O Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, exortou domingo os venezuelanos a deixarem de festejar o Halloween (Noite das Bruxas), que qualificou de "costume satânico gringo" (norte-americano).
Monday, October 31, 2005
Socialismo é Liberdade
Venezuela: presidente quer banir Halloween
O Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, exortou domingo os venezuelanos a deixarem de festejar o Halloween (Noite das Bruxas), que qualificou de "costume satânico gringo" (norte-americano).
O Presidente da Venezuela, Hugo Chavez, exortou domingo os venezuelanos a deixarem de festejar o Halloween (Noite das Bruxas), que qualificou de "costume satânico gringo" (norte-americano).
Aceitar a realidade
Num artigo anterior referi que, na minha opinião, não havia que mudar mentalidades mas sim consciencializar as pessoas para a realidade que as rodeia.
O Bodalo comentou-me aqui que estas ideias apresentam uma aparente contradição porque a consciencialização da realidade implica uma mudança de mentalidades.
Quando eu digo que não há que mudar mentalidades estou a referir-me, por exemplo, àquilo que tantas vezes ouço de comunistas em referência aos regimes que foram implementados mundo fora. Nenhum deles resultou em criar um regime perfeito, coisa a que se propunham se considerarmos a sua propaganda facciosa. A verdade é que estes líderes se aperceberam da sua oportunidade para exercer regimes ditatoriais. Quem disser que era apenas um “erro ideológico” destes estadistas, estará, indirectamente, a pactuar com os crimes contra a humanidade (e seus direitos mais básicos) que foram cometidos por estes mesmos revolucionários. Infelizmente, muita gente em Portugal e no mundo, continua a idolatrar estes regimes, como se eles fossem algo de base teórica sustentável mas de experiência falhada.
Cada comunista terá a sua própria teoria de como o regime comunista deverá ser implementado. Uns dirão que o marxismo-leninismo é um caminho viável (possivelmente serão estes os que continuam a defender a ditadura cubana e a dizer que Estaline era um grande homem de Estado), outros, mais diplomáticos, argumentarão em favor do chamado socialismo democrático, que pretende alcançar a sociedade socialista através do poder parlamentar. O facto de que se proclame de democrático nada garante. Basta olharmos para a última Cimeira Ibero-Americana e a atitude dos líderes de Portugal e Espanha, relativamente a embargo americano a Cuba. Na verdade, o único político que vi afirmar abertamente que as pessoas se estavam a esquecer do que era o regime cubano foi Durão Barroso. No meio de tanta cegueira, apareceu alguém que disse uma coisa minimamente sensata.
Os socialistas costumam confiar-me, na mais sincera das suas opiniões, que a sociedade só pode atingir um patamar mais elevado (o socialismo, dizem eles) quando as pessoas mudarem as suas mentalidades. A princípio não concordava com eles porque não percebia o que queriam dizer com mudar as pessoas. A persuasão pode fazer muitas coisas mas apenas se uma pessoa tiver uma predisposição natural a ser persuadida. Com o tempo acabei por entender que, invariavelmente, eles têm a razão do lado deles mas não pelas razões que tanto apregoam. Para que o socialismo funcione é realmente vital que haja uma mudança de mentalidades. Ou melhor, da própria natureza humana.
Penso que foi Fidel Castro que disse, após a quebra de produtividade nas plantações nacionalizadas devido aos salários uniformizados, que as pessoas tinham de “aprender a ser socialistas” e que as coisas não resultavam porque estas “pensavam em si mesmas” e eram materialistas. O regime cubano pedia (e pede) então mais sacrifícios pessoais em nome da sociedade. Quem já ouviu isto em Portugal, que levante o braço. Soa familiar, não soa?
Ao longo de tantos anos, continua a ouvir-se aquela crítica constante e irritante relacionada com os regimes em si, tentando mascarar o evidente. Já não seria a primeira vez que um socialista me dizia que aquilo que se observa num país onde o socialismo foi implementado “não pode ser socialismo”. Para o socialista mais distraído (eufemismo), uma sociedade assumidamente socialista não pode, evidentemente, ser socialista porque não esta a funcionar como uma verdadeira sociedade socialista! Os socialistas prometem emprego, igualdade, condições de trabalho, educação, qualidade de vida. Os socialistas prometem quase tudo mas a realidade é muito diferente e eles recusam-se a aceitar que as consequências das suas políticas têm os efeitos que se registam. Na cabeça de um socialista, olhar para o mundo e ver um regime socialista em que haja fome, desemprego e miséria significa que aquilo não pode ser socialismo. Daqui se conclui que para um socialista, o “socialismo” significa qualquer coisa entre um mundo perfeito e um paradigma utópico em que ninguém tem problemas nem há dificuldades. Um socialista nunca estará contente com nenhum regime socialista quando confrontado com a verdade dos factos, porque dirá que nenhum deles o é e certamente nunca o foi.
Constata-se (de forma teórica e experimental) que nem o socialismo nem o capitalismo podem resolver esses problemas a 100% mas é também verdade que enquanto o capitalismo reduz esses dilemas sociais, o socialismo apenas incentiva o seu agravamento. Nem vou falar da servidão. Penso que esse tema dispensa comentários.
A questão da “mudança das mentalidades” é muito pertinente mas o mais interessante é que apenas o socialismo pode reclamar a necessidade de uma. Se todas as revoluções socialistas falharam (e os próprios Estados de bem-estar verdadeiramente colapsam a dado momento) é precisamente porque algo teria de mudar para que tudo funcionasse na perfeição. Os resultados empíricos confirmam precisamente que o socialismo não é aplicável.
Existe na literatura um exemplo exímio desta condição. Não pode existir uma verdadeira distopia social em que cada um actue individualmente porque isto simplesmente não faria sentido. À semelhança do argumento de Huxley, para que esta coesão social se mantenha, há que modificar o próprio ser humano. O mais assustador, ao ler o Admirável Mundo Novo, é notar a falta de reacção das pessoas e a passividade excessiva com que tudo acontece, ainda que se saiba que os acontecimentos se verificam devido ao condicionamento genético a que os seres humanos forem submetidos de forma a que cumpram correctamente as suas “funções sociais”, será dizer, a vontade da elite (alfas) que não foi genética e psicologicamente acomodada. Por outras palavras, deixaram de ser humanos para serem robôs. Qualquer outra distopia em que exista uma governação totalitária – e que pretenda retratar de forma realista a sociedade humana – deve necessariamente incluir uma força eficazmente repressiva ou impor uma condição extra que distorça a realidade o suficiente para que os eventos façam sentido.
Não concordo, então, com a lógica de “mudar de mentalidades” porque não acredito que haja nenhuma mudança a fazer, o que, aliás, seria impossível sem uma engenharia genética controlada não se sabe por quem. Já exprimia Ayn Rand que o interesse próprio (egoísmo racional) é o que rege a acção humana. Creio que é uma forma demasiado simplificada de ver a realidade (o objectivismo pretende ser uma filosofia de vida) porque, em temas que não estejam relacionados com a economia, este termo deixa de ter muito sentido a não ser que qualquer acção altruísta se considere por “interesse próprio”, o que é verdadeiramente arrepiante. Mises procurou analisar também esta questão, concluindo que o indivíduo consciente toma uma determinada decisão com o objectivo de aumentar a sua satisfação pessoal (ou reduzir uma fonte de descontentamento), a qual não é necessariamente semelhante para outros indivíduos.
Nenhuma destas análises fala de algo bizarro em termos económicos. Ninguém vai comprar um produto na loja X se ao lado tiver uma loja Y, com o mesmo produto e a um preço mais baixo, a menos que tenha uma boa razão lógica para o fazer. Seria prejudicar-se a si próprio. Nenhum investidor vai comprar acções de uma empresa sabendo que estas vão desvalorizar permanentemente a menos que tenha uma boa razão para perder dinheiro.
Em Portugal, a maioria das pessoas é socialista. Todavia, estas acções observam-se todos os dias, incluindo vindas das socialistas, obviamente. São eles que querem negar a natureza humana, mesmo quando eles próprios não lhe escapam. Estas pessoas vivem em completa hipocrisia porque são as mesmas que se revoltam contra os ordenados pagos aos políticos embora favoreçam o proteccionismo. Revoltam-se com a subida dos impostos mas acham que a segurança social privada é um atentado. Queixam-se de que a electricidade é muito cara mas dizem que não se deve permitir que os estrangeiros possuam quotas de mercado nestas empresas porque elas constituem “sectores estratégicos”.
São estas pessoas que se contradizem a toda a hora. Um comunista meu conhecido passou uma hora a percorrer todas as casas de gelados num centro comercial. Que procurava ele? O preço mais baixo. Acabou por decidir que o preço não lhe agradava e desistiu da ideia de comer o gelado…Só faltou dizer-me, no fim, que todas as empresas de gelados deviam ser nacionalizadas, claramente, porque ele não queria gastar dinheiro. Afinal, quem são os materialistas?
Ao defender o socialismo, toda esta gente está a defender coisas que não são os seus interesses. Parecem tomadas por uma doença qualquer que não faz sentido e que os faz perder toda a racionalidade. Pior ainda, todas elas crêem estar a defender os seus interesses, quando pensam de uma forma socialista, porque foram levadas a acreditar que o socialismo é a solução para os seus problemas. Veja-se o exemplo da pobreza. O socialismo diz que tira aos ricos para dar aos pobres. A maior parte da gente considera-se pobre, por isso acha bem. O teste que eu fiz foi perguntar a estas pessoas que se consideram pobres (e se dizem socialistas) o que fariam caso se tornassem ricos. Resposta? Tiravam o dinheiro do país para o colocar num paraíso fiscal. Após a contestação deste facto, perguntei se estas pessoas achavam bem que o Estado não lhes tirasse dinheiro para redistribuir entre os pobres (quero dizer, entre os políticos e a função pública, que são todos pobres e trabalhadores). Qual foi a resposta? “Claro que não, o dinheiro é meu!”. A isto retorqui que havia uma incoerência. Se quando a pessoa era pobre achava bem roubar aos ricos e quando era rico achava mal, algo estava errado em toda aquela ideologia. A resposta geral? “Eu não sou rico, os outros é que são!”. Como se pode observar, é uma lógica perfeitamente válida. Ainda dizem que os socialistas não têm sentido de direito de propriedade privada. Claro que têm. Mas têm sentido da sua propriedade privada., não da dos outros.
Esta é a coerência que os socialistas oferecem. Portanto, como eu dizia, não há que mudar mentalidades nenhumas – a defesa do interesse próprio sempre existiu, quer se interprete como ganância, ambição ou egoísmo. O que é temível é que, ao implementar medidas socialistas, tenhamos que presenciar situações em que estas características humanas são usadas para prejudicar os outros. Ordenados e reformas astronómicos em cargos públicos. Proteccionismo. Regulação. Opressão fiscal, etc.
Num sistema capitalista aquele que ganha mais dinheiro é aquele que melhor serve os outros, caso contrário nunca ganharia tanto dinheiro. Num socialista, aquele que mais dinheiro ganha é aquele que tem um cargo elevado na função pública, aquele que tem um negócio protegido pelo Estado (contra a “invasão estrangeira”) ou o dono de um determinado sector que é demasiado regulado e por isso ninguém mais pode concorrer em tempo útil.
Não existe capitalismo selvagem. A única coisa selvagem que os humanos inventaram foi o socialismo. Isso sim é a aplicação directa da lei do mais forte pois os dirigentes usam a sua astúcia para enganar as pessoas e mantê-las na pobreza enquanto continuam a viver às suas custas.
O Bodalo comentou-me aqui que estas ideias apresentam uma aparente contradição porque a consciencialização da realidade implica uma mudança de mentalidades.
Quando eu digo que não há que mudar mentalidades estou a referir-me, por exemplo, àquilo que tantas vezes ouço de comunistas em referência aos regimes que foram implementados mundo fora. Nenhum deles resultou em criar um regime perfeito, coisa a que se propunham se considerarmos a sua propaganda facciosa. A verdade é que estes líderes se aperceberam da sua oportunidade para exercer regimes ditatoriais. Quem disser que era apenas um “erro ideológico” destes estadistas, estará, indirectamente, a pactuar com os crimes contra a humanidade (e seus direitos mais básicos) que foram cometidos por estes mesmos revolucionários. Infelizmente, muita gente em Portugal e no mundo, continua a idolatrar estes regimes, como se eles fossem algo de base teórica sustentável mas de experiência falhada.
Cada comunista terá a sua própria teoria de como o regime comunista deverá ser implementado. Uns dirão que o marxismo-leninismo é um caminho viável (possivelmente serão estes os que continuam a defender a ditadura cubana e a dizer que Estaline era um grande homem de Estado), outros, mais diplomáticos, argumentarão em favor do chamado socialismo democrático, que pretende alcançar a sociedade socialista através do poder parlamentar. O facto de que se proclame de democrático nada garante. Basta olharmos para a última Cimeira Ibero-Americana e a atitude dos líderes de Portugal e Espanha, relativamente a embargo americano a Cuba. Na verdade, o único político que vi afirmar abertamente que as pessoas se estavam a esquecer do que era o regime cubano foi Durão Barroso. No meio de tanta cegueira, apareceu alguém que disse uma coisa minimamente sensata.
Os socialistas costumam confiar-me, na mais sincera das suas opiniões, que a sociedade só pode atingir um patamar mais elevado (o socialismo, dizem eles) quando as pessoas mudarem as suas mentalidades. A princípio não concordava com eles porque não percebia o que queriam dizer com mudar as pessoas. A persuasão pode fazer muitas coisas mas apenas se uma pessoa tiver uma predisposição natural a ser persuadida. Com o tempo acabei por entender que, invariavelmente, eles têm a razão do lado deles mas não pelas razões que tanto apregoam. Para que o socialismo funcione é realmente vital que haja uma mudança de mentalidades. Ou melhor, da própria natureza humana.
Penso que foi Fidel Castro que disse, após a quebra de produtividade nas plantações nacionalizadas devido aos salários uniformizados, que as pessoas tinham de “aprender a ser socialistas” e que as coisas não resultavam porque estas “pensavam em si mesmas” e eram materialistas. O regime cubano pedia (e pede) então mais sacrifícios pessoais em nome da sociedade. Quem já ouviu isto em Portugal, que levante o braço. Soa familiar, não soa?
Ao longo de tantos anos, continua a ouvir-se aquela crítica constante e irritante relacionada com os regimes em si, tentando mascarar o evidente. Já não seria a primeira vez que um socialista me dizia que aquilo que se observa num país onde o socialismo foi implementado “não pode ser socialismo”. Para o socialista mais distraído (eufemismo), uma sociedade assumidamente socialista não pode, evidentemente, ser socialista porque não esta a funcionar como uma verdadeira sociedade socialista! Os socialistas prometem emprego, igualdade, condições de trabalho, educação, qualidade de vida. Os socialistas prometem quase tudo mas a realidade é muito diferente e eles recusam-se a aceitar que as consequências das suas políticas têm os efeitos que se registam. Na cabeça de um socialista, olhar para o mundo e ver um regime socialista em que haja fome, desemprego e miséria significa que aquilo não pode ser socialismo. Daqui se conclui que para um socialista, o “socialismo” significa qualquer coisa entre um mundo perfeito e um paradigma utópico em que ninguém tem problemas nem há dificuldades. Um socialista nunca estará contente com nenhum regime socialista quando confrontado com a verdade dos factos, porque dirá que nenhum deles o é e certamente nunca o foi.
Constata-se (de forma teórica e experimental) que nem o socialismo nem o capitalismo podem resolver esses problemas a 100% mas é também verdade que enquanto o capitalismo reduz esses dilemas sociais, o socialismo apenas incentiva o seu agravamento. Nem vou falar da servidão. Penso que esse tema dispensa comentários.
