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Friday, September 30, 2005

Médias ponderadas

O Essencial e o Acessório no Semiramis

«Porém se se incomodar com a “expectativa de uma recessão” (103º), “qualidade de ensino da matemática e ciências” (81º !!), “excesso de burocracia” (77º), “centralização excessiva das decisões económicas (70º) ”, com a falta de “estabilidade macroeconómica” (64º), baixa “formação profissional” (59º) e “escassez de cientistas e engenheiros” (49º) então a nossa atractividade será muito menor.

(...)

As análises multicritérios baseadas em scores têm um valor subjectivo, porquanto dependem das ponderações atribuídas aos diversos critérios. Esperemos que os empresários estrangeiros, nossos potenciais investidores, ponderem aquelas classificações da mesma maneira que o Fórum Económico Mundial.»


Portugal sobe duas posições no 'ranking' da competitividade

"Ao nível macroeconómico, o país é dos mais pessimistas sobre a evolução económica, classificando-se na 103.ª posição no índice de expectativa de recessão. Outros indicadores negativos são as taxas de poupança (94.º), a dívida pública (72.º), o défice do Estado (71.º), o desperdício público (58.º), o acesso ao crédito (51.º), a inflação (38.º) e o rating de crédito do país (22.º)."

Sim! Vitória Nacional!



Portugal sobe dois lugares na lista de competitividade

Não compreendo porque chamam a isto jornalismo. Primeiro é um índice de competitividade, não é uma classificação divina (e única). Se compararmos, por exemplo, os índices de liberdade económica da Fraser com os da Heritage, Portugal surge em posições diferentes. É por isso que são índices - com critérios diferentes - que medem a liberdade económica, não são a liberdade económica em si, que é o que esta manchete confunde ao falar em Competitividade e depois dizer que Portugal ultrapassou Espanha.

A outra coisa que não compreendo é que as gordas não sejam "Portugal melhora [índice de] competitividade" mas sim "Portugal ultrapassa Espanha". Portugal e Espanha poderiam ser os últimos classificados! Mas o que interessa, ao que parece, é que Portugal ultrapasse Espanha!

Se alguém ler a tabela, verá que Portugal também ultrapassou o Chile, Israel e Hong Kong. Bem, certas pessoas só leram que Portugal ultrapassou Espanha. Parece que os portugueses já podem ter um argumento plausível (dado pelos media) para andar de nariz empinado quando virem um espanhol...assim quando um português passar a fronteira pode dizer "mira, coño, mi país es más competitivo que el tuyo!". A isto o espanhol provavelmente franzirá o sobrolho mas, digo eu, o português ficará todo orgulhoso. Se assim não fosse, para quê este título sensacionalista?

Em geral, encontro este estudo ligeiramente suspeito. Que não pensem que o faço porque Portugal tem um bom resultado mas porque, para além da bizarra subida de Portugal, o estudo assume-se como subjectivo e baseado em inquéritos de opinião a empresários. Um estudo que aparece na mesma altura em que um outro estudo, dado pela Ernst & Young, afirma que a maioria dos empresários não quer investir em Portugal (via O Insurgente).

A maioria das empresas estrangeiras não tenciona estabelecer ou desenvolver a sua actividade em Portugal, segundo um estudo da Ernst & Young, divulgado hoje.

A outra coisa suspeita é a de que elogiem tantos os países nórdicos, dizendo que afinal não há grande relação entre os impostos e a competitividade e o investimento.

· The Nordic countries continue to hold prominent positions in the rankings among the top 10 most competitive economies this year, with Finland (1), Sweden (3), Denmark (4), Iceland (7) and Norway (9) all in privileged places. The stellar performance of these countries demonstrates the great diversity within Europe, with some countries doing very well by any measure, while others struggle behind. The Nordics are also challenging the conventional wisdom that high taxes and large safety nets undermine competitiveness, suggesting that what is important is how well government revenues are spent, rather than the overall tax burden per se.

Parece desonesto porque se sabe que os países nórdicos, talvez sendo a Noruega a que mais vai resistindo, têm vindo a desmantelar o seu estado social, atingindo maior liberdade económica. Já eu tinha publicado aqui um artigo acerca da Suécia, em particular. É óbvio que países que se abrem ao mercado se tornam mais competitivos (estão em processo de crescimento elevado) e, como no caso evidente da Finlândia, se apostarem num investimento tecnológico, obterão classificações elevadas em estudos de competitividade já que este índice se baseia nas "condições tecnológicas" à disponibilidade dos empresários.

De qualquer dos modos, continuemos a esperar que este estudo do WEF seja para valer e que a subida de dois lugares não se deva à queda dos outros. O que os jornais não compreendem é que se os outros caem, e é por isso que Portugal sobe, isto não significa que Portugal esteja melhor. Na verdade se caíram 3 ou 4 países para lugares muito mais baixos, Portugal pode, na verdade, estar a piorar em termos absolutos.

Liberdade de imprensa, não é?

Entidade Reguladora dos Media é hoje aprovada na especialidade

A nova entidade, que terá agora de ser promulgada pelo Presidente da República, conta com poderes reforçados face aos da Alta Autoridade, nomeadamente na regulação e supervisão dos media, abarcando novos meios de comunicação como a Internet ou os telemóveis, regulando novas áreas como a publicidade.

Uma das prerrogativas da nova entidade é a possibilidade de um "fiscal" deste organismo aceder às instalações, equipamentos e serviços das entidades que regula, sem necessidade de mandado judicial.


(via O Insurgente)

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Os blogues liberais que se cuidem...

Tuesday, September 27, 2005

Papa State, I love you...

Segundo o PD, Maria Nogueira Pinto visitou no domingo o Bairro da Musgueira, onde haviam sido reintegradas varias populações em bairros sociais. Segundo o mesmo PD, MNP elogiou o trabalho anterior de João Soares e Santana Lopes. Curiosamente existe na SIC a mesma notícia. E quando digo mesma notícia, quero mesmo dizer “mesma notícia”, ipsis verbis. A notícia do PD está datada das 18:50 e a da SIC das 19:08. A da SIC apresenta uma curiosidade, aliás, duas. A primeira é a de que refere “Lusa”. Ficamos pois a pensar que não foi uma falha da SIC ao copiar o PD, mas sim o PD a esquecer-se de referir que copiou integralmente o texto da agência noticiosa Lusa. Aqui fica o reparo.

A segunda curiosidade é da SIC. E talvez seja muito mais grave. O PD esqueceu-se de referir a fonte mas a SIC alterou a notícia. Comparem-se os títulos:

SIC – Nogueira Leite critica Santana Lopes e João Soares

PD – Nogueira Pinto elogia Soares e Santana por realojamentos

Como se pode ver, os títulos, apesar da partilha total dos corpos da notícia, são antónimos. À SIC fica a imagem de uma estação na tentativa desesperada de mostrar arrogância de MNP, colocando-a a criticar os anteriores presidentes de câmara. Mesmo que o tenha feito, não existe qualquer indicação dessa mesma crítica no resto da notícia, o que significa que a SIC continua a afirmar-se como um órgão de comunicação social incorrecto e com grande défice de isenção, algo que eu já tinha apontado também aqui.

