No Global Notícias de segunda-feira vinha uma notícia curiosa. A Federação das Associações Ciganas de Portugal, através do seu dirigente Bruno Gonçalves, criticou a forma alegadamente tendenciosa como os confrontos da Quinta da Fonte em Loures foram tratados pelos jornalistas, estando mesmo a considerar apresentar uma queixa-crime ao Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural "contra os jornalistas" devido à forma pouco imparcial e discriminatória como foi tratada a comunidade cigana. Colocando de parte por breves instantes a forma tendenciosa em que o dirigente parece tratar os jornalistas, este não parece negar que houve elementos de etnia cigana envolvida no conflito e, inclusivamente, repudiou as acções dos ditos (a quem ironicamente chamou de "comunidade cigana [que] se defende dos tiros da outra facção" -- atenção, isto sim é um tratamento totalmente imparcial quando ainda ninguém entendeu quem atacava quem...). A crítica subjacente a esta queixa parece ser, portanto, ao acto de se tomar o comportamento demonstrado de uns poucos ciganos pelo comportamento não-demonstrado de toda a população cigana, supostamente implítico nas tais peças jornalísticas - ou seja uma generalização incorrecta. Como é possível que uma crítica desta índole possa ser proveniente de uma organização que aparentemente pretende representar a comunidade cigana (incluindo aqueles que não sabe se repudiar ou não) e cujos membros são capazes de fazer declarações totalmente génericas do género "as pessoas ciganas não têm agressividade" não é propriamente fácil de entender.
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