A questão da “mudança das mentalidades” é muito pertinente mas o mais interessante é que apenas o socialismo pode reclamar a necessidade de uma. Se todas as revoluções socialistas falharam (e os próprios Estados de bem-estar verdadeiramente colapsam a dado momento) é precisamente porque algo teria de mudar para que tudo funcionasse na perfeição. Os resultados empíricos confirmam precisamente que o socialismo não é aplicável.
Existe na literatura um exemplo exímio desta condição. Não pode existir uma verdadeira distopia social em que cada um actue individualmente porque isto simplesmente não faria sentido. À semelhança do argumento de Huxley, para que esta coesão social se mantenha, há que modificar o próprio ser humano. O mais assustador, ao ler o Admirável Mundo Novo, é notar a falta de reacção das pessoas e a passividade excessiva com que tudo acontece, ainda que se saiba que os acontecimentos se verificam devido ao condicionamento genético a que os seres humanos forem submetidos de forma a que cumpram correctamente as suas “funções sociais”, será dizer, a vontade da elite (alfas) que não foi genética e psicologicamente acomodada. Por outras palavras, deixaram de ser humanos para serem robôs. Qualquer outra distopia em que exista uma governação totalitária – e que pretenda retratar de forma realista a sociedade humana – deve necessariamente incluir uma força eficazmente repressiva ou impor uma condição extra que distorça a realidade o suficiente para que os eventos façam sentido.
Não concordo, então, com a lógica de “mudar de mentalidades” porque não acredito que haja nenhuma mudança a fazer, o que, aliás, seria impossível sem uma engenharia genética controlada não se sabe por quem. Já exprimia Ayn Rand que o interesse próprio (egoísmo racional) é o que rege a acção humana. Creio que é uma forma demasiado simplificada de ver a realidade (o objectivismo pretende ser uma filosofia de vida) porque, em temas que não estejam relacionados com a economia, este termo deixa de ter muito sentido a não ser que qualquer acção altruísta se considere por “interesse próprio”, o que é verdadeiramente arrepiante. Mises procurou analisar também esta questão, concluindo que o indivíduo consciente toma uma determinada decisão com o objectivo de aumentar a sua satisfação pessoal (ou reduzir uma fonte de descontentamento), a qual não é necessariamente semelhante para outros indivíduos.
Nenhuma destas análises fala de algo bizarro em termos económicos. Ninguém vai comprar um produto na loja X se ao lado tiver uma loja Y, com o mesmo produto e a um preço mais baixo, a menos que tenha uma boa razão lógica para o fazer. Seria prejudicar-se a si próprio. Nenhum investidor vai comprar acções de uma empresa sabendo que estas vão desvalorizar permanentemente a menos que tenha uma boa razão para perder dinheiro.
Em Portugal, a maioria das pessoas é socialista. Todavia, estas acções observam-se todos os dias, incluindo vindas das socialistas, obviamente. São eles que querem negar a natureza humana, mesmo quando eles próprios não lhe escapam. Estas pessoas vivem em completa hipocrisia porque são as mesmas que se revoltam contra os ordenados pagos aos políticos embora favoreçam o proteccionismo. Revoltam-se com a subida dos impostos mas acham que a segurança social privada é um atentado. Queixam-se de que a electricidade é muito cara mas dizem que não se deve permitir que os estrangeiros possuam quotas de mercado nestas empresas porque elas constituem “sectores estratégicos”.
São estas pessoas que se contradizem a toda a hora. Um comunista meu conhecido passou uma hora a percorrer todas as casas de gelados num centro comercial. Que procurava ele? O preço mais baixo. Acabou por decidir que o preço não lhe agradava e desistiu da ideia de comer o gelado…Só faltou dizer-me, no fim, que todas as empresas de gelados deviam ser nacionalizadas, claramente, porque ele não queria gastar dinheiro. Afinal, quem são os materialistas?
Ao defender o socialismo, toda esta gente está a defender coisas que não são os seus interesses. Parecem tomadas por uma doença qualquer que não faz sentido e que os faz perder toda a racionalidade. Pior ainda, todas elas crêem estar a defender os seus interesses, quando pensam de uma forma socialista, porque foram levadas a acreditar que o socialismo é a solução para os seus problemas. Veja-se o exemplo da pobreza. O socialismo diz que tira aos ricos para dar aos pobres. A maior parte da gente considera-se pobre, por isso acha bem. O teste que eu fiz foi perguntar a estas pessoas que se consideram pobres (e se dizem socialistas) o que fariam caso se tornassem ricos. Resposta? Tiravam o dinheiro do país para o colocar num paraíso fiscal. Após a contestação deste facto, perguntei se estas pessoas achavam bem que o Estado não lhes tirasse dinheiro para redistribuir entre os pobres (quero dizer, entre os políticos e a função pública, que são todos pobres e trabalhadores). Qual foi a resposta? “Claro que não, o dinheiro é meu!”. A isto retorqui que havia uma incoerência. Se quando a pessoa era pobre achava bem roubar aos ricos e quando era rico achava mal, algo estava errado em toda aquela ideologia. A resposta geral? “Eu não sou rico, os outros é que são!”. Como se pode observar, é uma lógica perfeitamente válida. Ainda dizem que os socialistas não têm sentido de direito de propriedade privada. Claro que têm. Mas têm sentido da sua propriedade privada., não da dos outros.
Esta é a coerência que os socialistas oferecem. Portanto, como eu dizia, não há que mudar mentalidades nenhumas – a defesa do interesse próprio sempre existiu, quer se interprete como ganância, ambição ou egoísmo. O que é temível é que, ao implementar medidas socialistas, tenhamos que presenciar situações em que estas características humanas são usadas para prejudicar os outros. Ordenados e reformas astronómicos em cargos públicos. Proteccionismo. Regulação. Opressão fiscal, etc.
Num sistema capitalista aquele que ganha mais dinheiro é aquele que melhor serve os outros, caso contrário nunca ganharia tanto dinheiro. Num socialista, aquele que mais dinheiro ganha é aquele que tem um cargo elevado na função pública, aquele que tem um negócio protegido pelo Estado (contra a “invasão estrangeira”) ou o dono de um determinado sector que é demasiado regulado e por isso ninguém mais pode concorrer em tempo útil.
Não existe capitalismo selvagem. A única coisa selvagem que os humanos inventaram foi o socialismo. Isso sim é a aplicação directa da lei do mais forte pois os dirigentes usam a sua astúcia para enganar as pessoas e mantê-las na pobreza enquanto continuam a viver às suas custas.
Friday, October 28, 2005
Genocide? So what? II
Para quê comentar? As notícias falam por si mesmas.
President refuses to be cowed by Israel speech backlash
President refuses to be cowed by Israel speech backlash
President Mahmoud Ahmadinejad of Iran continued his inflammatory rhetoric against Israel today, in spite of the diplomatic storm over a speech that called for the destruction of the Jewish state.
As tens of thousands of Iranians took to the streets across the country for annual state-sponsored anti-Israel rallies, world leaders continued to condemn the President’s comments, which have heightened concerns over Iran's nuclear ambitions.
(...)
Across Iran, tens of thousands of men and women loyal to the regime paraded through the streets of towns and cities - their banners bearing slogans demanding the abolition of Israel.
"Death to Israel, death to America," was a popular motif, in what one correspondent described as a 'carnival of bloodthirsty rhetoric'. Israeli and American flags were burnt; militants were openly recruiting for suicide missions.
Young girls wearing head-to-toe black chadors with green headbands daubed in Islamic verse chanted anti-Israeli slogans.
Genocide? So what?
Blair 'revolted' by 'destroy Israel' call of Iranian president
Dá para ler o título da conferência na imagem - The World Without Zionism - o que explica que as seguintes declarações até foram bem premeditadas.
--
"There is no doubt that the new wave [of attacks] in Palestine will soon wipe off this disgraceful blot [Israel] from the face of the Islamic world. As the Imam [Khomeini] said, Israel must be wiped off the map."
A minha pergunta: Se Bush tivesse dito que a Síria devia ser varrida do mapa, qual seria a reacção das pessoas e dos meios de imprensa? Houve tanto destaque na comunicação social portuguesa que eu nem saberia disto se não o tivesse lido no Times.
--
A minha pergunta: Se Bush tivesse dito que a Síria devia ser varrida do mapa, qual seria a reacção das pessoas e dos meios de imprensa? Houve tanto destaque na comunicação social portuguesa que eu nem saberia disto se não o tivesse lido no Times.
Thursday, October 27, 2005
CDS e a crise
O LAS aponta aqui a sua avaliação da situação actual e do possível papel do CDS em tudo isto. É para muitos evidente que na verdade não existe grande diferença entre o PS e o PSD. Para dizer a verdade, com a campanha que Marques Mendes tem feito (e o consequente apoio do aparelho partidário embora este não gire muito em torna da sua figura) demonstra-se a ideologia crua da social-democracia. Qualquer coisa serve para reclamar "direitos" para os cidadãos quando estes nem sequer são justificáveis.
É óbvio que a grande maioria das críticas tem a intenção única de fazer oposição cerrada ao governo em quaisquer medidas tomadas mas, embora já nos devêssemos ter habituado, é sempre algo deprimente ver o PSD a defender constantemente a continuidade inviável do regime. E é deprimente ver que se dizem ser de direita. Mas se se dizem de direita, ao menos que digam que o capitalismo é um sistema que não consta do eixo “esquerda-direita” para que não confundam as pessoas e propiciem ainda mais distorções ideológicas.
O PS não foge a esta regra, exagerando ainda mais nas críticas quando se dá a situação contrária. Talvez essa seja a maior diferença até porque já pensei que, por uma razão de lógica, Sócrates deveria ser do PSD e Marques Mendes do PS. Por todas estas razões, chamar-lhes “bloco central”, na maior parte das vezes, não constitui um erro mas sim uma constatação dos factos. A única diferença para além disto é que o PS se diz de esquerda e é menos socialmente conservador. De resto, economicamente, um governo PS/PSD entender-se-ia quase na perfeição se não estivessem cegos pela competição entre os dois partidos. As críticas que estes lançam mutuamente não se devem geralmente a guerras ideológicas mas a conflitos de poder. Cada um tenta à sua maneira alcançar o troféu oferecido pelo regime democrático utilizando o welfare state e tácticas populistas como argumento.
Como diz o LAS de forma implícita, provavelmente o CDS teria aqui a sua oportunidade de ouro para sair como triunfador, vencendo o marasmo económico que cada vez mais se avizinha, não só em Portugal como na Europa, gerado pela implosão do Estado social. O Estado tem criado todas estas expectativas e continua a alimentá-las indefinidamente. Observámos o que aconteceu na Alemanha, que enfrenta uma situação de crise e, ainda assim, esta mostrou os eleitores a refugiar-se na crença do decadente Estado de bem-estar, apesar de que seja evidente que a situação apenas os arrasta para algo ainda mais negro.
A escolha é entre uma quebra rápida nos direitos adquiridos, subsídios estatais, etc. - para que se melhore a ritmo relativamente crescente e constante - e uma política de manutenção das condições actuais piorando, muito provavelmente, aquilo que já se sente de momento, sem perspectivas de uma melhoria futura e prolongando a crise.
Este último processo é o mais penoso e parece ser aquele que as pessoas preferem maioritariamente escolher, na minha opinião, por falta de informação. É necessário combater este problema e, neste ponto, concordo inteiramente com o André Abrantes Amaral.
Por essa mesma razão acredito que é preciso levar a informação às pessoas. Não se trata de uma mudança de mentalidades como alguns dizem erradamente mas sim uma consciencialização da realidade. Falar em mudança de mentalidades é quase sugerir uma engenharia social que “modifique” as pessoas e cair no mesmo erro dos marxistas quando estes afirmam que as revoluções comunistas não funcionaram porque as “mentalidades não estavam preparadas”. Não há que preparar mentalidades nenhumas. Há, sim, que fazer com que as pessoas entendam a insustentabilidade do sistema corrente e da violação dos direitos que este mesmo representa. Há que fazê-las entender que apenas os próprios indivíduos podem ser responsáveis pelas suas acções, de forma a que a generalidade recuse a necessidade de um estatismo que constantemente interfere na esfera privada e restringe os direitos mais básicos. Há que fazê-las compreender a necessidade, não de um governo liberal, mas de uma sociedade civil liberal em si mesma, uma sociedade em que as pessoas não coloquem os seus problemas nos ombros dos restantes. Não há fórmula mágica para a resolução dos problemas e o liberalismo não salva ninguém. O mundo não é perfeito, o liberalismo também não. Mas, certamente, é a forma mais justa e eficiente de uma sociedade se gerir a si mesma sem que seja a própria sociedade a gerir os indivíduos e sem que uma preponderância socialista persista no ideal dos cidadãos. Apelar ao socialismo para resolver os nossos problemas é como dar uma dose ainda mais letal de veneno a alguém que já está envenenado, para além de catalisar ainda mais a competência desleal entre os indivíduos, por mais estranho que isso pareça a um anti-capitalista.
Relativamente ao que diz o António Amaral, infelizmente, também concordo e até acredito que quanto mais tempo se tomar até que a desmontagem do Estado social se efectue, pior e mais doloroso será para todos (pelas razões que acima apresentei relativamente ao prolongamento do género de políticas em vigor) embora não concorde com a permanência das safety nets.
Durante a "queda aparatosa", honestamente, não sei se não seriam também um factor prejudicial já que é imperativo (atenção: *linguagem estatal*) mantê-las com o dinheiro dos contribuintes. Curiosamente, é a própria estrutura do regime social-democrata que condiciona o que aconteceria de forma natural numa sociedade mais liberal (social e economicamente) e faz com que talvez muitos de nós passem a acreditar precisamente que elas são necessárias durante a “queda do Estado social”, de forma a garantir uma certa estabilidade durante o período menos bom pelo qual passamos. O liberalismo não é a ideologia da desmontagem do Estado de bem-estar como todos sabemos mas, desafortunadamente, somos forçados a pensar qual será a melhor forma de recomeçar os pilares da sociedade utilizando medidas liberais. Os resultados actuais são frutos da social-democracia razão pela qual aquilo a que chamamos de “esforços dolorosos” deveria ter outro nome. Também há que fazer compreender as pessoas que estas consequências são resultados das suas escolhas políticas e não das medidas liberais que serão necessárias. É precisamente este argumento que ganham os socialistas quando reclamam os “direitos adquiridos”. Estes ditos direitos (que são crimes praticados graças à repressão económica) nunca deveriam ter existido em primeiro lugar, tendo sido eles os grandes causadores dos problemas. Há que apontar isso às pessoas para que elas não culpem os sistemas errados, como é da praxe.
Voltando ao assunto, concordo com o texto do LAS em geral, embora veja de forma alguma céptica a esperança no CDS, que se vai tornando um partido cada vez mais reduzido e dependente do PSD para se tornar visível. Temo que quando chegar a necessidade iminente de tomar medidas drásticas, já o CDS tenha perdido o comboio dos que as sugerem. Ironicamente, e ao contrário do que alguns dizem (porque certamente não sabem o que penso nem lêem o que escrevo, o que posteriormente os deixa sem resposta…) gostaria de ver o CDS nessa posição. O problema é que nos parágrafos
se denota precisamente um uso extensivo do tempo condicional. Ficamos todos à espera de que o CDS decida tornar, portanto, essa hipotética realidade em factos concretos. Decerto que todos nós a veríamos com muito agrado.
---
P.S. -- O RAF diz hoje no Blasfémias que o liberalismo está subtilmente a virar mainstream. Eu recomendo ao RAF que deixe de ler tanto a blogosfera liberal e de ouvir debates políticos na tentativa de descortinar ideais liberais por ali escondidos. É que tanta expectativa, muitas vezes, faz-nos ouvir coisas que, infelizmente, eles não disseram....