Quanto à notícia em si, seria esperar muito que MNP criticasse a atitude de João Soares e Pedro Santana Lopes, por diversas razões. Primeiro, se o fizesse, seria para mostrar que esta integração social havia sido mal realizada mas, ainda assim, apoiando a sua concretização. Mostraria que, provavelmente, criticava apenas por criticar. Segundo, porque se criticasse a reintegração em si, ficaria mal vista popularmente já que estaria a desdenhar das “classes sociais mais desfavorecidas”, coisa que, na Quinta Dimensão Portuguesa, equivale a um suicídio político. Tanto as pessoas – que agora se queixam da má qualidade das instalações – como os observadores externos (não os vizinhos) se indignariam pela inexistência de condições básicas, como o alojamento, para estas pessoas.

Infelizmente, toda esta notícia parece a análise de dois universos paralelos. Por um lado visualiza-se MNP a passear pelo bairro, dizendo de sua justiça aquilo que lhe compete. Pelo outro, os moradores que se queixam das condições em que vivem e são completamente ignorados. MNP entra, MNP sai. Tudo fica na mesma e sente-se uma teatralização de todo o evento até porque, como dizem os moradores, os políticos apenas se preocupam com as pessoas quando estão em alturas de eleições.

Esta pequena noticia, que passa despercebida entre mais novelas presidenciais que vão servindo para desviar a atenção dos eleitores relativamente ao panorama catastrófico da sociedade portuguesa (e quando digo sociedade, sim, quero dizer economia), serve para mostrar, mais uma vez, a distância que existe entre os senhores (sic) do poder e a arraia-miúda que se limita a protestar, pedir mais socialismo e ainda, a ser ingrata.

Esta ingratidão de que falo, não é conversa barata. É evidenciada, subtilmente, pela seguinte frase, talvez intencional, de um dos moradores:

"As obras foram feitas muito à pressa. Eles despacharam isto para a gente se calar e, pronto, ficámos com a porcaria"


Foi feito para que eles se calassem. Isso significa que disseram alguma coisa. Ou a intenção do poder autárquico foi demolir as habitações e começaram os contactos com as pessoas que, obviamente, se recusavam a deixar as suas casas, ou estes referidos habitantes pediram casas, utilizando como argumento as condições degradantes em que eventualmente se encontravam. De qualquer das formas, estes pequenos factos são denunciadores de uma realidade imensamente maior. A realidade de que, de uma forma ou de outra, as pessoas cooperam com o estatismo e negam os direitos individuais de cada um.

Pela perspectiva dos realojados, podem ter acontecido duas coisas. É provável que os habitantes tenham sido forçados a sair. Nesse caso, contrariou-se o seu direito a permanecer nas suas casas, que eles próprios construíram, como refere uma antiga moradora. Existe também a possibilidade de que muitos destes realojados tenham pedido novas casas, pagas pela autarquia, com o dinheiro dos “ricos” contribuintes. De ambas as formas, há uma exigência que nega um dos direitos mais básicos – o da propriedade.

Na visão dos políticos locais, olha-se para o amontoado de seres humanos como um todo. “Os moradores do bairro da Musgueira”. Olha-se para eles como uma colectividade e negam-se as vontades individuais – o paradigma máximo da democracia, a vitória da maioria das opiniões. Certamente, sempre foram vistos como um problema social no seu todo. Não só pelo facto de darem a sensação de bairro ilegal, mas pelo facto de não obedeceram a um planeamento urbanístico prévio. "O construtor não-autorizado, o construtor ilegal, o criminoso perpetrador da panorâmica, o pobre inculto e desrespeitador da lei e do civismo mais básico". Na mente de um político, torna-se imperativo eliminar este local, quer pela pressão dos outros moradores, legalizados (não por isso mais puros de consciência), quer pelo desajuste social. A solução? “Fogos de reabilitação”, pagos com o dinheiro, não da boa vontade dos políticos, mas da passividade e impotência dos contribuintes de vários locais que nem sequer conhecem a Musgueira nem os seus habitantes. Pouco importa que alguns moradores não queiram sair, a lei esta do lado do poder. Pouco importa que não queiram sair, o poder deseja, o poder manda. Mas como está dependente dos papelinhos das eleições, é forçado a negociar.

A solução mais fácil é anunciar um realojamento social, e não anunciar que vão ser tomadas medidas de liberalização da economia para permitir que estas pessoas tenham mais possibilidades, para permitir que se tornem aquilo que, provavelmente, tanto criticam – ricas. Não, o capitalismo é mau e cria mais desajustes sociais. Não, a solução da reintegração social artificial é a mais fácil, independentemente do custo que apresenta financeira e socialmente para os moradores mais próximos. Negação constante.

Perante todo este imbróglio, MNP deixa escapar aquilo que qualquer pessoa acaba por pensar no final.

“Todo o discurso ainda é o do coitadinho, do dêem-me isto, dêem-me aquilo. É preciso dar a ideia às pessoas que elas também têm de fazer pela sua vida”


Contudo, ao dizer isto, MNP contradiz-se, porque concorda com o apoio político-social a esta gente (ao ponto de se lhes construírem casas) apesar da sua crença disfarçada na individualidade. Em suma, não é preciso fazerem nada, nós ajudamos, ou melhor, têm problemas? Desenrasquem-se. MNP engana-se também ao dizer que há falta de uma cultura de deveres, apelando ao autoritarismo. É um dever lutarmos por nós próprios? Quem define isso? O Estado? Não é o Estado que constantemente restringe a possibilidades e liberdades dos cidadãos, impedindo-os de lutar por si mesmos? Então, que significa a frase de MNP?

Nada. Tentativas vagas de demonstração de superioridade moral. Vazio ideológico. Silêncio intelectual. Vestígios de autoritarismo e paternalismo político.

- Segue a tua vida meu filho, o papá está aqui para ajudar mas também para te dizer que não quer que saias de casa, que não tenhas um emprego diferente do que eu quero que tu tenhas, que não te quer ver em más companhias, em maus vícios. Não quero que andes com aquela rapariga, ela não é de confiança. Queres casar com ela? Não, não faças isso, ela é não é indicada para ti. Não comas isso, faz-te mal. Não tomes esse medicamento, faz mal. Não fumes, é mau para a saúde, vou passar a penalizar-te por isso. Dá-me algum dinheiro para contribuir para as despesas da casa, afinal, tu já trabalhas. Porque tens a televisão ligada? Não tens de trabalhar amanhã? Não vais dormir, não vais acordar cedo amanhã para nos sustentar? Depois de tudo o que eu sempre fiz por ti, protegendo-te...

- Sim, papá. Gosto muito de ti. Vou já fazer o que me disseste.

O estatismo é o grande vencedor.

Democracia norte-coreana

Corea del Norte expulsará a las organizaciones humanitarias que distribuyen alimentos entre la población

La dictadura comunista de Corea del Norte ha pedido a doce organizaciones no gubernamentales que distribuyen alimentos entre su población, que antes de fin de año abandonen el país estalinista bajo la acusación de que su labor favorece a la propaganda estadounidense. Pyongyang ha presentado ya a la ONU un plan para suspender la ayuda alimentaria. Los grupos humanitarios han advertido de que, inicialmente, la medida podría provocar la muerte de 125.000 personas.

(via 1812)

Monday, September 26, 2005

Público nacional, privado estrangeiro

Alentejanos preferem clínicas PRIVADAS espanholas

1.Telejornal. RTP1. Reportagem: cidadãos portugueses, residentes no Alentejo, escolhem clínicas privadas espanholas. O Serviço Nacional de Saúde de Portugal é ultrapassado por serviços privados de outro país. 2+2 ainda são 4, ou não?

Aproveito para dizer ao Henrique Raposo que vi a mesma reportagem e pensei exactamente a mesma coisa.

