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Friday, August 26, 2005

Silvas e Moreiras

O facciosismo de Vital Moreira é inacreditável. Descobri recentemente o Causa Nossa (deles?) e para minha surpresa constatei que o Vital Moreira era o Vital Moreira em que estava a pensar. Uma das últimas publicações no blogue foi este artigo:

Observe-se o facciosismo da análise, tão constante por aquelas bandas.

Recorde-se que a eleição à 1ª volta exige maioria absoluta, precisando o candidato vencedor de ter mais votos do que todos os outros candidatos somados. Nesse quadro, se for de prever que as três candidaturas à esquerda somarão, em conjunto, mais votos concorrendo separadas do que concentradas em Mário Soares logo à primeira volta -- hipótese verosímil --, então a divisão à esquerda não favorecerá Cavaco, antes pelo contrário.
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A verdade é que o artigo do DN tem precisamente o titulo OPOSTO! -- Divisão à esquerda ajuda Cavaco

É certo que Manuel Meirinho diz que esta divisão pode dificultar as coisas a Cavaco mas é curioso (e não um preciosismo) a forma como Vital Moreira distorce o teor do artigo pois a maioria do artigo fala precisamente do contrário. Típico.

Quanto ao artigo em si, concordo mais com a análise de Pedro Magalhães do que com a de Meirinho. É possível que haja uma necessidade de segunda volta mas, na minha opinião, isso não prejudica directamente Cavaco. Este encontra-se no partido que não está no governo (que vai perdendo o seu estado de graça) ao contrário de Mário Soares que é candidato pelo PS.

Enquanto que Alegre e Soares poderiam ser figuras que suscitariam apoios da extrema-esquerda, Jerónimo dificilmente conseguirá convencer o eleitorado socialista do qual parte irá já votar por Cavaco. Para reunir apoios à esquerda, como referi anteriormente, há que ser do PS, partido que não dispensa ter um candidato próprio. Lembremo-nos que Manuel Alegre não difere assim tanto da ala mais comunista do PS e que Mário Soares tem vindo a conquistar a simpatia do PCP e do BE com as suas críticas anti-americanas e o elogio ao programa do BE para as últimas legislativas.

Uma campanha com vários candidatos à esquerda lança a discórdia através de críticas e ataques ou então as campanhas têm que ser artificiais para que depois se possam unificar e reunir votos na segunda volta. Mesmo que os candidatos do PCP e do BE (soube agora que o BE também já definiu o seu próprio candidato o que me parece vir dar ainda mais razão) venham a desistir mais tarde de forma a favorecer o candidato da "esquerda" isso não apagará a memória das campanhas individuais de tais partidos.

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