P.P.S. -- Peço desculpa pelo tom pessimista mas temo não ver mudança alguma no quotidiano. É que para que haja uma mudança significativa, esta tem de começar na cabeça das pessoas, não na dos políticos.
É óbvio que a grande maioria das críticas tem a intenção única de fazer oposição cerrada ao governo em quaisquer medidas tomadas mas, embora já nos devêssemos ter habituado, é sempre algo deprimente ver o PSD a defender constantemente a continuidade inviável do regime. E é deprimente ver que se dizem ser de direita. Mas se se dizem de direita, ao menos que digam que o capitalismo é um sistema que não consta do eixo “esquerda-direita” para que não confundam as pessoas e propiciem ainda mais distorções ideológicas.
O PS não foge a esta regra, exagerando ainda mais nas críticas quando se dá a situação contrária. Talvez essa seja a maior diferença até porque já pensei que, por uma razão de lógica, Sócrates deveria ser do PSD e Marques Mendes do PS. Por todas estas razões, chamar-lhes “bloco central”, na maior parte das vezes, não constitui um erro mas sim uma constatação dos factos. A única diferença para além disto é que o PS se diz de esquerda e é menos socialmente conservador. De resto, economicamente, um governo PS/PSD entender-se-ia quase na perfeição se não estivessem cegos pela competição entre os dois partidos. As críticas que estes lançam mutuamente não se devem geralmente a guerras ideológicas mas a conflitos de poder. Cada um tenta à sua maneira alcançar o troféu oferecido pelo regime democrático utilizando o welfare state e tácticas populistas como argumento.
Como diz o LAS de forma implícita, provavelmente o CDS teria aqui a sua oportunidade de ouro para sair como triunfador, vencendo o marasmo económico que cada vez mais se avizinha, não só em Portugal como na Europa, gerado pela implosão do Estado social. O Estado tem criado todas estas expectativas e continua a alimentá-las indefinidamente. Observámos o que aconteceu na Alemanha, que enfrenta uma situação de crise e, ainda assim, esta mostrou os eleitores a refugiar-se na crença do decadente Estado de bem-estar, apesar de que seja evidente que a situação apenas os arrasta para algo ainda mais negro.
A escolha é entre uma quebra rápida nos direitos adquiridos, subsídios estatais, etc. - para que se melhore a ritmo relativamente crescente e constante - e uma política de manutenção das condições actuais piorando, muito provavelmente, aquilo que já se sente de momento, sem perspectivas de uma melhoria futura e prolongando a crise.
Este último processo é o mais penoso e parece ser aquele que as pessoas preferem maioritariamente escolher, na minha opinião, por falta de informação. É necessário combater este problema e, neste ponto, concordo inteiramente com o André Abrantes Amaral.
Por essa mesma razão acredito que é preciso levar a informação às pessoas. Não se trata de uma mudança de mentalidades como alguns dizem erradamente mas sim uma consciencialização da realidade. Falar em mudança de mentalidades é quase sugerir uma engenharia social que “modifique” as pessoas e cair no mesmo erro dos marxistas quando estes afirmam que as revoluções comunistas não funcionaram porque as “mentalidades não estavam preparadas”. Não há que preparar mentalidades nenhumas. Há, sim, que fazer com que as pessoas entendam a insustentabilidade do sistema corrente e da violação dos direitos que este mesmo representa. Há que fazê-las entender que apenas os próprios indivíduos podem ser responsáveis pelas suas acções, de forma a que a generalidade recuse a necessidade de um estatismo que constantemente interfere na esfera privada e restringe os direitos mais básicos. Há que fazê-las compreender a necessidade, não de um governo liberal, mas de uma sociedade civil liberal em si mesma, uma sociedade em que as pessoas não coloquem os seus problemas nos ombros dos restantes. Não há fórmula mágica para a resolução dos problemas e o liberalismo não salva ninguém. O mundo não é perfeito, o liberalismo também não. Mas, certamente, é a forma mais justa e eficiente de uma sociedade se gerir a si mesma sem que seja a própria sociedade a gerir os indivíduos e sem que uma preponderância socialista persista no ideal dos cidadãos. Apelar ao socialismo para resolver os nossos problemas é como dar uma dose ainda mais letal de veneno a alguém que já está envenenado, para além de catalisar ainda mais a competência desleal entre os indivíduos, por mais estranho que isso pareça a um anti-capitalista.
Relativamente ao que diz o António Amaral, infelizmente, também concordo e até acredito que quanto mais tempo se tomar até que a desmontagem do Estado social se efectue, pior e mais doloroso será para todos (pelas razões que acima apresentei relativamente ao prolongamento do género de políticas em vigor) embora não concorde com a permanência das safety nets.
Durante a "queda aparatosa", honestamente, não sei se não seriam também um factor prejudicial já que é imperativo (atenção: *linguagem estatal*) mantê-las com o dinheiro dos contribuintes. Curiosamente, é a própria estrutura do regime social-democrata que condiciona o que aconteceria de forma natural numa sociedade mais liberal (social e economicamente) e faz com que talvez muitos de nós passem a acreditar precisamente que elas são necessárias durante a “queda do Estado social”, de forma a garantir uma certa estabilidade durante o período menos bom pelo qual passamos. O liberalismo não é a ideologia da desmontagem do Estado de bem-estar como todos sabemos mas, desafortunadamente, somos forçados a pensar qual será a melhor forma de recomeçar os pilares da sociedade utilizando medidas liberais. Os resultados actuais são frutos da social-democracia razão pela qual aquilo a que chamamos de “esforços dolorosos” deveria ter outro nome. Também há que fazer compreender as pessoas que estas consequências são resultados das suas escolhas políticas e não das medidas liberais que serão necessárias. É precisamente este argumento que ganham os socialistas quando reclamam os “direitos adquiridos”. Estes ditos direitos (que são crimes praticados graças à repressão económica) nunca deveriam ter existido em primeiro lugar, tendo sido eles os grandes causadores dos problemas. Há que apontar isso às pessoas para que elas não culpem os sistemas errados, como é da praxe.
Voltando ao assunto, concordo com o texto do LAS em geral, embora veja de forma alguma céptica a esperança no CDS, que se vai tornando um partido cada vez mais reduzido e dependente do PSD para se tornar visível. Temo que quando chegar a necessidade iminente de tomar medidas drásticas, já o CDS tenha perdido o comboio dos que as sugerem. Ironicamente, e ao contrário do que alguns dizem (porque certamente não sabem o que penso nem lêem o que escrevo, o que posteriormente os deixa sem resposta…) gostaria de ver o CDS nessa posição. O problema é que nos parágrafos
“Pelas razões expostas, depreende-se que o CDS é o único partido constitucional que poderia assumir a defesa da redução da despesa pública e a representação dos que não pertencem ao "Partido do Estado". O CDS, não tendo vocação maioritária nem um largo eleitorado sociologicamente consolidado, poderia arriscar a assunção de posições que não colhem o apoio desses 55% de portugueses dependentes do OGE. O CDS não teria ainda as dificuldades ideológicas que, para isso, impedem os partidos de orientação socialista de assumir essa dupla função política.
O CDS dever-se-ia assumir como o partido da sociedade civil (por oposição ao "partido do Estado"), da redução da despesa pública e da "safety net" (por oposição ao "welfare state"). O CDS dirigir-se-ia, assumidamente, aos 45% da sociedade portuguesa que não pertence ao "Partido do Estado" e que será a mais prejudicada pela crise nacional que se avizinha.
E o CDS encontraria assim a causa distintiva e identificadora capaz de o tornar indispensável à vida política do País e de fazer crescer substancialmente a sua base eleitoral de apoio.”
se denota precisamente um uso extensivo do tempo condicional. Ficamos todos à espera de que o CDS decida tornar, portanto, essa hipotética realidade em factos concretos. Decerto que todos nós a veríamos com muito agrado.
---
P.S. -- O RAF diz hoje no Blasfémias que o liberalismo está subtilmente a virar mainstream. Eu recomendo ao RAF que deixe de ler tanto a blogosfera liberal e de ouvir debates políticos na tentativa de descortinar ideais liberais por ali escondidos. É que tanta expectativa, muitas vezes, faz-nos ouvir coisas que, infelizmente, eles não disseram....
P.P.S. -- Peço desculpa pelo tom pessimista mas temo não ver mudança alguma no quotidiano. É que para que haja uma mudança significativa, esta tem de começar na cabeça das pessoas, não na dos políticos.
Eu, um verdadeiro neonazi fascista
Ao vaguear pela blogosfera, por vezes encontro coisas interessantes. Ontem encontrei um blogue salazarista. Depois de ter sido tantas vezes chamado de fascista e de salazarista fiquei de certa forma contente pelo subtítulo deste dito blogue.
Esta pessoa é bem clara. É anti-liberal. Os salazaristas são anti-liberais. Em Portugal, como 99,9% das pessoas, assim que ouvem "Direita", pensam logo em Salazar, é muito fácil sermos facilmente etiquetados de fascistas ou então de neonazis.
Recordo pelo menos três situações recentes relativamente a isto. Numa delas estava a falar do regime comunista soviético quando o meu interlocutor me interrompe para dizer algo como Heil Hitler. Fiquei a pensar se teria ouvido bem. Depois de perceber que tinha sido mesmo um Heil, apenas lhe disse que estava enganado. Eu não era socialista. Estalou a confusão e tive que explicar (talvez pela centésima vez a pessoas diferentes) as diferenças básicas entre os regimes políticos.
Outra das vezes foi quando critiquei o investimento estatal em obras públicas. Mal explico que não concordo com a monopolização nem com a participação estatal no sector energético, sou logo presenteado com um bela frase ao estilo Que horror, és mesmo nazi! Toca a explicar tudo outra vez.
A terceira vez foi quando apontei, relativamente ao famoso Arrastão da praia de Carcavelos, que estava do lado das pessoas roubadas e que, embora achasse que a polícia tinha exagerado nos relatos, também achava que a Diana Andringa tinha uma boa dose de militância (que ela própria afirmava) no documentário que realizou, relativizando, novamente, a questão racial com aquela tendência socialista tão típica de formar grupos sociais em vez de se preocupar com os indivíduos em si. Bem, isto bastou para que me fosse dito que eu de certeza tinha participado na manifestação organizada pelo PNR no Martim Moniz e que certamente amava George Bush. Bela demonstração de ignorância, pensei eu.
Tudo isto teria pouco sentido, não fossem as confusões (induzidas pela propaganda) que as pessoas fazem, acabando mesmo por insultar aquilo em que acreditamos. É preciso levá-las, passo a passo, a compreender que não defendemos este e aquele regime político. Na mente desta gente o liberalismo não existe como ideologia singular, passando a existir, depois dos esclarecimentos, como uma ideologia da negação das outras ideologias. A ignorância das pessoas faz com que várias me tenham perguntado, extremamente irritadas, "mas tu não és fascista, não és comunista, então és o quê?"
Blog Salazarista - Temos uma Doutrina e Somos uma Força: Tudo pela Pátria, Nada contra a Pátria! Blog Anti-moderno, Anti-liberal, Anti-democrata, Anti-comunista, Contra-revolucionário,Conservador, Tradicionalista, Reaccionário, Intolerante e Intransigente!!
Esta pessoa é bem clara. É anti-liberal. Os salazaristas são anti-liberais. Em Portugal, como 99,9% das pessoas, assim que ouvem "Direita", pensam logo em Salazar, é muito fácil sermos facilmente etiquetados de fascistas ou então de neonazis.
Recordo pelo menos três situações recentes relativamente a isto. Numa delas estava a falar do regime comunista soviético quando o meu interlocutor me interrompe para dizer algo como Heil Hitler. Fiquei a pensar se teria ouvido bem. Depois de perceber que tinha sido mesmo um Heil, apenas lhe disse que estava enganado. Eu não era socialista. Estalou a confusão e tive que explicar (talvez pela centésima vez a pessoas diferentes) as diferenças básicas entre os regimes políticos.
Outra das vezes foi quando critiquei o investimento estatal em obras públicas. Mal explico que não concordo com a monopolização nem com a participação estatal no sector energético, sou logo presenteado com um bela frase ao estilo Que horror, és mesmo nazi! Toca a explicar tudo outra vez.
A terceira vez foi quando apontei, relativamente ao famoso Arrastão da praia de Carcavelos, que estava do lado das pessoas roubadas e que, embora achasse que a polícia tinha exagerado nos relatos, também achava que a Diana Andringa tinha uma boa dose de militância (que ela própria afirmava) no documentário que realizou, relativizando, novamente, a questão racial com aquela tendência socialista tão típica de formar grupos sociais em vez de se preocupar com os indivíduos em si. Bem, isto bastou para que me fosse dito que eu de certeza tinha participado na manifestação organizada pelo PNR no Martim Moniz e que certamente amava George Bush. Bela demonstração de ignorância, pensei eu.
Tudo isto teria pouco sentido, não fossem as confusões (induzidas pela propaganda) que as pessoas fazem, acabando mesmo por insultar aquilo em que acreditamos. É preciso levá-las, passo a passo, a compreender que não defendemos este e aquele regime político. Na mente desta gente o liberalismo não existe como ideologia singular, passando a existir, depois dos esclarecimentos, como uma ideologia da negação das outras ideologias. A ignorância das pessoas faz com que várias me tenham perguntado, extremamente irritadas, "mas tu não és fascista, não és comunista, então és o quê?"
Tuesday, October 25, 2005
Notícia de última hora
Jerónimo de Sousa e mais alguns deputados do PCP anunciam mudança de partido
---
Eles eram contra a democracia, certo?
Iraq says 'yes' to constitution
Overall, 78 per cent of Iraqis voted for and 21 per cent against the constitution, the Independent Electoral Commission of Iraq said.
Overall, 78 per cent of Iraqis voted for and 21 per cent against the constitution, the Independent Electoral Commission of Iraq said.
Mr. Galloway, "this is for Iraq" ? *
US Senate 'finds Iraq oil cash in Galloway's wife's bank account'
The sub-committee claimed that, through intermediaries, Mr Galloway and the Mariam Appeal were granted eight allocations of Iraqi crude oil totalling 23 million barrels from 1999 to 2003.
(via Samizdata.net)
---
* Shock win for Labour Iraq rebel
The sub-committee claimed that, through intermediaries, Mr Galloway and the Mariam Appeal were granted eight allocations of Iraqi crude oil totalling 23 million barrels from 1999 to 2003.
(via Samizdata.net)
---
* Shock win for Labour Iraq rebel
Monday, October 24, 2005
United só mesmo o Manchester
A novela Cristiano Ronaldo é muito representativa da típica mentalidade portuguesa. Quando se soube da acusação de violação, dezenas de portugueses anteciparam-se a inventar que ele tinha sido detido, coisa, aliás, tão grave que tinha sido até forçado a sair da cadeia só mesmo com o pagamento de uma elevada caução. Disseram também que "estes jovens de hoje em dia não têm cabeça" e que isto era "uma vergonha". Ouvi também que "ele foi burro porque não precisava de fazer isso com o dinheiro que tem" e tantas outras pérolas do saber lusitano.
É interessante que estas mesmas pessoas são as que seguem atentamente todos os passos de portugueses como Cristiano Ronaldo no estrangeiro e que até lhes chamam "os nossos que estão lá fora", numa evidente alusão à sua nacionalidade e ao local - porventura distante - onde estes vivem de momento. É uma idolatria completa que vai do futebol à ciência, passando por vários outros ramos. Qualquer seguidor de futebol sabe que o Pauleta está em França, que o Hugo Viana está no Newcastle e que o Zé-não-sei-das-quantas está no clube X do país Y. Qualquer seguidor da investigação científica saberá dizer, por exemplo, que o João Magueijo está no Imperial College e que o António Damásio está algures numa universidade americana. Até sabem que a Teresa Kerry, a Nelly Furtado, o Sam Mendes e o Tom Hanks são descendente de portugueses.