Diziam os utentes ter melhor serviço e maior rapidez, apesar dos quilómetros que tinham de percorrer. Resposta do Presidente da Câmara local? "É inadmissível que em pleno Século XXI as pessoas tenham de se deslocar uma distância tão grande para serem assistidas".

Em português, isto significa que ele ainda não percebeu o cerne da questão e continua a pensar que se combate o problema com mais problemas.

Oh não! Os liberais podem ganhar!

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But the PO and PiS still have major disagreements about fiscal policy, with the PO proposing a 15 per cent flat tax, and the PiS fighting for higher taxation and welfare spending. As the election campaign came to a close, the PiS ran television broadcasts claiming that too much power in the hands of its coalition partners would reduce the food on Polish tables.
Disillusioned Poland swings to the right but most voters stay at home

Eleições na Polónia. Como os liberais do PO ameaçavam vencer, os seus parceiros de coligação conservadores fizeram campanha contra os seus aliados políticos.

Os ricos que paguem! O welfare state vai desaparecer!

Fascinante ver como as técnicas de propaganda socialista são universais, mesmo quando a economia polaca tem crescido tanto nos anos 90 devido, precisamente, à sua liberalização. Ao ritmo a que o PIB polaco cresce, em 10 anos a Polónia terá, certamente, ultrapassado o PIB per capita português. Na verdade, de acordo com os meus cálculos, muito por alto (mantendo-se, teoricamente, o crescimento de 5.5% do PIB polaco e considerando o número de habitantes igual) isto dar-se-á no espaço de 7 anos. Se considerarmos que a variação média de 2% no PIB é para manter, nem seriam necessários 7 anos, mas apenas 5. E não seria uma mera ultrapassagem, a Polónia ficaria com um PIB 1.05 superior ao actual PIB português...

Em resumo, a Polónia é o Alonso dos PIB's.

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Crescimento do PIB polaco nos últimos anos.

* Total 2002 1.4%
* Total 2003 3.7%
* Total 2004 5.5% (previsão)

Sunday, September 25, 2005

Palestina começa em grande

Palestina apela à comunidade internacional

O primeiro-ministro palestiniano, Ahmed Qorei, apelou hoje à comunidade internacional, nomeadamente aos Estados Unidos, para que intervenha "para deter a escalada israelita".

Este apelo foi lançado após a ordem dada hoje ao exército israelita pelo ministro da Defesa, Shaul Mofaz, para efectuar operações militares "duras" na Faixa de Gaza em resposta a disparos de foguetes palestinianos contra o território de Israel.

"Apelamos à comunidade internacional, ao Quarteto de Madrid (Estados Unidos, ONU, União Europeia e Rússia) e à administração norte- americana para que intervenham para travar a escalada israelita", declarou Qorei à imprensa.

(...)

Em resposta ao bombardeamento intensivo do seu território, Israel lançou hoje uma série de ataques aéreos sobre a cidade de Gaza e o norte da Faixa de Gaza, os primeiros do tipo desde o fim da sua retirada deste território em 12 de Setembro.

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Não compreendo. A Palestina ataca mas os outros nem sequer têm o direito de se defender.

Esta gente nunca ouviu falar do princípio de não-agressão? Não tem significado na sociedade islâmica?

Presumo que, de acordo com certas pessoas, sugerir a sua consideração também seja um ataque ao multiculturalismo e uma evidente demonstração da arrogância cultural do Ocidente?

Saturday, September 24, 2005

Sócrates prepara 2009

"Crise vai manter-se mais quatro anos"

José Sócrates sublinhou que o próximo Orçamento do Estado "será um dos mais difíceis", alegando que "o esforço de contenção da despesa vai durar os próximos quatro anos".
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A tanga do esforço colectivo para superar a crise nacional, etc. Descodificado, significa que Sócrates prepara mais 4 anos já que "são necessários 8 anos", como dizia Guterres. Na altura todo o comício do PS se riu, o que prova que eles até acham piada à situação económica em que Portugal está.

Mais espanhóis proteccionistas!

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Mais uma notícia relativamente ao proteccionismo de mercado que se faz em Espanha, comparativamente a Portugal, esse país de mercado livre, livre concorrência e laissez-faire natural!

Os utentes dos aeroportos portugueses pagam mais do dobro em taxas do que os passageiros que optem por Espanha. A diferença, em média, varia entre os 113 e os 162%, consoante se trate de voos para dentro ou fora do espaço Schengen, o que implica uma perda de competitividade, conclui um estudo que será apresentado hoje em Espinho, na II Conferência Internacional em Hotelaria e Turismo.
(...)

Mas a "perda de competitidade" reside nas taxas pagas pelos passageiros, já que se situam "muito acima" das praticadas em Espanha
Aeroportos Nacionais 113% mais caros

Bem, parece que me enganei. Afinal, era o país do mercado livre (Portugal) que tinha menos competitividade! Bem, ao menos ainda resta aquele facto óbvio de que os investimentos espanhóis em Portugal são muito maiores do que os portugueseses feitos em Espanha, o que, aliás, demonstrar o extremo proteccionismo espanhol!

Investimento português em Espanha supera o espanhol em Portugal

Em 2004, o investimento directo das empresas portuguesas em Espanha superou o das empresas espanholas em Portugal, segundo dados divulgados quarta-feira pelo Ministério da Indústria, Turismo e Comércio espanhol.

Pois...ou então não...bem, obviamente sempre restam aqueles estudos dos think tanks acerca da liberdade económica que mostram que Portugal é um país muito mais capitalista!

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Heritage, Index of Economic Freedom

Espanha - 31º
Portugal - 37º

Fraser, Economic Freedom of the World

Espanha - 30º
Portugal - 34º

DoingBusiness - World Bank Group

Espanha - 30º
Portugal - 42º

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Pois...

É inacreditável como para atacar Espanha até o capitalismo serve. Portugal, um país em que independentemente de quem ganhe as eleições, o socialismo se arrasta, critica Espanha por ser pouca capitalista. Se os portugueses fossem tão críticos com o seu próprio mercado e as condições que lhe são impostas, fariam parte do país mais liberal do mundo. Infelizmente, há umas tendências franco-germânicas no ar. Aquelas do género - "Não abrimos o nosso mercado porque é nosso mas queremos que vocês liberalizem a vossa economia para que os nossos produtos entrem"

A situação assemelha-se à dos que se riam e diziam que os EUA pareciam um país do 3º mundo. A conclusão disto é a de que os anti-espanhóis e os anti-americanos bebem exactamente da mesma água. Muito self-loathing e nada de substância.

Leituras importantes

Alguns artigos publicados que infelizmente ainda não tinha recomendado. Assim, aqui ficam as ligações.

Para aqueles que se picaram imenso com as acusações de anti-americanismo e ainda acham que os que os acusaram disso pensam que não é possível criticar os EUA sem ser "anti-americano" aqui fica mais um artigo de Jorge Valín. Coerência é o que se pede. Não se fala mal dos EUA. Fala-se mal do governo dos EUA (o que não quer dizer que se prefiram os democratas):

Cómo Wal-Mart respondió a Katrina mejor que el gobierno de EE.UU

Uma outra notícia que passou, em grande parte, despercebida (gostava de ouvir os anarquistas anti-globalização a comentá-la) e que coloca o presidente George Bush como um dos líderes mundiais mais interessados em resolver o problema da pobreza. Não estou obviamente a falar de iniciativas a la Bono Vox mas sim da abertura dos mercados a estes países e da redução das taxas alfandegárias. A ler n'A Arte da Fuga:

A ver vamos...

