectos, não ser tão surrealistas como muitas vezes é a vida em Portugal.
Como em todos estes casos, os países que mais necessitam de insurgências são aqueles que estão menos aptos a gerá-las, aqueles em que a população está menos disposta a perder preciosas horas das suas vidas em troca da desconfortável e desgastante luta contra o poder quase ilimitado daqueles que pretendem controlar, do berço à cova, as nossas vidas. Se assim não fosse, estes países não estariam certamente tão necessitados. Nesse sentido, O Insurgente é um pequeno e vital farol num deserto costeiro de ideias e princípios. Um farol que fez esta semana cinco anos e ao qual tive muito prazer em juntar-me quando os que me precederam tomaram a decisão pouco sábia de me convidar para fazer parte das fileiras. Espero poder continuar a lê-lo durante muitos mais lustros, mas penso que o melhor elogio que poderia fazer a'O Insurgente será mesmo sugerir que gostaria que um dia se tornasse num blogue tão lido e procurado pela população portuguesa/lusófona, que, consequentemente, deixasse de ser necessário.
Como em todos estes casos, os países que mais necessitam de insurgências são aqueles que estão menos aptos a gerá-las, aqueles em que a população está menos disposta a perder preciosas horas das suas vidas em troca da desconfortável e desgastante luta contra o poder quase ilimitado daqueles que pretendem controlar, do berço à cova, as nossas vidas. Se assim não fosse, estes países não estariam certamente tão necessitados. Nesse sentido, O Insurgente é um pequeno e vital farol num deserto costeiro de ideias e princípios. Um farol que fez esta semana cinco anos e ao qual tive muito prazer em juntar-me quando os que me precederam tomaram a decisão pouco sábia de me convidar para fazer parte das fileiras. Espero poder continuar a lê-lo durante muitos mais lustros, mas penso que o melhor elogio que poderia fazer a'O Insurgente será mesmo sugerir que gostaria que um dia se tornasse num blogue tão lido e procurado pela população portuguesa/lusófona, que, consequentemente, deixasse de ser necessário.
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