Por estas mesmas razões, nestes momentos, seria de esperar uma maior compaixão e até uma atitude algo paternalista por parte destas pessoas. O que se verifica, contudo, é precisamente o oposto.
Em Inglaterra, onde vive o Cristiano, todos os entrevistados de rua que pude ver, saíram em defesa dele e depositaram nele a sua confiança e o seu apoio para ultrapassar uma fase mais difícil. A Scotland Yard afirmou que Cristiano Ronaldo compareceu de livre vontade para prestar declarações, negando assim aquilo que muita da gente em Portugal tem andado a dizer. Ao serem confrontados com estes factos, muitos portugueses continuam a insistir que ele foi detido em grande aparato e que vai ser julgado pela violação, como se tivessem prazer em afirmá-lo e em denunciar o rapaz perante os olhos do mundo.
O Manchester United demonstrou toda a sua solidariedade para com o jogador. Os adeptos do Manchester United fizeram-lhe inclusive uma ovação ao entrar no Old Trafford, na última jornada, de forma a mostrar que o apoiam a 100%.
Na sua terra natal, Cristiano Ronaldo é enxovalhado pela comunicação social (que consegue ser praticamente pior do que os tablóides britânicos) e pelas próprias pessoas que embora ele seja português – coisa que nas "horas boas" é motivo de orgulho, satisfação pessoal e patriotismo injustificável e exacerbado – vê nele um criminoso antes sequer de saber o que se passou.
Quando vejo estas coisas questiono-me sobre que razão mesquinha fará com que os portugueses procurem sempre uma razão para criticar pessoalmente os outros. Pergunto-me como conseguem ser tão cínicos ao ponto de apoiar uma pessoa indiscutivelmente e depois, à primeira, sem saber pormenores adicionais, iniciar ataques desenfreados contra a integridade moral da figura em questão. É provável que caiam na sua própria armadilha de adoração. Os ídolos – os "nossos lá fora" – têm de ser perfeitos, sem falhas e logo, à mínima suspeita de comportamento fora do padrão, são motivo de escárnio e injúria pessoal.
Não acredito que os ingleses sejam especiais mas sim que os portugueses sejam especialmente maus. É muito triste partilhar a nacionalidade com toda esta gente.
É interessante que estas mesmas pessoas são as que seguem atentamente todos os passos de portugueses como Cristiano Ronaldo no estrangeiro e que até lhes chamam "os nossos que estão lá fora", numa evidente alusão à sua nacionalidade e ao local - porventura distante - onde estes vivem de momento. É uma idolatria completa que vai do futebol à ciência, passando por vários outros ramos. Qualquer seguidor de futebol sabe que o Pauleta está em França, que o Hugo Viana está no Newcastle e que o Zé-não-sei-das-quantas está no clube X do país Y. Qualquer seguidor da investigação científica saberá dizer, por exemplo, que o João Magueijo está no Imperial College e que o António Damásio está algures numa universidade americana. Até sabem que a Teresa Kerry, a Nelly Furtado, o Sam Mendes e o Tom Hanks são descendente de portugueses.
Por estas mesmas razões, nestes momentos, seria de esperar uma maior compaixão e até uma atitude algo paternalista por parte destas pessoas. O que se verifica, contudo, é precisamente o oposto.
Em Inglaterra, onde vive o Cristiano, todos os entrevistados de rua que pude ver, saíram em defesa dele e depositaram nele a sua confiança e o seu apoio para ultrapassar uma fase mais difícil. A Scotland Yard afirmou que Cristiano Ronaldo compareceu de livre vontade para prestar declarações, negando assim aquilo que muita da gente em Portugal tem andado a dizer. Ao serem confrontados com estes factos, muitos portugueses continuam a insistir que ele foi detido em grande aparato e que vai ser julgado pela violação, como se tivessem prazer em afirmá-lo e em denunciar o rapaz perante os olhos do mundo.
O Manchester United demonstrou toda a sua solidariedade para com o jogador. Os adeptos do Manchester United fizeram-lhe inclusive uma ovação ao entrar no Old Trafford, na última jornada, de forma a mostrar que o apoiam a 100%.
Na sua terra natal, Cristiano Ronaldo é enxovalhado pela comunicação social (que consegue ser praticamente pior do que os tablóides britânicos) e pelas próprias pessoas que embora ele seja português – coisa que nas "horas boas" é motivo de orgulho, satisfação pessoal e patriotismo injustificável e exacerbado – vê nele um criminoso antes sequer de saber o que se passou.
Quando vejo estas coisas questiono-me sobre que razão mesquinha fará com que os portugueses procurem sempre uma razão para criticar pessoalmente os outros. Pergunto-me como conseguem ser tão cínicos ao ponto de apoiar uma pessoa indiscutivelmente e depois, à primeira, sem saber pormenores adicionais, iniciar ataques desenfreados contra a integridade moral da figura em questão. É provável que caiam na sua própria armadilha de adoração. Os ídolos – os "nossos lá fora" – têm de ser perfeitos, sem falhas e logo, à mínima suspeita de comportamento fora do padrão, são motivo de escárnio e injúria pessoal.
Não acredito que os ingleses sejam especiais mas sim que os portugueses sejam especialmente maus. É muito triste partilhar a nacionalidade com toda esta gente.
O rico é mau, e o imigrante?
Pel'O Insurgente tenho conhecimento desta idiota imagem de campanha utilizada pelo BE (seria hilariante caso não houvesse tanta gente que verdadeiramente acredita nisto):
Não deixa de ser curioso que seja o mesmo BE a dizer num artigo da sua página on-line que Portugal ficou mais rico com a diversidade que os imigrantes trouxeram.
Fico, portanto, à espera da proposta de lei do Bloco de Esquerda quanto ao imposto sobre o capital do imigrante que servirá, obviamente, para aumentar as pequenas reformas e proteger os produtores nacionais. É o multiculturalismo da fiscalidade.
Fico, portanto, à espera da proposta de lei do Bloco de Esquerda quanto ao imposto sobre o capital do imigrante que servirá, obviamente, para aumentar as pequenas reformas e proteger os produtores nacionais. É o multiculturalismo da fiscalidade.
Leituras recomendadas
Blasfémias
«O que é um Esquerdista?», pergunta o meu amigo Gabriel do RAF
Subsídios à Cultura do JCD
Cultura estatizada, uma revolta contra as imperfeições do mundo do João Miranda
Causa Liberal
Capital, lucros e salários do Carlos Novais
A Baía dos Lobos
Um mentiroso, é um mentiroso, é um mentiroso do Helder Ferreira
O Acidental (do Henrique Raposo)
Não existe Povo. A arma do pobre é o Liberalismo (via A Arte da Fuga)
Globalização beneficia os mais pobres. Lá e aqui
Liberalismo não é a queda do Estado Social
«O que é um Esquerdista?», pergunta o meu amigo Gabriel do RAF
Subsídios à Cultura do JCD
Cultura estatizada, uma revolta contra as imperfeições do mundo do João Miranda
Causa Liberal
Capital, lucros e salários do Carlos Novais
A Baía dos Lobos
Um mentiroso, é um mentiroso, é um mentiroso do Helder Ferreira
O Acidental (do Henrique Raposo)
Não existe Povo. A arma do pobre é o Liberalismo (via A Arte da Fuga)
Globalização beneficia os mais pobres. Lá e aqui
Liberalismo não é a queda do Estado Social
Sunday, October 23, 2005
Einstein? Quem é esse gajo?
Numa daquelas universidades portuguesas onde não há cursos de Física e onde se fala muito de Einstein embora este seja completamente desprezado, aparece mais uma vez uma determinada série de colóquios sobre esse dito Einstein, aquele tipo de pouco interesse que foi apenas a pessoa mais importante do século XX segundo a revista Time. Coisa completamente irrelevante e sem sentido, obviamente.
Numa daqueles universidades, dizia eu, aparecem colóquios organizados pelo Centro de Física e Interacções Fundamentais com cinco conferências dos seguintes temas:
- Física Clássica e Relatividade: continuidade e ruptura
- O fotão e a emissão estimulada: dois ingredientes para o laser
- Condensação de Bose-Einstein: sententa anos entre previsão e realização
- Do desassossego de Einstein até à criptografia quântica
- Movimento Browniano: átomos e flutuações
É de notar que apenas uma destas conferências se relaciona com o tema da Relatividade sendo, certamente, acerca de Relatividade Restrita. Todas as outras incidem sobre o movimento browniano, o efeito fotoeléctrico e a mecânica quântica.
O mais chocante (mas não por isso surpreendente) é a total hipocrisia que levou a mesma Academia Sueca a premiar Einstein com o Prémio Nobel pelo seu trabalho sobre o efeito fotoeléctrico, relegando para um canto menor todo o seu esforço no campo das forças gravitacionais. Não seria de esperar muito - os colóquios são organizados pelo Centro de Física e Interacções Fundamentais, o que está intimamente relacionado com a Física de partículas.
Contudo, pode ler-se o seguinte no estatuto do CFIF:
- O CFIF tem a responsabilidade de conceber e realizar projectos de investigação de alta qualidade em Física Hadrónica e Física Nuclear, Física da Matéria Condensada Teórica, Geometria Diferencial e Relatividade, e áreas afins.
Ficamos esclarecidos. Até inclui Geometria Diferencial mas, pelos vistos, só no papel como já é tradição. No entanto, porquê esperar o contrário? Afinal, falamos de uma universidade que nem tem um curso de Física. Tudo seria coerente, se não fossem estas iniciativas que anunciam uma coisa mas escondem outra (o tema da série de colóquios é "O Legado de Einstein").
Comparações
O meu conselho para os que tanto temem o H5N1 e eventuais variantes é que virem as suas atenções para o vírus colectivista que já matou mais milhões de seres humanos do que provavelmente o Influenza e as suas mutações nas três grandes epidemias do último século.
Dúvidas socialistas VIII
Se o comunista é o primeiro a condenar a extrema-direita pelas consequências hediondas do anti-semitismo nazi durante o Holocausto, porque é o primeiro a apontar as culpas ao lóbi judeu quando algo de mau acontece e a colocar-se constantemente do lado dos terroristas palestinianos durante os seus atentados a Israel?
Dúvidas socialistas VII
O verdadeiro marxista acusa a direita de defender a moral e os bons costumes. Em debates relacionados com o aborto, o consumo de drogas, a prostituição e a eutanásia, a direita é acusada de ser moralista, puritana e defensora de princípios éticos de base religiosa que são estritamente contra a liberdade individual.
Contudo, se os verdadeiros marxistas se revoltam tanto contra os princípios morais e éticos, por que razão esboçam como primeiro argumento contra o “capitalismo selvagem” a falta de solidariedade e preocupação para com as classes mais pobres e desfavorecidas?
Contudo, se os verdadeiros marxistas se revoltam tanto contra os princípios morais e éticos, por que razão esboçam como primeiro argumento contra o “capitalismo selvagem” a falta de solidariedade e preocupação para com as classes mais pobres e desfavorecidas?
Dúvidas socialistas VI
Qualquer pseudo-intelectual de andar por casa que se preze é de esquerda porque ser de direita é completamente inadmissível e um atentado aos direitos das pessoas. O verdadeiro pseudo-intelectual de meia-tigela nunca pode ser de direita porque tem alergia ao autoritarismo que, obviamente, é fruto da direita imperialista.
Se o intelectual de esquerda é assim tão intelectual, como é que ainda não percebeu que os regimes socialistas são autoritários e que a extrema-direita que tanto odeia é, na verdade, uma forma evidente de socialismo?
Se o intelectual de esquerda é assim tão intelectual, como é que ainda não percebeu que os regimes socialistas são autoritários e que a extrema-direita que tanto odeia é, na verdade, uma forma evidente de socialismo?
Dúvidas socialistas V
Se o socialismo é a ideologia da democracia e da liberdade de expressão, porque tentam os socialistas cortar sempre o discurso de outros que não partilhem os seus ideais, ao som de carinhosas alcunhas como "fascista" e "nazi"?
Dúvidas socialistas IV
O bom comunista defende sempre o direito da mulher a abortar porque as mulheres são donas do seu corpo e devem ser elas a decidir o que fazer com o seu útero. Quererá isto dizer que os comunistas reconhecem o direito à propriedade privada?
Saturday, October 22, 2005
Dúvidas socialistas III
Um marxista que se preze chama outro marxista de camarada. Ora, se os marxistas apoiam a luta de classes como forma de destruir esta mesma diferenciação, por que razão insistem em apelidar-se mutuamente com um sistema que implica a existência de uma hierarquia estratificada, semelhante à de um batalhão militar, e de um líder?
Friday, October 21, 2005
Causa Nossa - a verdadeira!
Estão a ver aquela ligação ali do lado direito, a primeira? Sim, aquela que diz Causa Liberal.
Estes senhores, em conjunto com a editora O Espírito das Leis acabaram de editar uma tradução - esforço louvável do André Azevedo Alves - da obra Escuela Austríaca, Mercado y Creatividad Empresarial do economista espanhol Jesús Huerta de Soto, que passa agora também a estar disponível em Português.
Estes senhores, em conjunto com a editora O Espírito das Leis acabaram de editar uma tradução - esforço louvável do André Azevedo Alves - da obra Escuela Austríaca, Mercado y Creatividad Empresarial do economista espanhol Jesús Huerta de Soto, que passa agora também a estar disponível em Português.
A iniciativa é excelente. Parabéns e muito obrigado!
J'écris ton nom
Pequim bloqueia acesso de cibernautas à Wikipedia
Há certas coisas que vejo difíceis de conjugar. Já me disseram que a China cresce porque é comunista. Já me disseram que a comunismo é a liberdade e já me disseram que a Wikipédia, à semelhança do Linux, claro, é um projecto anarco-comunista.
Ora, pergunto eu, na mais pura das dúvidas.
Se a Wikipédia é um projecto anarco-comunista e se a China é um país livre (porque, afinal, até cresce por ser comunista) o que explica esta notícia? Não, não me diga, caro seguidor das doutrinas colectivistas, eu já sei. Afinal, a China já não é comunista porque se vendeu ao capital. A China agora é um país de desigualdade social porque se vendeu aos "interesses financeiros" e já não é livre! Eu bem sabia que aquelas purgas maoístas e o Livro Vermelho eram só para enganar. Eles eram capitalistas infiltrados, não são comunistas verdadeiros. Vocês não defendem esse comunismo do capitalismo estatal, que é totalmente contra a liberdade! Por isso se explica que eles sejam tão fascistas e proíbam o projecto da Wikipédia que é anarco-comunista!
Mas fica uma dúvida. Sendo os fascistas a favor de um controlo económico, como podem ser capitalistas? Ora bem, não me diga senhor colectivista, eu já sei. A distribuição da riqueza é necessária para balancear os efeitos da economia de mercado, que é obviamente injusta para com as classes desfavorecidas, não é verdade? É por isso que o senhor colectivista tanto aprecia essas medidas fascistas, salvo seja, claro.
Mas porquê proibir a Wikipédia, então? Espere, espere. Já sei, a Wikipédia está inundada de forças reaccionárias devido ao "excesso de liberdade", é por isso que se devia estabelecer uma autoridade para regular e fazer uma distribuição das tarefas, de acordo com a população!
Conclusões preliminares:
- A China é um país comunista mas não é.
- A China é um país livre (porque é comunista) mas não é (porque é capitalista).
- A China cresce (porque é comunista) mas não cresce (porque é capitalista).
- A Wikipédia é livre (porque é anarco-comunista) mas, afinal, não devia ser.