Artigos importantes do RAF no Blasfémias sobre as diferenças entre a Democracia e o Liberalismo. Leitura muito importante.

A propósito do Café Blasfémias: Democracia e Liberalismo

A verdadeira índole do Estado Social

Mais uma classificação acerca de liberdade económica. Portugal em magnífico 42º lugar.

DoingBusiness - The World Bank Group [Portugal]

Finalmente, um vídeo importante no 1812. Recordar 1989 e o Unknown Rebel. Arrepiante.

Un hombre libre

Thursday, September 22, 2005

Evacuar a/o Capital

Acabei de ouvir M.M. Carrilho, na RTP2, a dizer que durante o seu mandato vai reduzir o número de automóveis em Lisboa para metade.

Preparam-se para o crescimento económico dos impostos que aí vem. Temos um novo Hugo Chávez no bairro.

Utopia do transporte grátis

Dia sem carros: transportes gratuitos em Lisboa e Porto

Grátis todas as viagens de metropolitano, de autocarro, de barco ou de comboio


Há uns anos atrás teria, provavelmente, concordado com isto. A ideia é bonita. Não há tantos carros, logo não é tanto fumo, o que é melhor para todos. Um objectivo simples e também simplista.

Por trás deste inocente título, esconde-se a realidade. Uma realidade que não é ambientalista (defender a imutabilidade do ambiente que, por si próprio, é mutável, pouco sentido faz) nem utópica. Como eu disse, a ideia é bonita. Transporte grátis para todos. A verdade está no corpo da notícia.

Os utentes dos transportes públicos de Lisboa e Porto vão poder viajar quinta-feira gratuitamente, uma iniciativa conjunta das várias empresas públicas no âmbito do Dia Europeu Sem Carros.

De acordo com uma nota do Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, são grátis todas as viagens de metropolitano, de autocarro, de barco ou de comboio.

Esta acção abrange a CP, Carris, Metropolitano de Lisboa, Transtejo/Soflusa, STCP e Metro do Porto.

O Dia Europeu sem Carros, que se celebra quinta-feira em vários países e que tem em Portugal a adesão de 46 municípios, procura sensibilizar a população para a necessidade de um ambiente mais saudável.

Como se deve imaginar, os recursos não são infinitos nem indefinidamente disponíveis. Nem os serviços se materializam à nossa frente. A realidade é que todo este transporte grátis será pago. O petróleo custa dinheiro. E também dinheiro custa a electricidade nos outros transportes. Como (infelizmente?) vivemos num Universo que respeita as equações de Einstein, os trabalhos de Joule e as descobertas de Lavoisier, a matéria transforma-se em energia (e vice-versa), ou seja, a forma mais eficiente de gerar energia é fazê-la através da matéria. Daí que se usem barragens hidroeléctricas para produzir electricidade. Para o fazer é preciso gastar dinheiro em turbinas que aproveitem a energia cinética da água. Para construir estas turbinas é necessário ter acesso a desenhos industriais exactos, desenhos esses que são estudados por especialistas de engenharia e baseados em matérias-primas que também possuem o seu custo, etc. Tudo isto custa dinheiro, como é óbvio. Quem paga? O pobre diabo de sempre, o contribuinte.

Tudo isto porque há um dia sem carros, em que as pessoas são proibidas de se deslocar normalmente já que as vias estarão cortadas aos acessos normais. Um dia em que os transportes são grátis mas a conta final sai dos impostos de todos, até dos que não saem de casa nesse dia. Afinal de contas, o governo e Vítor Constâncio dizem que não sabem qual o impacto que a subida do preço do petróleo terá na economia portuguesa. E porque se deveriam preocupar? As empresas de transportes públicas são públicas o que significa que quem paga os combustíveis são os cidadãos. Obviamente eles não sabem o impacto que terá na economia mas, entretanto, vão gastando o dinheiro que lhes foi confiado em mais petróleo, quando devia ser aproveitado para investimentos privados em novas formas de energia já que o mercado tenderia a buscar novas soluções. Pelo contrário, para além destas iniciativas “amigas do ambiente” (como se o ser humano fosse um produto artificial proveniente de outro Universo), apressam-se a proibir a energia nuclear porque “não respeita o ambiente” e não é segura.

Com este tipo de afirmações, proponho que os manuais de física mudem os termos relativamente aos fenómenos radioactivos. Becquerel e Curie não descobriram a radiação, inventaram-na.

Triste e revelador da hipocrisia do governo.

P.S. - Segundo O Insurgente, o Estado irá pagar também 9 milhões de euros às empresas privadas da Área Metropolitana de Lisboa.

A Manuel Maria Carrilho

Antes de mais, gostaria de lhe dizer que não tenho muita vontade de começar esta carta tratando-o por “senhor”, como sempre faço quando dirijo uma carta a um leitor do sexo masculino. Não o faço, por coerência ideológica e para não me sentir um hipócrita, já que acho que você (não, senhor) não é um senhor.

Certamente, pensará que eu também não sou um senhor. Sinceramente, pouco me importa – se alguma vez se dignar a ler isto – o que pensa de mim. Até porque quer implementar medidas que me afectam a mim pessoalmente e, como alguém já disse há uns dias, “quem não se sente, não é filho de boa gente”. Logo, a minha falta de honra e dignidade para consigo é perfeitamente justificável.

As medidas de que falo referem-se ao seu programa de videovigilância. Desafio-o a divulgar os detalhes de tal projecto. Algo mais pormenorizado do que aquilo que revela na página da sua campanha eleitoral:

a) Implementar a videovigilância em zonas críticas (como por exemplo o Intendente, a Ameixoeira e o Bairro Alto);


Sendo político e filósofo, deve entender que dedicar duas linhas a um assunto tão sério é extremamente vago. Ambos filósofos e políticos podem falar durante várias horas sobre um assunto completamente irrelevante, razão pela qual duas linhas não são muito satisfatórias. Geralmente, quando dizem pouco, é porque têm algo a esconder – o que sei que, obviamente, não é o seu caso.

Aproveito também a ocasião para o informar, já que dei conta do seu desconhecimento num debate organizado pela SIC Notícias, de que o Big Brother é uma personagem de uma novela de um escritor britânico chamado Eric Arthur Blair, que escrevia sob o pseudónimo de George Orwell. Ao contrário do que parece sugerir pelas suas declarações, o Big Brother não é, efectivamente, um programa de televisão. Como acho que um ex-ministro da cultura não deve ter estes lapsos, aqui fica um “reavivamento” de memória desta obra importante, especialmente para um político, intitulada 1984. Nela, Orwell fala-nos acerca de um governo totalmente opressor e totalitarista que usa câmaras de vigilância para controlar os cidadãos, algo semelhante ao que você pretende usar em espaços públicos.

Obviamente, eu poderia considerar que uma pessoa culta e informada como você teria conhecimento desta distopia simbólica publicada em 1949, referindo-se a um futuro catastrófico. Contudo, sei que nunca seria capaz de querer enganar os seus eleitores, dando-lhes a impressão de que o Big Brother é apenas um programa de televisão, razão pela qual tomo a liberdade, para além de lhe pedir pormenores do seu programa político, de o retirar da sua ignorância e referir esta obra de extremo valor.

Caso se esteja a questionar acerca das minhas razões ao publicar este texto na blogosfera, apenas lhe posso dizer que temo a eventual imprudência puramente ingénua de uma das suas secretárias que decidisse eliminar a minha carta, coisa que sei que nunca aconteceria consigo, já que defende a democracia e o debate de ideias. Na blogosfera este texto não pode ser censurado e, ao mesmo tempo, pode ser lido por milhares de eleitores do seu círculo.

Em jeito de conclusão final, apenas lhe peço que abra os comentários do seu blogue. Como deve imaginar, em democracia dá-se importância às opiniões, especialmente se vierem dos eleitores. Ora, um blogue socialista (logo dando especial atenção à diplomacia) deve estar aberto para reparos dos leitores. Mais uma vez, sei que não se trata de culpa sua mas sim dos programadores do blogue que propositadamente bloquearam os comentários para lhe dar uma imagem de anti-democrático.

Caso opte por ignorar esta carta, não me estará a dizer nada de novo, confirmando o parágrafo 1 e negando todos os outros em que não assumo as suas tendências totalitárias.

Cumprimentos (...ou não).

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Aos leitores do blogue, aqui ficam outros artigos publicados sobre o tema:

Carrilho is Watching YOU

Porque Carrilho vai ganhando votos

A culpa é dele(s)!

Orbiter's Long Life Helps Scientists Track Changes on Mars

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New gullies that did not exist in mid-2002 have appeared on a Martian sand dune.

That's just one of the surprising discoveries that have resulted from the extended life of NASA's Mars Global Surveyor, which this month began its ninth year in orbit around Mars. Boulders tumbling down a Martian slope left tracks that weren't there two years ago. New impact craters formed since the 1970s suggest changes to age-estimating models. And for three Mars summers in a row, deposits of frozen carbon dioxide near Mars' south pole have shrunk from the previous year's size, suggesting a climate change in progress.


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Isto acontece, obviamente, porque os marcianos não assinaram o Protocolo de Quioto. Uma demonstração clara de irresponsabilidade.

E a culpa é obviamente do Bush e do neo-liberalismo selvagem.

Wednesday, September 21, 2005

Porque Carrilho vai ganhando votos

[Conversa familiar]

Eu (E): Vou escrever uma carta ao Carrilho, o homem não bate bem de certeza.

Membro (M): Então porquê?

E: Quer instalar câmaras em Lisboa para vigiar os “bairros perigosos” e não diz exactamente como.

M: Quer o quê?

E: Implementar um sistema de vigilância de vídeo para seguir os movimentos das pessoas nas ruas. Só pode estar a gozar.

M: Ah, mas eu acho bem.

E: O quê?

M: Sim, é para apanhar os ladroes, isso vai haver [sic] porque há crime.

E: E? Existir crime é desculpa para violar os direitos individuais das pessoas?

M: Tu tens muito a mania dos direitos individuais [voz de desprezo] …

E: Nunca leste o 1984. Nota-se.

M: Se houver uma discussão a polícia pode ir lá para evitar mortos.

E: Claro, *só* demora 20 minutos ou mais.

M: Pois, 20 minutos.

E: Entretanto já eles morreram.

M: Ou não…

E: E desde quando é que um “talvez” serve para interferir assim com os direitos fundamentais das pessoas?

M: Não sei qual é o teu problema. Eu não tenho nada a esconder. Até parece que tu tens [voz de desprezo]

E: O meu problema é que não quero que o governo tenha arquivos com imagens minhas. É uma violação completa da privacidade.

M: Tu tens muito a mania da privacidade [mesma voz de desprezo]

E: Queres negar-me esse direito? Estou protegido pela Constituição Portuguesa.

M: Eu não tenho nada a esconder.

E: E? O que é que isso prova? Só porque não tens nada a esconder não te importa ser filmad@?

M: É para eles apanharem os ladrões. Tu, quando estás no Metro, também te fazem isso e tu não reclamas que não te estejam a filmar.

E: Ainda bem que falas nisso porque eu já fui assaltado no Metro, fui-me queixar e ninguém apanhou os ladrões.

M: …

E: A questão aqui é a de que não quero que me filmem. Ponto. Só porque tu achas que não tens nada a esconder isso não quer dizer que te deixes filmar “para apanhar os ladrões”. Até porque não há garantia nenhuma de que o consigam fazer.

M: Não estou sem roupa, não vejo qual é o problema. [nesta frase não sabia se havia de rir ou chorar]

E: Precisamente. Tu não vez qual é o problema e por isso queres impor-me essa medida com que tu concordas. Eu tenho o direito de a contestar porque viola os meus direitos de privacidade. Mesmo assim tu insistes no facto de que eu tenho a “mania da privacidade e dos direitos” e continuas a querer impor-ma.

M: Vais-te dar muito mal no estrangeiro.

E: Sim, deve ser por isso que há países em que nem há bilhetes de identidade.

M: …

E: Como te estava a dizer, tens direito à tua opinião. Mas ela viola os meus direitos fundamentais. Estás a gravar sem o meu consentimento só porque eu estou a passar na rua.

M: É por causa do crime, não se pode deixar que eles andem por aí a fazer mal às pessoas.

E: Não se podem justificar acções que violem os direitos das pessoas só com o argumento de que há crime e é para sua segurança. Isso é como a base de dados genética. Há crime, por isso vamos pedir o ADN de toda a gente para identificar os criminosos. Já agora devíamos pedir ao governo para instalar câmaras de vigilância em todas as casas para “prevenir” assaltos.

M: Não sei porque é que estamos a discutir…

E: Tu é que estás a apoiar a ideia, não sou eu. Não sou eu que estou a violar os teus direitos. És tu que estas a violar os meus.

M: …bem, não interessa, é o que eu te disse, é para ficar com imagens dos ladrões, não é com as tuas!

E: Não me digas que também és daquelas pessoas que pensam que as câmaras só se ligam automaticamente quando há um roubo ou quando passa um ladrão, que a câmara descobre por magia….

M: … Olha, isso não interessa.

E: Pois…

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Esta conversa existiu mesmo e tentei reproduzi-la com o máximo de fidelidade embora a ordem de algumas frases possam ter sido, obviamente, trocada. Como registo fica que esta pessoa defende veemente a existência de bilhetes de identidade, não vê problema nenhum com a base de dados genética e concorda plenamente, sem pestanejar, com as políticas de vigilância de Carrilho, sem sequer conhecer os pormenores. Para ela, o Big Brother é um programa de televisão. Falar de George Orwell e de 1984 é como discorrer acerca do tipo de radiação de que as moléculas necessitam para alterar o seu estado de energia. No entanto, é absolutamente contra o porte de arma sem que esteja permitido e registado pelo Estado. Curioso que se defenda simultaneamente a invasão do direito da privacidade (filmar a pessoa) e proibir ao mesmo tempo o uso de uma arma, mesmo quando há uma diferença enorme entre 3 segundos e 20 minutos, o que a torna esta pessoa numa defensora acérrima do estatismo na sua pior forma.

Que também fique para o registo. Esta pessoa define-se politicamente como “de direita” (seja lá o que isso for). Defende ocasionalmente Salazar e a Mocidade Portuguesa, critica frequentemente o 25 de Abril e a “liberdade” e assume posições racistas ou xenófobas quando é conveniente. Fala mal dos comunistas. De facto, por defender a liberdade, tanto económica como de expressão, etc. já foi etiquetado mais do que uma vez de comunista por esta pessoa, o que é deveras interessante. Um marxista como eu a defender a burguesia. Imagine-se....

Em resumo, é uma mistura de estatismo, intervencionismo e autoritarismo na sua pior forma. Alguém que podia ser amigo de Hitler, Salazar, Mussolini ou mesmo Estaline. Tudo socialistas da pior espécie.