- A Wikipédia é anarco-comunista mas não é.
Conclusão comunista final:
- O governo chinês faz bem em proibir a Wikipédia em nome da preservação da liberdade.
As autoridades chinesas bloquearam o acesso à enciclopédia livre online Wikipedia, a maior do mundo. O alerta foi dado pela organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que está preocupado com o crescente controlo que Pequim exerce sobre a Internet.---
Há certas coisas que vejo difíceis de conjugar. Já me disseram que a China cresce porque é comunista. Já me disseram que a comunismo é a liberdade e já me disseram que a Wikipédia, à semelhança do Linux, claro, é um projecto anarco-comunista.
Ora, pergunto eu, na mais pura das dúvidas.
Se a Wikipédia é um projecto anarco-comunista e se a China é um país livre (porque, afinal, até cresce por ser comunista) o que explica esta notícia? Não, não me diga, caro seguidor das doutrinas colectivistas, eu já sei. Afinal, a China já não é comunista porque se vendeu ao capital. A China agora é um país de desigualdade social porque se vendeu aos "interesses financeiros" e já não é livre! Eu bem sabia que aquelas purgas maoístas e o Livro Vermelho eram só para enganar. Eles eram capitalistas infiltrados, não são comunistas verdadeiros. Vocês não defendem esse comunismo do capitalismo estatal, que é totalmente contra a liberdade! Por isso se explica que eles sejam tão fascistas e proíbam o projecto da Wikipédia que é anarco-comunista!
Mas fica uma dúvida. Sendo os fascistas a favor de um controlo económico, como podem ser capitalistas? Ora bem, não me diga senhor colectivista, eu já sei. A distribuição da riqueza é necessária para balancear os efeitos da economia de mercado, que é obviamente injusta para com as classes desfavorecidas, não é verdade? É por isso que o senhor colectivista tanto aprecia essas medidas fascistas, salvo seja, claro.
Mas porquê proibir a Wikipédia, então? Espere, espere. Já sei, a Wikipédia está inundada de forças reaccionárias devido ao "excesso de liberdade", é por isso que se devia estabelecer uma autoridade para regular e fazer uma distribuição das tarefas, de acordo com a população!
Conclusões preliminares:
- A China é um país comunista mas não é.
- A China é um país livre (porque é comunista) mas não é (porque é capitalista).
- A China cresce (porque é comunista) mas não cresce (porque é capitalista).
- A Wikipédia é livre (porque é anarco-comunista) mas, afinal, não devia ser.
- A Wikipédia é anarco-comunista mas não é.
Conclusão comunista final:
- O governo chinês faz bem em proibir a Wikipédia em nome da preservação da liberdade.
Thursday, October 20, 2005
Dúvidas socialistas II
Uma marxista que se preze aparece sempre com o discurso dos malefícios do capitalismo associado ao desprezo pelos trabalhadores (os escravos da burguesia) e pelas minorias sociais desfavorecidas. Por esta mesma razão, são críticos do nacionalismo e da xenofobia.
Ora, um marxista que se preze apoia também o proteccionismo económico como medida de defesa contra as potências imperialistas que pretendem colonizar o seu país e explorar a capacidade de trabalho das forças proletárias com mais medidas capitalistas levando, ainda por cima, os fundos económicos para o estrangeiro, para longe destas mesmas forças proletárias.
Por outras palavras, um marxista consegue ser ao mesmo tempo crítico do nacionalismo e das divisões raciais enquanto apoia medidas proteccionistas da economia para evitar invasões estrangeiras. Simultaneamente, defende que não devemos tomar atitudes discriminatórias nem colocar imposições de imigração para com os estrangeiros porque somos todos iguais e distinguir raças é ser neonazi mas acha que os estrangeiros são exploradores da mão-de-obra nacional e que os os trabalhadores nacionais são mais importantes do que os estrangeiros (até mesmo os camaradas de leste).
Um marxista que se preze fala dos efeitos nefastos que o capitalismo tem sobre o ambiente. Qualquer bom comunista aprende à sua nascença a expressão “impacto ambiental” dizendo também que é responsabilidade das instituições estatais regular este mesmo problema causado pelas “forças reaccionárias” e pelas políticas neo-liberais selvagens. Um marxista que se preze apoia também o controlo do mercado, que é o causador dos desequilíbrios sociais, e a sua nacionalização.
Por outras palavras, um marxista consegue ser ao mesmo tempo crítico do impacto que a actividade humana tem sobre o ambiente (do qual o ser humano até faz parte) e da busca natural de soluções que o mercado executa para tentar por fim a esse mesmo problema, já que ele prejudica os próprios seres humanos.
Alguém me sabe dizer se já foi feito algum estudo neurológico que medisse o tamanho das (telo)dendrites e dos axónios desta gente?
Ora, um marxista que se preze apoia também o proteccionismo económico como medida de defesa contra as potências imperialistas que pretendem colonizar o seu país e explorar a capacidade de trabalho das forças proletárias com mais medidas capitalistas levando, ainda por cima, os fundos económicos para o estrangeiro, para longe destas mesmas forças proletárias.
Por outras palavras, um marxista consegue ser ao mesmo tempo crítico do nacionalismo e das divisões raciais enquanto apoia medidas proteccionistas da economia para evitar invasões estrangeiras. Simultaneamente, defende que não devemos tomar atitudes discriminatórias nem colocar imposições de imigração para com os estrangeiros porque somos todos iguais e distinguir raças é ser neonazi mas acha que os estrangeiros são exploradores da mão-de-obra nacional e que os os trabalhadores nacionais são mais importantes do que os estrangeiros (até mesmo os camaradas de leste).
Um marxista que se preze fala dos efeitos nefastos que o capitalismo tem sobre o ambiente. Qualquer bom comunista aprende à sua nascença a expressão “impacto ambiental” dizendo também que é responsabilidade das instituições estatais regular este mesmo problema causado pelas “forças reaccionárias” e pelas políticas neo-liberais selvagens. Um marxista que se preze apoia também o controlo do mercado, que é o causador dos desequilíbrios sociais, e a sua nacionalização.
Por outras palavras, um marxista consegue ser ao mesmo tempo crítico do impacto que a actividade humana tem sobre o ambiente (do qual o ser humano até faz parte) e da busca natural de soluções que o mercado executa para tentar por fim a esse mesmo problema, já que ele prejudica os próprios seres humanos.
Alguém me sabe dizer se já foi feito algum estudo neurológico que medisse o tamanho das (telo)dendrites e dos axónios desta gente?
Dúvidas socialistas I
Alguém me sabe dizer por que razão as paginas nacionalistas/fascistas têm sempre ligações para os seus companheiros de luta nacionalista/fascista de outros países?
Alguém me consegue explicar como é que eles até organizam encontros internacionais e conseguem ser solidários uns com os outros?
Alguém me consegue explicar como é que eles até organizam encontros internacionais e conseguem ser solidários uns com os outros?
Um candidato à medida
Parecendo que não, talvez o Vieira seja o candidato mais sério à Presidência da República. Pelo menos é o único cuja figura rídicula é puramente intencional.
Darwinismo marxista
Ultimamente tem-se andado por aí a falar muito de darwinismo social e económico, em resposta às críticas do que é a capacidade de auto-organização humana.
Para além de recomendar vivamente as palavras do António Amaral, as do João Miranda (que na verdade, foram as que causaram o debate) e as do Miguel, gostaria também de recomendar um artigo do Jorge Valín que li há uns meses e que representa as minhas visões acerca do assunto a 100%. Assim sendo, recomendo a leitura integral do artigo que é bem curto e abstenho-me de fazer mais comentários.
"Arde el Estado"
Para além de recomendar vivamente as palavras do António Amaral, as do João Miranda (que na verdade, foram as que causaram o debate) e as do Miguel, gostaria também de recomendar um artigo do Jorge Valín que li há uns meses e que representa as minhas visões acerca do assunto a 100%. Assim sendo, recomendo a leitura integral do artigo que é bem curto e abstenho-me de fazer mais comentários.
"Arde el Estado"
"(...) el libre mercado es todo lo contrario. En la jungla sobrevive el más fuerte a expensas del más débil, en cambio en un sistema puramente capitalista todos se benefician de todos, y aquel que triunfa no es por su brutalidad contra el resto, sino por su pericia y habilidad para servir a los demás. Así pues, en un sistema capitalista destaca el que mejor sirve al resto."
Wednesday, October 19, 2005
Soares, o canalizador
Mas alguém que realmente queira apoiar Mário Soares, faz trocadilhos com o Super Mário? Coitado do Mário. O Super.
Relembro que menores de 18 não votam.
---
P.S. - Vários minutos depois, apercebi-me de que afinal até faz sentido. A Presidência da República é uma espécie de jogo em que são os contribuintes que levam com o Game Over.
Relembro que menores de 18 não votam.
---
P.S. - Vários minutos depois, apercebi-me de que afinal até faz sentido. A Presidência da República é uma espécie de jogo em que são os contribuintes que levam com o Game Over.
Japão incentiva entrada no mercado de trabalho
Japão corta 5% aos salários de funcionários públicos
Os funcionários japoneses da administração local estão prestes a ver as suas remunerações reduzidas em 5% a partir do próximo mês de Abril, início do novo ano fiscal.
De acordo com o que noticia o jornal Nihon Keizai Shimbun esta quarta-feira, as comissões encarregadas de gerir os quadros de pessoal de 39 perfeituras do Japão decidiram recomendar aos órgãos executivos uma redução de cerca de 5% nas remunerações auferidas por todo o pessoal da administração pública.
Pensamentos soltos
Portagens nas SCUT
Quem me dera que isto fosse verdade. Significaria que tinha uma conta bancária com alguns zeros.
Adeus economia informal.
Eu sempre achei que trabalhar por conta própria e gerar o nosso próprio dinheiro era um boa ideia.
Finalmente, uma boa notícia. Estava a ver que não anunciavam despedimentos.
Pensei que a União Europeia condenava o cartel?
Em que ano funcionou?
Em matemática chama-se a isso função constante.
Estilo ordenados de 24 mil euros e projectos de investimento público, não é?
Desde quando se apelidam crimes de actos de coragem?
Demora menos tempo reunir dinheiro do que simplesmente não gastá-lo? Em que galáxia?
O Falcon avariou?
E dizia ele que os únicos que deviam temer o orçamento eram os que fugiam ao fisco.
Os estudos da Ota foram levados para a Torre do Tombo? É por isso que só vêm em Novembro?
A culpa é do Bush. Foi para o Iraque arranjar petróleo e ainda não nos deu nada. É um neo-liberal neo-colonialista neo-imperialista ingrato.
Como aquele projecto de central nuclear que foi recusado pelo governo? E o MIBEL que está em águas de bacalhau?
"Os únicos portugueses que podem temer este orçamento são aqueles que de uma forma sistemática têm fugido ao fisco”
Quem me dera que isto fosse verdade. Significaria que tinha uma conta bancária com alguns zeros.
“vamos continuar a luta contra a fraude e a evasão fiscal"
Adeus economia informal.
«Teixeira dos Santos considera que Paulo Macedo "está a justificar o que ganha" - cerca de 24 mil euros mensais.»
Eu sempre achei que trabalhar por conta própria e gerar o nosso próprio dinheiro era um boa ideia.
«Na Função Pública, "os trabalhadores vão, de facto, ver dignificadas as suas carreiras"»
Finalmente, uma boa notícia. Estava a ver que não anunciavam despedimentos.
«a actualização dos ordenados "vai ser objecto de negociação com os sindicatos".»
Pensei que a União Europeia condenava o cartel?
«"o sistema de avaliação dos funcionários não funcionou em pleno" este ano.»
Em que ano funcionou?
"fomos enganados pelos governos anteriores"
Em matemática chama-se a isso função constante.
"[A situação das finanças] obrigou a ter que se fazer um esforço de consolidação governamental bem mais forte e mais exigente".
Estilo ordenados de 24 mil euros e projectos de investimento público, não é?
«Teixeira dos Santos elogiou mesmo a "coragem" de José Sócrates em aumentar os impostos»
Desde quando se apelidam crimes de actos de coragem?
"Era a única forma de rapidamente podermos ter um efeito de redução do défice, através da despesa demora bem mais tempo".
Demora menos tempo reunir dinheiro do que simplesmente não gastá-lo? Em que galáxia?
«Mas mesmo a despesa "vai já começar a reduzir-se a partir do próximo ano", garantiu.»
O Falcon avariou?
"Na entrevista à SIC, Teixeira dos Santos revelou que pondera a introdução de portagens em algumas SCUT."
E dizia ele que os únicos que deviam temer o orçamento eram os que fugiam ao fisco.
«Quantos aos projectos para o aeroporto da Ota e o comboio de alta velocidade, o ministro recordou que "já se equacionaram estas questões há vários anos"»
Os estudos da Ota foram levados para a Torre do Tombo? É por isso que só vêm em Novembro?
"os combustíveis vão ser mais caros"
A culpa é do Bush. Foi para o Iraque arranjar petróleo e ainda não nos deu nada. É um neo-liberal neo-colonialista neo-imperialista ingrato.
"Vamos ter que nos socorrer de novas tecnologias, a novas fontes de energia de forma a aliviarmos a nossa dependência do petróleo"
Como aquele projecto de central nuclear que foi recusado pelo governo? E o MIBEL que está em águas de bacalhau?
Tuesday, October 18, 2005
Combater pobreza com mais pobreza
Portugal tem a maior desigualdade entre ricos e pobre
---
O ideal utópico socialista da redistribuição. Roubar aos ricos para dar aos pobres. Porque não é isto uma solução viável, para além da clara violação do direito de propriedade? Por várias razões.
Primeiro, é um total desincentivo à acumulação de riqueza. O que acontece actualmente é que muitas pessoas não desejam ter um certo montante elevado em contas bancárias porque sabem que terão de pagar um imposto sobre capitais acumulados. O Estado incentiva, portanto, a que se façam investimentos (ou se liquidem dívidas) mesmo que estes não sejam realmente lucrativos, tornando artificial o processo natural de investimentos. Situação semelhante acontece com as oscilações da taxa de juro.
O que acontece, então, após tanta política com intenções de uma redistribuição de riqueza? Há menos dinheiro em jogo. Há menos dinheiro que poderia ser perfeitamente investido, por iniciativa individual, em áreas tão distintas como a educação e a construção civil. Havendo menos dinheiro disponível, existe também um medo crescente de investir porque a situação económica se aproxima da estagnação, senão mesmo da recessão. É o que acontece aos potenciais investidores que, apesar das políticas de extracção financeira para os cofres estatais, desejam ainda fazer uma aplicação do seu dinheiro e precisam de entrar em conta com o custo de oportunidade do investimento que querem fazer. Este torna-se crucial em situações de pouca disponibilidade financeira.
Todavia, em termos gerais, qual é o interesse de um possuidor de capital em investi-lo se, ao ter as suas quantias líquidas em Portugal, terá mais dificuldade em movimentá-lo como desejar? Se há risco de intervenção governamental, o investidor sabe (e, na verdade, sabe-o muito bem, razão pela qual os mercados financeiros reagem tão depressa após os dias de eleições legislativas em todo o mundo) que esse é um factor de risco que deve ponderar cautelosamente. Qual de nós gostaria de ver parte da sua propriedade confiscada directamente? Qual de nós gostaria de ver impossibilitada a venda, parcial ou total, do objecto do seu investimento por esquemas de controlo estatais? Qual de nós está disposto a aguentar uma lei laboral extremamente rígida e a investir dinheiro numa localidade que não parece ter futuro económico algum? Se não há perspectivas de crescimento económico nacional, o investidor (nacional ou estrangeiro), tomando também em conta as eventuais intervenções governamentais, exprime as suas opiniões pelas acções económicas que decide efectuar. O resultado deste fenómeno a nível conjuntural é muito poderoso. Quando se fazem as contas para o país todo, percebe-se que o investimento foge a passos largos. Percebe-se que o local em questão deixou de ser económica e socialmente atractivo e que os capitais desapareceram, gerando problemas sociais como o desemprego. E isto não se deve à falta de apoios fiscais mas sim à falta de liberdade económica que o investidor sente ao aplicar (ou não) as suas poupanças e regular a sua propriedade como bem entender.