A conclusão de tudo isto é, de que adianta termos um blogue com tanta informação se quem o lê são os que concordam connosco, enquanto os palermas da sociedade que andam por aí não se importam de todo? E se aparecem por aqui ainda se põem aos insultos porque atacar o estatismo é como chamar a mãe deles para a conversa.

É durante conversas como esta que a moral vai abaixo. E infelizmente, sair à rua ou falar com gente em Portugal, implica 99,999% das vezes esbarrar com este tipo de pessoas.

Tuesday, September 20, 2005

Falta de espelhos

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A capa é de Setembro de 2005. O slogan é de 1986 (apenas 19 anos).

E depois há quem tenha coragem de dizer que a "direita" é que é reaccionária...

- Soares é fixe e o povo que se lixe -

Toca a votar no PCP


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Prémio de Frase Idiota da Semana:

«PS só faz política de esquerda quando coligado com o PCP»

– Ruben de Carvalho

Aconselho o pessoal que tem andado a votar todos estes anos no PS, PSD e CDS a passar a votar no PCP. Parece que afinal apenas o PCP é de esquerda. Agora até já o PS é de direita.

Daqui a 10 anos, quando existir um partido à esquerda do BE na Assembleia, passaremos a ouvir o Manelinho Louçã (um familiar qualquer do outro Louçã), deputado do BE, a acusar o PCP de ser "a direita capitalista, defensora de políticas coniventes com o neocolonialismo fascista das vertentes mais selvagens do neoliberalismo, próprios de potências imperialistas e desrespeitadoras dos direitos sociais."

Espantoso.

Sunday, September 18, 2005

Realpolitik dos votos...

... ou como ganhar eleitores falando nos EUA

Schroeder chama indecente a Merkel por posição sobre Iraque

O chanceler, quase afónico, pôs depois a tónica na defesa da segurança social, «ameaçada pela coligação de direita» para terminar evocando o balanço da política externa do Governo cessante, «pacifista» e pró-europeu.

«Durante este tempo, do outro lado, eles apanham o avião para ir para os Estados Unidos», ironizou, numa alusão à política atlantista de Angela Merkel.


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"Cartaz do SPD de Schroeder, utilizado nestas eleições alemãs. A legenda diz: Ela (Merkel) teria enviado soldados."


(via PeterBlood goes to Lisbon)

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German rivals make final appeals

"Think about bringing grandma and grandpa with you," he yelled in a hoarse voice, "but only if they're going to vote for the SPD." - Gerhard Schroeder


(Democracia à Louçã)

Descubra as diferenças

Analysis: Reforming Europe's social model

"Some have suggested I want to abandon Europe's social model," Blair told the European Parliament last month. "But tell me: what type of social model is it that has 20 million unemployed in Europe, productivity rates falling behind those of the United States; that is allowing more science graduates to be produced by India than by Europe; and that, on any relative index of a modern economy -- skills, R&D, patents, IT -- is going down not up."

Tony Blair, Primeiro - Ministro do Reino Unido, Julho de 2005 (Labour Party - esquerda)

A Menezes defende modelo de Estado Social Europeu

"O caminho deve ser o de personalizar, gerir bem, equacionar atitudes, ter bom-senso e assumir, de forma intransigente, um modelo de Estado Social Europeu a todos os níveis", defendeu Menezes.

Luís Filipe Menezes - Presidente da Câmara de Gaia, Setembro de 2005 (Partido Social Democrata - "direita")

Saturday, September 17, 2005

A coerência (do BE) é uma coisa bonita

Bloco critica Governo Civil por autorizar manif contra gays

A deputada do Bloco de Esquerda Ana Drago criticou hoje o Governo Civil de Lisboa por ter autorizado uma manifestação de extrema-direita contra os homossexuais, que disse "incitar ao ódio" e "pôr em causa" a segurança pública.


BE quer explicações sobre manifestação de militares

"No entender do Bloco de Esquerda, esta decisão assume contornos de extrema gravidade, pondo em causa a liberdade de associação e expressão, consagrados como valores fundamentais na Constituição da República Portuguesa", afirma o BE no requerimento.
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Liberdade de expressão mas só às vezes...e quando dá jeito.

Thursday, September 15, 2005

Carrilho is Watching YOU

Pedidos de videovigilância duplicam em Portugal

É o caso de Manuel Maria Carrilho, que defende a instalação de sistemas de videovigilância em zonas problemáticas da capital, nomeadamente no Bairro Alto e Ameixoeira. Mas, à luz da actual legislação, não é possível captar imagens num bairro inteiro e sem a autorização dos residentes.

(...)

Esta não é a primeira vez que um político fala em sistemas de videovigilância, sobretudo com o argumento de que deve ser garantida a segurança de pessoas e bens. "É um fenómeno que se está a massificar e aparecem situações completamente injustificadas", sublinha um membro da CNPD.

(...)

Este ano, a CNPD recebeu 44 queixas de pessoas que reclamaram por estarem a ser vigiadas, nomeadamente nos locais de trabalho, e que se recusavam a que as suas imagens fossem captadas.


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Ao vaguear por Lisboa encontram-se diversos cartazes autárquicos espalhados, ocupando vastas porções da área disponível ao campo visual. Para um país de candidatos socialistas, é quase irónico ver tal afronta às vistas panorâmicas e ao ambiente, que poderia ter outro aspecto mais “ecologicamente correcto” nos meandros da capital.

Entre os típicos cartazes políticos que tentam convencer os mais alheados da vida do poder, há um que se destaca pela repulsa que causa. Refiro-me, não ao cartaz de Carmona Rodrigues, com cara de cãozinho maltratado a fazer beicinho, mas ao de Carrilho. Aquele que diz qualquer coisa como "Videovigilância em Lisboa nos Bairros mais perigosos".

Como bom político que é na sua arte de sofista, Carrilho joga com as emoções dos eleitores para que possa atingir os seus objectivos – ser eleito para a CML. A mensagem subliminar presente no cartaz é a de que Carrilho propõe uma solução para o problema do crime em Lisboa. Habituados à falta de soluções, ou melhor, à falta de soluções eficazes, e a gostar de medidas revolucionárias que aparentemente rompem com o sistema (quando na verdade o continuam a perpetuar de forma mascarada), os eleitores concordam com a ideia. Quando se comenta o cartaz, o primeiro que apontam é logo “então e não há crime em Lisboa? Tem que ser, tem que ser, é para apanhar essa ladroagem” ou então “acho muito bem, assim eles vão ter medo porque sabem que vão estar a ser vigiados”.

A falta de tacto ao aceitar este projecto político de Carrilho revela-se através da concordância que é dada pelos simples cidadãos que formam o aglomerado de eleitores. Grande parte desta gente não mede as consequências da ideia, optando pela aplicação de uma aceitação psicológica da estratégia os fins justificam os meios. A frase de Carrilho ajuda porque é extremamente vaga. Fala em “vigilância”, palavra associada à segurança, e em “perigo”, o que faz apelar ao medo das pessoas para que involuntariamente concordem com os seus planos. Desta forma, não é estranho que as pessoas reajam como têm reagido, usando uma espécie de negação sintomática demonstrada no seu “acho bem, é para acabar com o crime”. Se qualquer medida que pretenda acabar ou diminuir o crime pode ser justificada desta forma, também poderíamos defender a lobotomia das pessoas à nascença. Ou a extinção total da espécie humana com o argumento de que “é para acabar com o crime…ou julgam que não há criminosos por ai à solta?”.

Quando um político – que à partida já é um criminoso – surge com uma ideia que retira liberdade às pessoas ou, melhor ainda, sugere uma ideia vaga e suspeita e as pessoas aquiescem e até saem em defesa de dito político, há algo de muito errado. Não só naqueles que pecam pela negligência mas especialmente naqueles que cooperam com este voyeurismo a terceiros. Muitos dos que defendem Carrilho acham que a medida será só aplicada aos outros, aos “criminosos”, esquecendo (talvez propositadamente) que também serão eles vigiados e tratados como potenciais criminosos. A questão não reside em impedir sistematicamente que existam câmaras de vigilância (desde que existam de acordo com a permissão dos visados, em casos específicos) mas sim que seja um sistema público a implementá-las, também num espaço público. Mais ainda que o sugira fazer de uma forma extremamente abstracta. No cartaz não são mencionados os tais bairros. Não são referidas as formas como os protocolos de segurança vão ser implementados. Não se indica como vai ser feito o tratamento dos dados. Em suma, não se diz nada. Simplesmente, joga-se com o medo da insegurança e as estatísticas evidentes relativas ao crime. Os visados, inconscientemente, aceitam a mensagem e passam a advogar a sua aplicação.

Quando confrontados com a realidade ouvem-se frases deliciosas como “não, não é para nos vigiar a nós, é aos criminosos!”. Como se instala uma câmara num determinado local para vigiar apenas um grupo de pessoas, sem afectar todos os outros que o frequentam? A ingenuidade desta gente deixa-me surpreendido pois deve julgar que as câmaras de vídeo têm um alarme, activado por ultra-som, que faz com que a película comece a gravar apenas quando um ladrão se digne a passar em frente dela.

A implementação de quaisquer medidas deste género associadas à ilegalidade de porte de armas, bases de dados genéticas, sistemas de identificação nacional, etc. apenas faz parte do típico esquema de controlo sobre o indivíduo. Como esta permissão do controlo não nasce de uma forma natural, torna-se imperativo incutir nas camadas mais insurgentes da população uma mentalidade de servidão para com o Estado, que é precisamente o que os governos desejam fazer.

Tudo isto é apoiado por pequenos pormenores como aquele do Big Brother; quando se fala em Big Brother as pessoas pensam que se está a falar de um programa televisivo, ignorando por completo a origem do nome e a razão pela qual surgiu. Orwell tentou avisar as gerações futuras porque viveu a era do auge comunista. Orwell conheceu e imortalizou o resultado do controlo do Estado. Contudo, as pessoas continuam a ignorar o trabalho deste Blair. A primeira vez que expliquei a alguém de onde vinha a expressão Big Brother fui confrontado com uma resposta ao bom estilo dos que vêem a verdadeira realidade como uma coisa muito bizarra – “mas do que é que estás para aí a falar?” Para essa pessoa, o Big Brother era o Zé Maria, a Teresa Guilherme e o Pedro Miguel Ramos. Orwell, 1984 e outros tópicos mais complicados como o colectivismo oligárquico (que eu ainda desconhecia na altura) eram demasiado complexos para serem discutidos abertamente, o que, aliás, explica a conivência das pessoas com todos estes programas políticos.

A sociedade paga caro pela sua ignorância e pelo envenenamento efectuado via classe política e meios de comunicação social tradicionais. Isso nota-se particularmente na pouca atenção que, ao longo destes anos, tem sido dada a estes tópicos. O último grande exemplo é o da base de dados genética. Agora o da campanha de Carrilho, que, com um programa que aparentemente viola os direitos mais básicos do ser humano, se arrisca a ganhar o tão desejado trono da Câmara Municipal de Lisboa.

Início do Admirável Mundo Novo em 2005 II

Base de dados genética é mesmo para avançar, diz Governo

O secretário de Estado Adjunto da Justiça, José Conde Rodrigues, anunciou hoje que Portugal vai dispor, até ao final da actual legislatura, de uma base de dados genéticos para auxiliar a investigação criminal e identificação civil.

Após a sessão inaugural do 21º Congresso da Sociedade Internacional de Genética Forense, a decorrer em Ponta Delgada, José Conde Rodrigues adiantou que o Governo está "empenhado" na concretização de um projecto que exige "muito cuidado e trabalho prolongado no tempo".

(...)

José Conde Rodrigues referiu ainda que a base de dados poderá ser também útil em matéria de identificação de cadáveres numa situação de catástrofe, semelhante à que ocorreu recentemente nos Estados Unidos da América com o furacão Katrina.

(...)

António Amorim, do Instituto de Patologia Molecular da Universidade do Porto, defendeu que o projecto da base de dados deve ser mais "ambicioso" do que a mera identificação criminal, já que esta ferramenta pode aplicar-se às catástrofes naturais.

"Muitas vezes tínhamos em nossa posse informação suficiente para resolver alguns problemas de ordem criminal e de identificação, mas não a podíamos utilizar", admitiu António Amorim, realçando as "muitas vantagens" que poderão advir da criação da base de dados.

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Aos defensores desta medida só falta argumentar que deviamos catalogar todos os habitantes do mundo para poder identificar os infiltrados, em caso de invasão extraterrestre.

Tuesday, September 13, 2005

Início do Admirável Mundo Novo em 2005

Mais novidades acerca da base de dados genética. Artigo publicado pelo DN.

Base de dados genética avança

«A criação de uma base de dados genética avança já este ano em Portugal. O Ministério da Justiça vai nomear um grupo de trabalho para ouvir as instituições com responsabilidades nesta matéria e estabeleceu já uma prioridade a investigação criminal. Uma das primeiras questões é saber se a base de dados inclui apenas condenados ou também os suspeitos de prática criminal. Para mais tarde fica o registo de todos os portugueses - inscrito no programa de Governo - para situações de protecção civil e salvaguarda da identificação em situações de catástrofes.

(...)

Como "o País tem recursos limitados", os primeiros passos vão no sentido de preparar a base de dados, do ponto de vista tecnológico, para a "investigação operacional". A criação de um registo genético para identificação civil - e que possa ser acedido para cruzamento com informações de processos criminais - ficará para depois. Duarte Nuno Vieira, presidente do INML, concorda com o modelo e defende a criação da base de dados.

(...)

Portugal é dos poucos países da Europa ocidental que ainda não tem qualquer base de dados genética para investigação criminal. Por isso, defendeu já Francisco Corte-Real, do INML, é preciso avançar. O modelo que apresenta - apenas com registo de condenados - é dos mais conservadores, mas também há propostas que alargam o âmbito da base à população em geral, como a que é defendida por António Amorim, do Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto. O essencial, esclarece, é a tutela da base, que deverá ser não-governamental e sujeita a duas instituições diferentes.


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Devido aos aparentes "recursos limitados" a medida aplicada a todos os cidadãos ficará em espera. A confirmar-se, esta notícia é excelente porque nos dá a todos a oportunidade de organizar as coisas de forma a mudar para outro país o mais rapidamente possível.

Artigos anteriores sobre a base de dados genética:

Dá-me o teu ADN, dir-te-ei quem és

Ainda a base de dados

Portuguese do it better

A coerência é uma coisa bonita

Palestinianos começaram a destruir sinagogas em Gaza

Os palestinianos começaram a destruir esta segunda-feira as sinagogas dos antigos colonatos israelitas da Faixa de Gaza, depois da retirada dos soldados israelitas, constatou um jornalista da agência France Presse.