Os fundos que foram reconduzidos para as instituições estatais servem a sua auto-subsistência e fundamentam uma politica intervencionista de supremacia da segurança social, de subsídios aos produtores nacionais e outros relacionados com interferências prejudiciais ao mercado de trabalho que, artificialmente, reduzem a oferta ou inflacionam os preços dos bens de consumo.
Toda esta ausência ou redução de investimento afecta negativamente a taxa de desemprego. O poder de compra sofre também as suas consequências. Ou muito me engano ou o poder de compra é uma boa medida do rendimento geral dos indivíduos e da sua pobreza. Dizer bacoradas como a de que a forma de reduzir o fosso entre ricos e pobres é melhorar as políticas de redistribuição tem quase tanta lógica como o bloqueio dos têxteis chineses. Sim, a ideologia politica dos governos nacionais faz com que estes queiram proteger os produtores nacionais. Quem não acha muita piada são os retalhistas, que ficaram sem stock embora o tivessem pago, e os consumidores que ou não adquiriram os bens que desejavam ou foram forçados a comprar algo mais caro, reduzindo o seu poder de compra. Sim, um bloqueio de têxteis gera pobreza. Excepto, claro, quando se tem outro país como a Índia de onde se importar. Quem perde mais é o consumidor europeu porque nem sequer possui liberdade de escolha.
Já agora, alguém ouviu falar de alguns dirigentes europeus que se queixavam de umbloqueio embargo americano qualquer? Pensei que a Europa tinha um bom mercado de espelhos.
Portugal é o país da União Europeia onde há mais desigualdade entre ricos e pobres, uma situação que é característica dos estados em vias de desenvolvimento, segundo dados revelados hoje à agência Lusa pela associação Oikos.
(...)
Para João José Fernandes, estes dados mostram que Portugal necessita de uma política redistributiva e de "encarar de frente o problema da desigualdade".
---
O ideal utópico socialista da redistribuição. Roubar aos ricos para dar aos pobres. Porque não é isto uma solução viável, para além da clara violação do direito de propriedade? Por várias razões.
Primeiro, é um total desincentivo à acumulação de riqueza. O que acontece actualmente é que muitas pessoas não desejam ter um certo montante elevado em contas bancárias porque sabem que terão de pagar um imposto sobre capitais acumulados. O Estado incentiva, portanto, a que se façam investimentos (ou se liquidem dívidas) mesmo que estes não sejam realmente lucrativos, tornando artificial o processo natural de investimentos. Situação semelhante acontece com as oscilações da taxa de juro.
O que acontece, então, após tanta política com intenções de uma redistribuição de riqueza? Há menos dinheiro em jogo. Há menos dinheiro que poderia ser perfeitamente investido, por iniciativa individual, em áreas tão distintas como a educação e a construção civil. Havendo menos dinheiro disponível, existe também um medo crescente de investir porque a situação económica se aproxima da estagnação, senão mesmo da recessão. É o que acontece aos potenciais investidores que, apesar das políticas de extracção financeira para os cofres estatais, desejam ainda fazer uma aplicação do seu dinheiro e precisam de entrar em conta com o custo de oportunidade do investimento que querem fazer. Este torna-se crucial em situações de pouca disponibilidade financeira.
Todavia, em termos gerais, qual é o interesse de um possuidor de capital em investi-lo se, ao ter as suas quantias líquidas em Portugal, terá mais dificuldade em movimentá-lo como desejar? Se há risco de intervenção governamental, o investidor sabe (e, na verdade, sabe-o muito bem, razão pela qual os mercados financeiros reagem tão depressa após os dias de eleições legislativas em todo o mundo) que esse é um factor de risco que deve ponderar cautelosamente. Qual de nós gostaria de ver parte da sua propriedade confiscada directamente? Qual de nós gostaria de ver impossibilitada a venda, parcial ou total, do objecto do seu investimento por esquemas de controlo estatais? Qual de nós está disposto a aguentar uma lei laboral extremamente rígida e a investir dinheiro numa localidade que não parece ter futuro económico algum? Se não há perspectivas de crescimento económico nacional, o investidor (nacional ou estrangeiro), tomando também em conta as eventuais intervenções governamentais, exprime as suas opiniões pelas acções económicas que decide efectuar. O resultado deste fenómeno a nível conjuntural é muito poderoso. Quando se fazem as contas para o país todo, percebe-se que o investimento foge a passos largos. Percebe-se que o local em questão deixou de ser económica e socialmente atractivo e que os capitais desapareceram, gerando problemas sociais como o desemprego. E isto não se deve à falta de apoios fiscais mas sim à falta de liberdade económica que o investidor sente ao aplicar (ou não) as suas poupanças e regular a sua propriedade como bem entender.
Os fundos que foram reconduzidos para as instituições estatais servem a sua auto-subsistência e fundamentam uma politica intervencionista de supremacia da segurança social, de subsídios aos produtores nacionais e outros relacionados com interferências prejudiciais ao mercado de trabalho que, artificialmente, reduzem a oferta ou inflacionam os preços dos bens de consumo.
Toda esta ausência ou redução de investimento afecta negativamente a taxa de desemprego. O poder de compra sofre também as suas consequências. Ou muito me engano ou o poder de compra é uma boa medida do rendimento geral dos indivíduos e da sua pobreza. Dizer bacoradas como a de que a forma de reduzir o fosso entre ricos e pobres é melhorar as políticas de redistribuição tem quase tanta lógica como o bloqueio dos têxteis chineses. Sim, a ideologia politica dos governos nacionais faz com que estes queiram proteger os produtores nacionais. Quem não acha muita piada são os retalhistas, que ficaram sem stock embora o tivessem pago, e os consumidores que ou não adquiriram os bens que desejavam ou foram forçados a comprar algo mais caro, reduzindo o seu poder de compra. Sim, um bloqueio de têxteis gera pobreza. Excepto, claro, quando se tem outro país como a Índia de onde se importar. Quem perde mais é o consumidor europeu porque nem sequer possui liberdade de escolha.
Já agora, alguém ouviu falar de alguns dirigentes europeus que se queixavam de um
Anti-americanismo? Nepia, isso é invenção da extrema-direita neo-liberal
Lembram-se do Katrina? Parece que nem toda a esquerda (este homem em Portugal seria considerado de direita radical...) decidiu fechar os olhos ou participar na orgia.
‘Blair shocked’ over BBC Katrina coverage
‘Blair shocked’ over BBC Katrina coverage
Tony Blair was shocked by the BBC's coverage of Hurricane Katrina's devastation of New Orleans, describing it as “full of hatred of America”, Rupert Murdoch, chairman and chief executive of News Corporation, revealed on Friday night.
Mr Murdoch, a long-time critic of the BBC who controls rival Sky News, said the prime minister had recounted his feelings in a private conversation earlier this week in New York.
Civismo nórdico
Dois artigos importantes do Helder Ferreira n'O Insurgente acerca do tão famoso civismo nórdico. Qual é o resultado de impostos altos? Quanto mais elevados forem mais rentável se torna escapar-lhes. Parece que o civismo nórdico não é suficiente cívico para fugir a esta correlação. E é curioso (mas não surpreendente) também ver qual o país da OCDE que tem uma economia paralela menor.
Novas!Novas! Fresquinhas!! Nunca tinha ouvido ou lido tal coisa! Incrivel!!
Post com bolinha no canto direito
Novas!Novas! Fresquinhas!! Nunca tinha ouvido ou lido tal coisa! Incrivel!!
Post com bolinha no canto direito
Monday, October 17, 2005
Portugueses, alimentai-me!
Político esfomeado precisa urgentemente de massa.
-----
-----
(Conclusão retirada alguns minutos depois: confirma-se experimentalmente que o "Estado de bem-estar" não resolve o problema dos bens de necessidade primária)
Como ganhar dinheiro sem fazer apostas no Euromilhões
Alegre vai pedir empréstimo
Coitado. Um socialista pobre. Tão pobre que tem de pedir um empréstimo para a campanha eleitoral. Bela (e poética) maneira de apelar ao coração mole dos misericordiosos e saudosistas portugueses que reunirão fundos suficientes para uma volta ao mundo nos próximos 5 anos ou umas férias prolongadas numas ilhas paradisíacas do Pacífico....
Manuel Alegre vai pedir um empréstimo bancário para financiar a campanha eleitoral para a Presidência da República. Como qualquer candidato, o deputado socialista só receberá um subsídio estatal se tiver mais de cinco por cento dos votos
Coitado. Um socialista pobre. Tão pobre que tem de pedir um empréstimo para a campanha eleitoral. Bela (e poética) maneira de apelar ao coração mole dos misericordiosos e saudosistas portugueses que reunirão fundos suficientes para uma volta ao mundo nos próximos 5 anos ou umas férias prolongadas numas ilhas paradisíacas do Pacífico....
Saturday, October 15, 2005
Comunismo? Sim, claro...
Uma das coisas que mais me surpreende é a capacidade da comunidade comunista (não, não é uma redundância) em distorcer a realidade. É um defeito que também eles já apontaram em mim, curiosamente. Quando lhes mostram os factos, dizem eles que estamos a distorcer a realidade com a nossa interpretação dos factos. Ora, capitalismo é capitalismo. Não há volta a dar-lhe. Se eles se negam a vê-lo, apenas estão a demonstrar a verdadeira razão pela qual são comunistas. Não seria a primeira vez que um comunista me dizia que a China não estava a crescer, de forma a negar os efeitos benéficos do mercado livre. É preciso mostrar-lhes os dados. A verdade é que tentam encontrar sempre algum argumento para negar que a China está melhor do que estava antes. Ora é porque há mais desigualdade social (i.e., era preferível que continuassem a ser todos pobres) ou porque "o crescimento económico não traduz o aumento da qualidade de vida" ou não tem "correlação directa com a felicidade".
É deprimente ter conversas com gente assim. Muito deprimente. É como discutir cores com um daltónico. Não vou analisar isso de momento porque, para ser sincero, analisar os devaneios da mente comunista dava para um livro completo. Não que seja muito complexo, porque até segue o mesmo padrão, mas assume uma variedade demasiado extensa. Há sempre uma falácia qualquer que o comunista pratica por entre os factos.
Para além destes, existem aqueles ainda mais bloqueados mentalmente. Esses são os que me dizem que o crescimento chinês se deve às políticas (verdadeiramente!) socialistas praticadas pelo partido chinês. O socialismo é uma coisa versátil. Tem vindo a mudar ao longo da história e teve todas as aplicações possíveis, desde o nacional-socialismo, ao fascismo e ao marxismo-leninismo. Hoje em dia, o socialismo está a tornar-se definitivamente na sua variante de social-democracia. O exemplo vem de vários países, nem vale a pena nomeá-los. Esta terceira via consiste em aceitar o liberalismo, fazendo poucas intervenções. É uma aceitação dos factos, excepto para os comunistas que ou negam a melhoria das condições, insultando as políticas de direita, ou simplesmente defendem o partido em questão, dizendo que *aquilo* não é mais capitalismo, é socialismo, porque agora resulta, etc, etc. São estes os mesmos que agora dizem que a China cresce por causa das políticas comunistas. Para esses, mais uma vez, em especial, vai outra notícia fresquinha, publicada pelo Dinheiro Digital.
China: Hu Jintao reclama menos proteccionismo e comércio global mais justo
Hu Jintao reclama menos proteccionismo. Esta posição também é ideologicamente comunista?
Para além destes, existem aqueles ainda mais bloqueados mentalmente. Esses são os que me dizem que o crescimento chinês se deve às políticas (verdadeiramente!) socialistas praticadas pelo partido chinês. O socialismo é uma coisa versátil. Tem vindo a mudar ao longo da história e teve todas as aplicações possíveis, desde o nacional-socialismo, ao fascismo e ao marxismo-leninismo. Hoje em dia, o socialismo está a tornar-se definitivamente na sua variante de social-democracia. O exemplo vem de vários países, nem vale a pena nomeá-los. Esta terceira via consiste em aceitar o liberalismo, fazendo poucas intervenções. É uma aceitação dos factos, excepto para os comunistas que ou negam a melhoria das condições, insultando as políticas de direita, ou simplesmente defendem o partido em questão, dizendo que *aquilo* não é mais capitalismo, é socialismo, porque agora resulta, etc, etc. São estes os mesmos que agora dizem que a China cresce por causa das políticas comunistas. Para esses, mais uma vez, em especial, vai outra notícia fresquinha, publicada pelo Dinheiro Digital.
China: Hu Jintao reclama menos proteccionismo e comércio global mais justo
O presidente chinês Hu Jintao pediu este sábado mais abertura e justiça no sistema de comércio internacional para prevenir o proteccionismo comercial, durante a sessão de abertura do encontro dos responsáveis das Finanças das 20 maiores economias mundiais.
Hu Jintao reclama menos proteccionismo. Esta posição também é ideologicamente comunista?
Piadas liberais VI
Porque são as piadas liberais publicadas no My Guide to your Galaxy tão secas, estúpidas e simples?
- Ora bem...porque isto é um blogue aberto à leitura pública e, como tal, é para os marxistas que aqui fazem visitas regulares poderem rir-se também...(ou talvez não)...
- Ora bem...porque isto é um blogue aberto à leitura pública e, como tal, é para os marxistas que aqui fazem visitas regulares poderem rir-se também...(ou talvez não)...
Piadas liberais V
Quantos liberais são necessários para mudar uma lâmpada?
Nenhum. O mercado trata disso.
---
Porque não deve um liberal tomar Kellogg's All-Bran?
Para não regular o seu mercado intestinal.
Nenhum. O mercado trata disso.
---
Porque não deve um liberal tomar Kellogg's All-Bran?
Para não regular o seu mercado intestinal.
Piadas liberais IV
Qual é a primeira coisa que um liberal diz ao filho, quando ele ainda está na barriga da mãe?
- Muitos parabéns filho, a tua excelente capacidade empreendedora fez-te vencer num mercado extremamente competitivo!
- Muitos parabéns filho, a tua excelente capacidade empreendedora fez-te vencer num mercado extremamente competitivo!
Piadas liberais III
Porque é que um liberal puro não toma medicamentos quando está doente?
Para não interferir no mercado dos vírus.
Para não interferir no mercado dos vírus.
Piadas liberais II
- A senhora sabia que eu tenho um blogue liberal?
- Um quéi? Blóglbrlê? Ai credão jejuze, noxo xenhori...ixo cura-xe?
- Um quéi? Blóglbrlê? Ai credão jejuze, noxo xenhori...ixo cura-xe?
Friday, October 14, 2005
Piadas liberais
Marido e mulher entram em casa. Ao abrir a porta, a mulher avista uma borboleta que voa livremente pela casa. Pega na lata de Raid e borrifa o ar até que este se torna completamente irrespirável. Quando a borboleta está completamente inanimada no chão, pega numa vassoura e desata a esmagá-la.
O marido, surpreendido, pergunta-lhe:
- Não tens pena da pobre borboleta, coitadinha?
Ao que a mulher responde veemente:
- Ela que tivesse pensado antes de invadir PROPRIEDADE PRIVADA.
---
P.S. - Com este artigo, o My Guide to your Galaxy inaugura uma possível série de piadas secas, acabando por perder toda a (pouca) credibilidade que possa ter adquirido nos últimos meses.
O marido, surpreendido, pergunta-lhe:
- Não tens pena da pobre borboleta, coitadinha?
Ao que a mulher responde veemente:
- Ela que tivesse pensado antes de invadir PROPRIEDADE PRIVADA.
---
P.S. - Com este artigo, o My Guide to your Galaxy inaugura uma possível série de piadas secas, acabando por perder toda a (pouca) credibilidade que possa ter adquirido nos últimos meses.
Testes à Relatividade Geral
Acabou recentemente o combustível da Gravity Probe B, que havia sido lançada em Abril do ano anterior. O objectivo desta sonda é testar duas consequências (previsões) da teoria da Relatividade Geral, formulada por Albert Einstein: a deformação causada no Espaço-Tempo pela massa da Terra e a deformação causada pela sua rotação. Resta dizer que a Relatividade Geral é provavelmente a teoria mais exacta jamais concebida e que se espera que estes resultados sejam uma confirmação do que já se sabe, mas com um maior nível de precisão.
Gravity Probe B (notícia lida através da Physlink)
Em paralelo está a ser desenvolvido o projecto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), uma cooperação entre o MIT e o Caltech que permitirá, se tudo correr bem, detectar as tão famosas ondas gravitacionais, cuja "detecção indirecta" num sistema binário de pulsares valeu o Nobel da Física a Hulse e Taylor Jr. no ano de 1993. Mais um projecto pelo qual aguardar, à semelhança do LHC (Large Hadron Collider), lá para 2007, que permitirá pôr (ainda mais...) a nu várias teorias baseadas na teoria do campo quântico. Sim, refiro-me a estas. Estas, plural. Sim, porque devem ser só uns milhões de possibilidades.
Gravity Probe B (notícia lida através da Physlink)
Em paralelo está a ser desenvolvido o projecto LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), uma cooperação entre o MIT e o Caltech que permitirá, se tudo correr bem, detectar as tão famosas ondas gravitacionais, cuja "detecção indirecta" num sistema binário de pulsares valeu o Nobel da Física a Hulse e Taylor Jr. no ano de 1993. Mais um projecto pelo qual aguardar, à semelhança do LHC (Large Hadron Collider), lá para 2007, que permitirá pôr (ainda mais...) a nu várias teorias baseadas na teoria do campo quântico. Sim, refiro-me a estas. Estas, plural. Sim, porque devem ser só uns milhões de possibilidades.
Thursday, October 13, 2005
It's the New Labour, stupid!
Gordon Brown lança duro ataque ao modelo social da UE
(via A Arte da Fuga)
Só não me agrada o sound bite europeísta de Brown. Integração económica sim. Política, não. Fazer parte de um super-governo de uma federação europeia é assustador para além de impraticável e artificial (coisa para a qual se caminha de qualquer das formas...)
O ministro britânico das Finanças, Gordon Brown, lançou hoje um duro ataque ao modelo social da União Europeia (UE) e adverte para o facto do alto desempenho no continente significar simplesmente que o "velho" sistema económico "não funciona".
Brown adopta um tom mais duro no seu artigo do que Tony Blair, que tem tido até agora muito cuidado para não provocar a hostilidade dos restantes chefes de Governo com os quais se reunirá na cimeira de Hampton Court (perto de Londres).
(via A Arte da Fuga)
Só não me agrada o sound bite europeísta de Brown. Integração económica sim. Política, não. Fazer parte de um super-governo de uma federação europeia é assustador para além de impraticável e artificial (coisa para a qual se caminha de qualquer das formas...)
Oxímoros ibero-americanos
- Segundo a RTP, discute-se na XV cimeira ibero-americana uma "cidadania comum" a todos os cidadãos destes países, aparentemente por proposta de Miguel Ángel Moratinos, ministro dos negócios estrangeiros espanhol. A proposta é no mínimo interesse e gostaria de ver em que se baseia. Com o amor mútuo que existe entre os países da América do Sul, deve ser fácil. Com o amor que estes mesmos países (onde, em grande parte, ainda portugueses e espanhóis são vistos como os "colonos imperialistas exploradores") nutrem para com a Península Ibérica também deve ser fácil. E então com o amor que há em Portugal a Espanha deve ser ainda mais fácil. Já para não falar das convulsões internas em Espanha onde cada região puxa para seu lado. "A Catalunha é uma Nação". O Plano Ibarretxe. A Galiza a esfolar-se por se destacar de Espanha, etc. Falar de cidadania comum só pode ser uma piada de mau gosto. Também se poderia falar em unir a União Europeia à Mercosul. Tem o mesmo nível de lógica.
- Através das páginas da XV cimeira ibero-americana (onde, se se esperar tempo suficiente, se podem ver fotos da Shakira no topo, esse símbolo marcante da cultura ibero-americana) pude ver que Fidel Castro vai comparecer, a convite do executivo socialista espanhol. Fica, portanto, de lado a hipótese de atentado porque o homem até vai ter protecção estatal.
- Em declarações aos meios de imprensa, Souto Moura, Procurador-Geral da República, afirmou que falou com o seu homólogo venezuelano acerca do caso relacionado com os portugueses detidos por suspeita de tráfico de droga. Ao que consta, foi-lhe dito que na Venezuela há uma separação de poderes e o poder executivo não pode interferir no judicial. Nas mesmas declarações de imprensa, pôde saber-se que Jorge Sampaio vai tentar conversar com Hugo Chávez acerca do assunto. Ou o Presidente Sampaio não sabe que na Venezuela, afinal, se segue um modelo político à la Montesquieu ou então está-se a chamar ditador ao Sr. Hugo Chávez, coisa que (para além de ser uma mentira evidente, claro) é uma acção diplomática muito grave.
- No seguimento da VIII Cimeira Luso-brasileira, ouvi Lula da Silva e José Sócrates apelarem ao investimento dos empresários nos dois países. Ouvi Sócrates a apelar ao investimento brasileiro em Portugal e Lula ao investimento português no Brasil. Fiquei a saber que afinal a globalização é boa e também o são o investimento estrangeiro e a circulação de capitais. Para quem defende tão entusiasticamente o socialismo, estas declarações foram, no mínimo, interessantes. No lugar de Marques Mendes, eu mudaria de partido. A sua vitória em próximas eleições do congresso do PS seria canja de galinha.
- Através das páginas da XV cimeira ibero-americana (onde, se se esperar tempo suficiente, se podem ver fotos da Shakira no topo, esse símbolo marcante da cultura ibero-americana) pude ver que Fidel Castro vai comparecer, a convite do executivo socialista espanhol. Fica, portanto, de lado a hipótese de atentado porque o homem até vai ter protecção estatal.
- Em declarações aos meios de imprensa, Souto Moura, Procurador-Geral da República, afirmou que falou com o seu homólogo venezuelano acerca do caso relacionado com os portugueses detidos por suspeita de tráfico de droga. Ao que consta, foi-lhe dito que na Venezuela há uma separação de poderes e o poder executivo não pode interferir no judicial. Nas mesmas declarações de imprensa, pôde saber-se que Jorge Sampaio vai tentar conversar com Hugo Chávez acerca do assunto. Ou o Presidente Sampaio não sabe que na Venezuela, afinal, se segue um modelo político à la Montesquieu ou então está-se a chamar ditador ao Sr. Hugo Chávez, coisa que (para além de ser uma mentira evidente, claro) é uma acção diplomática muito grave.
- No seguimento da VIII Cimeira Luso-brasileira, ouvi Lula da Silva e José Sócrates apelarem ao investimento dos empresários nos dois países. Ouvi Sócrates a apelar ao investimento brasileiro em Portugal e Lula ao investimento português no Brasil. Fiquei a saber que afinal a globalização é boa e também o são o investimento estrangeiro e a circulação de capitais. Para quem defende tão entusiasticamente o socialismo, estas declarações foram, no mínimo, interessantes. No lugar de Marques Mendes, eu mudaria de partido. A sua vitória em próximas eleições do congresso do PS seria canja de galinha.
Camaradagem marxista
El PP impulsa una iniciativa para que la Cumbre de Salamanca exija el fin de la dictadura castrista
Uma daquelas notícias curiosas. Questiono-me porque não terá sido o PSOE a fazê-lo. Afinal são eles os maiores apregoadores dos valores democráticos e da diplomacia ou será que o socialismo não tem nada a ver com isto?
Diputados españoles e iberoamericanos, impulsados por el PP, firmaron este martes en Madrid un documento en el que instan a los jefes de Estado y de Gobierno que acudirán a la Cumbre Iberoamericana de Salamanca que exijan a la dictadura castrista el respeto a la libertad y los derechos humanos del pueblo cubano. Además exigen que se establezcan mecanismos para garantizar que los acuerdos en materia de derechos humanos que se adoptan en este tipo de cumbres sean cumplidos.---
Uma daquelas notícias curiosas. Questiono-me porque não terá sido o PSOE a fazê-lo. Afinal são eles os maiores apregoadores dos valores democráticos e da diplomacia ou será que o socialismo não tem nada a ver com isto?
Wednesday, October 12, 2005
Base de dados na Atlântico
Foi publicado na versão on-line da revista Atlântico uma versão adaptada do texto original que aqui está publicado. (Agradecimentos ao Brainstormz por ter apontado o artigo 26º da Constituição Portuguesa, que vim a adicionar ao texto).
Escrevo este pequeno apontamento para que possam também ter acesso a esse "resumo" sem necessidade de comprar a revista e para divulgar algumas das reacções que presencie ao artigo em questão...
Reacção 1: Pois...
Reacção 2: Está muito bem escrito.
Reacção 3: És tu aqui na foto? Não pareces tu...
Reacção 4: Hum, ok...
Reacção 5: [comentário vindo de uma socialista] Quanto é que te pagaram por isto? Nada? Está mal, está mal...
Reacção 6: [ao ver uma notícia que por acaso estava a passar numa televisão, sobre doenças genéticas, em que o geneticista manuseava um tubo de ensaio] Olha! Lá estão eles a fazer aquilo do ADN!
Reacção 7: Então, mas tu tens um curso de jornalismo? Não? E eles deixaram-te escrever? [note-se o uso curioso do "eles"]
Reacção 8: Eles não te deixaram escrever sobre física? [note-se, novamente, o uso curioso do "eles"]
Reacção 9: Se tu dizes, é porque é...tu percebes mais disto do que eu...
Reacção 10: [depois de ter dito que o importante era o artigo, não o facto de ter sido eu a publicá-lo] Tens de ter mais vaidade em ti próprio!
---
Alguém me explica porque existem tantos atrasados mentais neste país?
Escrevo este pequeno apontamento para que possam também ter acesso a esse "resumo" sem necessidade de comprar a revista e para divulgar algumas das reacções que presencie ao artigo em questão...
Reacção 1: Pois...
Reacção 2: Está muito bem escrito.
Reacção 3: És tu aqui na foto? Não pareces tu...
Reacção 4: Hum, ok...
Reacção 5: [comentário vindo de uma socialista] Quanto é que te pagaram por isto? Nada? Está mal, está mal...
Reacção 6: [ao ver uma notícia que por acaso estava a passar numa televisão, sobre doenças genéticas, em que o geneticista manuseava um tubo de ensaio] Olha! Lá estão eles a fazer aquilo do ADN!
Reacção 7: Então, mas tu tens um curso de jornalismo? Não? E eles deixaram-te escrever? [note-se o uso curioso do "eles"]
Reacção 8: Eles não te deixaram escrever sobre física? [note-se, novamente, o uso curioso do "eles"]
Reacção 9: Se tu dizes, é porque é...tu percebes mais disto do que eu...
Reacção 10: [depois de ter dito que o importante era o artigo, não o facto de ter sido eu a publicá-lo] Tens de ter mais vaidade em ti próprio!
---
Alguém me explica porque existem tantos atrasados mentais neste país?
The Truth is out there
Uma refutação do socialismo através dos factos. Aqueles mesmos factos que o mundo já aceitou na prática (incluindo a China e a Rússia) mas continua a combater ideologicamente. Um artigo excelente para guardar e mostrar aos amiguinhos marxistas, especialmente aos que procuram erradicar a pobreza.
The Wealth of Generations:
Capitalism and the Belief in the Future
de Johan Norberg
(via O Insurgente)
The Wealth of Generations:
Capitalism and the Belief in the Future
de Johan Norberg
What happened was that the proletarians became middle class, and the middle class began to live like the upper class. And the most liberal country, England, led the way. According to the trends of mankind until then, it would take 2 000 years to double the average income. In the mid-19th century, the British did it in 30 years. When Marx died in 1883, the average Englishman was three times richer than he was when Marx was born in 1818.
(...)
Another reason for this happiness is that a liberal and market-oriented society allows people freedom to choose. If we get used to it we will get increasingly better at choosing to live and work in ways we like. And if you don’t think you get happier by hard work and mobility, just skip it. A survey showed that 48 percent of Americans had, in the last five years, reduced their working hours, declined promotion, lowered their material expectations or moved to a quieter place. Fast-food or slow-food, no logo or pro logo? In a liberal society, you decide. That is, as long as we are free to make the decisions ourselves. Those who use happiness studies to put forth an anti-market agenda would deny us that freedom. They would tell us how to live our lives, and therefore they would reduce our ability to make such decisions in the future.
(via O Insurgente)
ÀS ARMAS! ESPANHA! INVASÃO!
CTT lançam serviço de correio expresso à escala ibérica
Os CTT - Correios de Portugal lançaram hoje um serviço de correio expresso à escala ibérica, no seguimento da compra, em Junho, da empresa espanhola Tourline Express por 28,5 milhões de euros.
Invasão portuguesa, por supuesto. Eu, se fosse aos espanhóis, punha-me na fronteira com uma caçadeira de canos cerrados e várias granadas de mão. Sim, porque isto é obviamente uma táctica portuguesa para dominar Espanha economicamente já que não se conseguiu fazê-lo por via militar. O exército português vem atrás, está camuflado nos postos fronteiriços.
Tuesday, October 11, 2005
Paradoxo democrático
A ideia de democracia baseia-se na expressão individual dos votos e na crença de que a soma destes mesmos votos demonstra a vontade colectiva. Embora a sua execução tenha como princípio a manifestação da vontade particular, o resultado geral (e efectivo) é extrapolado pelo merecedor da maioria dos votos individuais, dando assim origem a uma contradição na representação do indivíduo. Este poderá estar a ser representado por alguém em quem não votou, mesmo que tenha demonstrado pessoalmente a vontade em ser governado por outro candidato.
Em resumo, o sistema democrático é, na verdade, muito pouco democrático. A semântica desta última frase demonstra como é possível que a palavra democracia possa até ter chegado a significar em termos linguísticos uma coisa que na realidade nunca foi.
Em resumo, o sistema democrático é, na verdade, muito pouco democrático. A semântica desta última frase demonstra como é possível que a palavra democracia possa até ter chegado a significar em termos linguísticos uma coisa que na realidade nunca foi.
Indecisões dos fãs da democracia
Os primeiros que apontam o dedo aos eleitores que votaram em Fátima Felgueiras, Isaltino Morais e Valentim Loureiro, etc. são também os mais fervorosos crentes no processo de eleição democrática e no regime democrático em si. A sua evidente contradição nasce da dicotomia interna que nutrem ao aceitar a democracia e, em simultâneo, criticar os ditos eleitores pela sua escolha pessoal.
Ou se aceita a democracia e se compreende que esta implica o centro de decisão como o próprio individuo ou se é completamente sincero e se admite que estaríamos melhor sem ela. E neste caso, das duas uma, ou defendemos uma democracia parlamentar em que só uma certa classe de ilustrados tem direito de voto ou concordamos que a existência de um governo eleito é inaplicável e vivemos melhor num sistema ditatorial ou num em que o governo simplesmente não existe.
Ou se aceita a democracia e se compreende que esta implica o centro de decisão como o próprio individuo ou se é completamente sincero e se admite que estaríamos melhor sem ela. E neste caso, das duas uma, ou defendemos uma democracia parlamentar em que só uma certa classe de ilustrados tem direito de voto ou concordamos que a existência de um governo eleito é inaplicável e vivemos melhor num sistema ditatorial ou num em que o governo simplesmente não existe.
Portugal é um país evoluído
Embora seja acusado tantas vezes de parecenças com o terceiro mundo (EUA, por exemplo), Portugal até é um país avançado. Já tem eclipses solares, furacões e tudo.
PCP assume finalmente que o eleitorado comunista é o mais estúpido de todos!
CDU quer repetir eleições em Viseu
A CDU/Viseu requereu segunda-feira a anulação e repetição das eleições no concelho de Viseu, devido a "graves erros" de impressão dos boletins que na sua opinião prejudicaram a identificação da coligação pelos eleitores.
Nos requerimentos à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e ao juiz presidente da Assembleia de Apuramento Geral do Concelho de Viseu, a coligação sustenta que nos boletins de voto naquele concelho falta a expressão "CDU" (Coligação Democrática Unitária), "que mais frequentemente é usada e apreendida pelos cidadãos".
Segundo Francisco Almeida, mandatário da CDU no concelho de Viseu, o boletim de voto continha apenas a designação "Coligação Democrática Unitária PCP-PEV", além do símbolo da CDU estar impresso com a ordem dos logótipos invertida (primeiro o girassol - que identifica os Verdes - e depois a foice e o martelo - símbolo do PCP).
"Ora, num concelho onde a CDU elege ou não os seus candidatos por escassa margem de votos, estes erros prejudicam gravemente a expressão da vontade dos eleitores, sobretudo entre aqueles com menor grau de escolaridade", acrescenta a CDU/Viseu.
Caminha comigo...ou não
EUA sugerem reduzir em 60% os subsídios à agricultura
---
Ficamos também à espera (com poucas esperanças) de que a UE decida caminhar ainda mais no caminho do capitalismo do que os EUA e decida destruir as quotas de mercado estabelecidas pela PAC. Ou talvez isso seja pedir muito? (Virá o argumento da "protecção dos produtores e mercados nacionais", etc....)
Os agricultores portugueses acham muito mal que os produtos estrangeiros invadam o mercado mas quando Portugal ultrapassa os limites de exportação e os agricultores são forçados a destruir as suas colheitas, revoltam-se. Curioso. "Não exportem mas deixem-nos exportar". Portugal devia ganhar o IgNobel da Economia um destes anos.
Portman anunciou que os EUA estão dispostos a reduzir em 60% as ajudas internas aos agricultores. Uma oferta que foi bem recebida pela União Europeia e imediatamente coberta.
“A UE vai cobrir – e na realidade irá substancialmente além – o corte de 60%, proposto pelos EUA, no apoio que mais distorce o comércio ”, disse o comissário europeu do Comércio, Peter Mandelson, na sessão especial de três dias com 15 países membros da OMC. De facto, a proposta de Bruxelas é reduzir os apoios internos, no mesmo capítulo, em pelo menos 65%, um valor que se inscreve na actual reforma da Política Agrícola Comum (PAC).
---
Ficamos também à espera (com poucas esperanças) de que a UE decida caminhar ainda mais no caminho do capitalismo do que os EUA e decida destruir as quotas de mercado estabelecidas pela PAC. Ou talvez isso seja pedir muito? (Virá o argumento da "protecção dos produtores e mercados nacionais", etc....)
Os agricultores portugueses acham muito mal que os produtos estrangeiros invadam o mercado mas quando Portugal ultrapassa os limites de exportação e os agricultores são forçados a destruir as suas colheitas, revoltam-se. Curioso. "Não exportem mas deixem-nos exportar". Portugal devia ganhar o IgNobel da Economia um destes anos.
Monday, October 10, 2005
Maldito capitalismo
Banco da China deve entrar em bolsa em Março de 2006
O Banco da China deverá entrar em bolsa em Março de 2006, dependendo das condições de mercado, afirmou o representante do presidente chinês, Zhu Xinqiang esta segunda-feira.
Desinteresse político
Conclusões e análises a posteriori:
1. O meu voto não foi necessário. Carrilho afogou-se na sua própria arrogância como, aliás, parece ter sido evidente no seu discurso de derrota (ou terá sido de responsabilização alheia?)
2. O povo gosta de candidatos-bandidos. Quem aguarda pelo voto das pessoas para retirar arguidos dos postos autárquicos certamente não conhece o processo democrático. E provavelmente têm uma visão muito utópica da mente humana.
3. Todos os partidos ganham sempre. O PS ganha porque não há leitura nacional a fazer, embora tenha havido noutras ocasiões em que fosse mais conveniente (por exemplo, nas últimas autárquicas). O PSD, o verdadeiro vencedor (?), ganha mesmo porque ganha. O PCP ganha porque recupera aquela câmara e aquela outra. O BE ganha porque aumenta o número de vereadores. O CDS ganha porque ainda não morreu.
4. A teoria da rotatividade aplica-se. Ainda há poucos meses as sondagens davam a vitória a Carrilho. A de Assis era possível e por aí adiante. Mas o bom povo português costuma optar por castigar o partido de que não gosta ou melhor dizendo, o de que não gosta na altura. Sim, porque em última instância, todos os portugueses são do PS ou do PSD.
5. Vira o disco e toca o mesmo. Em alguns casos o disco nem sequer vira.
6. Em altura de resultados, todos assumem postura moralista. Até mesmo aqueles que, durante a campanha, contrariam esse mesmo moralismo pelas suas acções (o que não significa que não tenham também uma postura moralista).
7. Não é preciso que se faça uma boa campanha para vencer. Basta que o oponente mais promissor faça uma desastrosa.
8. Qual é a excitação repentina com o poder local? Já se esqueceram todos de que o poder está em Lisboa? Pelos discursos de alguma gente (incluindo analistas políticos conceituados) quase dá a sensação de que Portugal é constituído por estados, à semelhança dos EUA ou da própria UE.
9. A democracia nunca sai derrotada. É simplesmente má.
10. Ter vários familiares na política nem sempre é garantia de vitória. Especialmente quando eles fazem campanha por nós no único dia em que não podem. No entanto, há políticos que se atrevem a dizer que estão contentes pela vitória do seu pai. Outros que poderiam dizer que estão enojados pela prestação do seu irmão. Outros que estão contentes com a vitória do marido, etc. Portugal é um país tão grande que todas as famílias têm mais do que um elemento político.
10. O choque tecnológico está realmente em andamento. Parece que o pessoal que tentou ler os resultados no STAPE não conseguiu porque o servidor estava em baixo.
11. Alberto João Jardim é o grande vencedor. Chama aos lisboetas "colonialistas" e ainda obtém a maioria absoluta. Extraordinário. Para quando o seu grito do Ipiranga?
12. O crime não compensa. Deve ser por isso que as televisões e os jornais andaram durante tanto tempo a fazer previsões sobre as autarquias dos candidatos que eram arguidos de processos judiciais. E ainda falam da necessidade de reinserção social.
---
Em resumo, eleições. Grande euforia mas não há nada de novo. Na verdade, grande parte dos resultados era terrivelmente previsível. Ouvem-se discursos de mudança mas Portugal ameaça continuar no (constante) caminho da estagnação socio-económica.
1. O meu voto não foi necessário. Carrilho afogou-se na sua própria arrogância como, aliás, parece ter sido evidente no seu discurso de derrota (ou terá sido de responsabilização alheia?)
2. O povo gosta de candidatos-bandidos. Quem aguarda pelo voto das pessoas para retirar arguidos dos postos autárquicos certamente não conhece o processo democrático. E provavelmente têm uma visão muito utópica da mente humana.
3. Todos os partidos ganham sempre. O PS ganha porque não há leitura nacional a fazer, embora tenha havido noutras ocasiões em que fosse mais conveniente (por exemplo, nas últimas autárquicas). O PSD, o verdadeiro vencedor (?), ganha mesmo porque ganha. O PCP ganha porque recupera aquela câmara e aquela outra. O BE ganha porque aumenta o número de vereadores. O CDS ganha porque ainda não morreu.
4. A teoria da rotatividade aplica-se. Ainda há poucos meses as sondagens davam a vitória a Carrilho. A de Assis era possível e por aí adiante. Mas o bom povo português costuma optar por castigar o partido de que não gosta ou melhor dizendo, o de que não gosta na altura. Sim, porque em última instância, todos os portugueses são do PS ou do PSD.
5. Vira o disco e toca o mesmo. Em alguns casos o disco nem sequer vira.
6. Em altura de resultados, todos assumem postura moralista. Até mesmo aqueles que, durante a campanha, contrariam esse mesmo moralismo pelas suas acções (o que não significa que não tenham também uma postura moralista).
7. Não é preciso que se faça uma boa campanha para vencer. Basta que o oponente mais promissor faça uma desastrosa.
8. Qual é a excitação repentina com o poder local? Já se esqueceram todos de que o poder está em Lisboa? Pelos discursos de alguma gente (incluindo analistas políticos conceituados) quase dá a sensação de que Portugal é constituído por estados, à semelhança dos EUA ou da própria UE.
9. A democracia nunca sai derrotada. É simplesmente má.
10. Ter vários familiares na política nem sempre é garantia de vitória. Especialmente quando eles fazem campanha por nós no único dia em que não podem. No entanto, há políticos que se atrevem a dizer que estão contentes pela vitória do seu pai. Outros que poderiam dizer que estão enojados pela prestação do seu irmão. Outros que estão contentes com a vitória do marido, etc. Portugal é um país tão grande que todas as famílias têm mais do que um elemento político.
10. O choque tecnológico está realmente em andamento. Parece que o pessoal que tentou ler os resultados no STAPE não conseguiu porque o servidor estava em baixo.
11. Alberto João Jardim é o grande vencedor. Chama aos lisboetas "colonialistas" e ainda obtém a maioria absoluta. Extraordinário. Para quando o seu grito do Ipiranga?
12. O crime não compensa. Deve ser por isso que as televisões e os jornais andaram durante tanto tempo a fazer previsões sobre as autarquias dos candidatos que eram arguidos de processos judiciais. E ainda falam da necessidade de reinserção social.
---
Em resumo, eleições. Grande euforia mas não há nada de novo. Na verdade, grande parte dos resultados era terrivelmente previsível. Ouvem-se discursos de mudança mas Portugal ameaça continuar no (constante) caminho da estagnação socio-económica.
Alguém falou em autárquicas?
Então houve eleições e ninguém me diz nada? Podiam ter-me acordado para ir votar e ver a euforia das previsões. Ora bolas...
Sunday, October 09, 2005
Small Gov? Really?
Cato Tax and Budget Bulletin
(via O Insurgente)
All presidents presided over net increases in spending overall, though some were bigger spenders than others. As it turns out, George W. Bush is one of the biggest spenders of them all.
(...)
In fact, some budget experts suspect federal spending related to hurricane relief will reach a total of $200 billion over the next few years. Congress has already appropriated $62 billion, and much of that money will be spent in fiscal 2006. If these budget increases are not offset by cuts in other areas of the budget, Bush’s spending record will look even worse next year.
(via O Insurgente)
Saturday, October 08, 2005
Empresa má, empresa boa
A indústria dos incêndios
José Gomes Ferreira, 4 de Agosto de 2005
O Estado Obstáculo
José Gomes Ferreira, 22 de Setembro de 2005
---
Em que ficamos?
"O país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.
(...)
Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?"
José Gomes Ferreira, 4 de Agosto de 2005
O Estado Obstáculo
Os patrões estão todos de acordo: investir em Portugal é cada vez mais difícil, porque o Estado não cria condições às empresas. É a falta de confiança dos investidores que leva muitas vezes as empresas a querem "fugir" para o estrangeiro.
(...)
São estas dificuldades, criadas pelo próprio Estado, é esta burocracia que leva muitas vezes a que o crescimento económico não seja maior.
José Gomes Ferreira, 22 de Setembro de 2005
---
Em que ficamos?
A coerência (do BE) é uma coisa bonita II
Candidatos "bandidos"
Louçã ao lado de Ana Cristina Ribeiro
(via Blasfémias)
Francisco Louçã chamou "bandidos" aos candidatos autárquicos que estão, neste momento, a contas com a justiça. Louçã, ao falar este sábado em Matosinhos, disparou em várias direcções.
Louçã ao lado de Ana Cristina Ribeiro
Francisco Louçã adiantou que não vai retirar o apoio à candidatura de Ana Cristina Ribeiro na corrida à Câmara Municipal de Salvaterra de Magos
(via Blasfémias)
"All animals are equal, but some animals are more equal than others"
George Orwell, Animal Farm (1945)
George Orwell, Animal Farm (1945)
Friday, October 07, 2005
Burn, Euro, Burn...
O Estado tem uma dívida enorme, pede aos portugueses que apertem o cinto e aumenta os impostos. Pois bem, para que serve parte dos impostos? Para financiar isto.
Despesas feitas na campanha bateram todos os recordes
E quem são os grandes vencedores? Adivinharam! Os neo-ultra-mega-liberais!
Despesas feitas na campanha bateram todos os recordes
A campanha para as eleições de domingo foi a mais cara de sempre. Envolveu, aliás, mais dinheiro do que a soma de todas as campanhas feitas desde 1976. O apoio do Estado às máquinas partidárias também atingiu um recorde de 54,6 milhões de euros (quase metade do total), pelo que cada português contribui com 5,5 euros.---
Segundo os orçamentos de campanha partidários, estas autárquicas deverão custar 118 milhões de euros (ver infografia). Dez vezes mais que as de 2001 e mais 23% do que o valor dispendido em campanhas desde que há eleições democráticas. A contribuição do Estado - na forma de subvenção paga pelo Parlamento - corresponde a quase metade (46%) do total.
E quem são os grandes vencedores? Adivinharam! Os neo-ultra-mega-liberais!
No "campeonato" dos apoios do Estado, a Esquerda ganha, com o Bloco e a CDU a receberem dos cofres públicos cerca de 70% do que prevêem gastar. À Direita, o PSD conta com apenas 27,4% do total e o CDS/PP com 21,2%.
Devo ser comunista II
Ainda na senda de um dos meus últimos artigos aqui publicados, acerca de um comentário sobre a minha análise das declarações da candidata do CDS-PP a Lisboa, dou a ligação para uma notícia que li hoje.
«É preciso controlar a especulação imobiliária»
Candidata do CDS a Lisboa, Nogueira Pinto, diz que mercado «é indisciplinado». E que os «agentes económicos privados devem ser obrigados a integrar uma política pública» com margens de lucro controladas
Eu gostaria que alguém me explicasse o que é são o "controlo" político, a vontade de "disciplinar o mercado" e a "obrigação de integrar uma política pública" já que a mim ne parecem sugestões puramente socialistas. Mas isto, obviamente, sou eu, que não gosto de Nogueira Pinto porque ela não é Ayn Rand. É possível que alguém que não tenha uma predilecção por bater em candidatos do CDS (porque eles afinal até são menos socialistas, atenção) tenha um bom argumento para mostrar que isto é "menos socialismo". Zapatero dizia que baixar impostos é de esquerdas. Talvez "disciplinar o mercado" e "controlar o lucro" seja de direita.
Aproveito a ocasião para concordar com o André Abrantes Amaral, relativamente às autárquicas em Lisboa, como havia referido aqui também.
Aproveito a ocasião para concordar com o André Abrantes Amaral, relativamente às autárquicas em Lisboa, como havia referido aqui também.
Subscribe to:
Posts (Atom)