Não sei que esperam os socialistas para começar a criticar a falta de liberdade religiosa na Palestina. Talvez os judeus não contem porque o "relativismo cultural" só abrange o Islão?

Ditch Holocaust day, advisers urge Blair

ADVISERS appointed by Tony Blair after the London bombings are proposing to scrap the Jewish Holocaust Memorial Day because it is regarded as offensive to Muslims.

They want to replace it with a Genocide Day that would recognise the mass murder of Muslims in Palestine, Chechnya and Bosnia as well as people of other faiths.


Obviamente, uma iniciativa bonita e solidária. Mas nesse caso devíamos também incluir as vítimas das purgas de Estaline e Mao, por exemplo. Curioso que ninguém fale destes números que, afinal, eram apenas alguns milhões em qualquer dos casos. Ou talvez haja dois pesos e duas medidas?

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P.S. - Mais curioso ainda é que alguém se sinta discriminado por uma homenagem àqueles que foram discriminados.

Sunday, September 11, 2005

Futurologia para o CEI

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Segundo o PortugalDiário, foi ontem inaugurado o Centro de Estudos Ibéricos, uma iniciativa conjunta da Câmara da Guarda, do Instituto Politécnico da Guarda e das Universidades de Coimbra e de Salamanca.

O objectivo primário do CEI é a cooperação académica a nível do ensino, investigação e tudo o que envolva um factor cultural comum aos dois países ibéricos. As áreas em que esta cooperação vai incidir são para já as seguintes: Literatura, História, Filosofia, Geografia, Sociologia, Economia, Direito e Relações Internacionais.

Embora esta iniciativa seja de louvar, aguardam-se a qualquer momento comunicados exaltados de Ribeiro e Castro (CDS-PP), Alberto João Jardim (PSD) e Marques Mendes (PSD) acerca da invasão espanhola na cultura portuguesa, na economia portuguesa, etc. Claro que estes ditos líderes terão que explicar aos incultos cidadãos, como eu, por que razão Luís de Camões e Gil Vicente escreviam em castelhano. A razão pela qual a Galiza fala português e o português provém do galaico-português.

Seria também conveniente que explicassem o que faziam os Lusitanos na Meseta Central e todo o historial genético que é comum aos diversos povos da Península. Também teriam que explicar a razão pela qual o Português e o Castelhano têm uma sintaxe tão próxima e os departamentos de línguas em várias universidades inglesas e americanas ensinam "Spanish and Portuguese Studies" quanto à História e à Literatura, entre muitas outras coisas. Talvez também a existência de palavras como "esquerda" na Língua Portuguesa, palavra que provém de uma língua do outro lado da Península. Já agora, o Mirandês. Sim, porque os dialectos leoneses são de Espanha, não?

Muito para esclarecer. Até porque muita gente chama os espanhóis de nuestros hermanos mas não sabe muito bem porquê. No entanto, ódio xenófobo barato é o que por aí não falta, como se os espanhóis (ler castelhanos, bascos, catalães, galegos, extremenhos, etc.) fossem todos filhos do anticristo. Isto quando estamos a falar de povos que se misturaram mais entre si do que com o resto da Europa.

Mais uma vez se entende como a política e a ideia de Estado conseguem endrominar as mentes dos povos com extrema facilidade, até mesmo quando a zona do Portugal de hoje em dia foi repovoada após a Reconquista Cristã.

In Memoriam 9-11

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Há 4 anos estava eu em casa. E o terror chegou. Na altura também muitos se regozijaram com o sucedido (à semelhança do Katrina). E não foi apenas nos países muçulmanos.

– Em memória das vítimas do 11 de Setembro –

Saturday, September 10, 2005

O Rico = O Mau e o Vilão

Flat, n'A Arte da Fuga

Quem se opõe politicamente à flat tax argumenta que é injusta. Com um sistema de flat tax, os ricos pagam mais que os pobres, na proporção dos seus rendimentos, mas os seus detractores insistem que é preciso fazer com que "os ricos" paguem proporcionalmente mais.

Aproveito para mostrar o aparente programa do Platforma Obywatelska que, dentro do panorama político português, seria muito bem-vindo.

  • Flat tax rates: 15% personal income tax (PIT), corporate income tax (CIT), and % VAT.
  • Tertiary education reform, with equal rights for private and public universities.
  • More cash spending should be done by local government, less by central government.
  • Privatization and demonopolization.
  • Direct elections of mayors and governors.
  • Private health care.
  • Majoritarian parliamentary elections.
  • Labor law reform.
  • Narrowing privileges of trade unions.
  • Teaching economy in all schools.
  • Giving the National Bank of Poland full control over monetary policy.
  • Allowing private landlording.
  • Lowering the number of MPs in the Sejm from 460 to 230, and depriving them of parliamentary immunity from prosecution.
O Insurgente refere também que os Tories estão a considerar a medida.

Os militares são enteados

Militares não desmobilizam 'manif'

A manifestação dos militares dos três ramos das Forças Armadas que estava prevista para a próxima semana, dia 13, foi ontem proibida pelo Governo Civil de Lisboa.

Quem tinha dito que a maior conquista do 25 de Abril havia sido a liberdade de expressão?

Friday, September 09, 2005

Make TRADE, not War

Artigo obrigatório na Libertad Digital.


La libertad económica es casi 50 veces más efectiva en la prevención de la paz que la democracia, según el último informe sobre la libertad económica en el mundo de los institutos Cato y Fraser. Un año más, el país económicamente más libre del mundo es Hong Kong. El estudio revela que cuanto mayor es la libertad económica, mayor es el crecimiento, la inversión per cápita y la renta generada por los más pobres. Por el contrario, menor es el trabajo o la mortalidad infantil.

(...)

Otro de los hallazgos del informe anual sobre libertad económica en el mundo es que cuanto más libre es un país, mayor es su desarrollo humano.

(...)

Estos resultados son consistentes con el hecho de que cuanto mayor es la represión económica, mayor es la mortalidad infantil y adulta, menor la esperanza de vida y son mayores el índice de desempleo y el de analfabetismo.

(...)

El índice de pobreza, según lo define las Naciones Unidas, es mayor en las economías más reprimidas que en las más libres.

(...)

Pero lo más original de la última edición del EFW es un estudio específico destinado a evaluar la contribución de la libertad económica a la paz. La relación entre el comercio y la integración económica y el mantenimiento de la paz ha sido descrito por muchos autores, de Adam Smith o Richard Cobden a Ludwig von Mises. El informe recoge los datos sobre los conflictos armados que hay en el mundo y los relaciona con los datos propios sobre la libertad en las relaciones económicas. El resultado es que, si bien la expansión de la democracia ayuda al mantenimiento de la paz, la libertad económica contribuye hasta 50 veces más a la paz mundial.


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Aqui ficam as ligações para as fontes originais:

Economic Freedom of the World (Cato Institute)


Economic Freedom of the World (Fraser Institute)

Portugal, como seria de esperar, aparece em lugar de destaque - 34º. Menos liberdade económica em países da Europa Ocidental, só mesmo em França (38º), o bastião do socialismo europeu, e em Itália (54º), o bastião da corrupção.

10 Downing Street, São Bento

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Nova era para Tróia

Uma operação a que assistiram cerca de 300 convidados, entre eles o primeiro-ministro, José Sócrates (que accionou simbolicamente a implosão), o empresário Belmiro de Azevedo e autarcas da região.

Os trabalhos de preparação dos dois edifícios foram feitos por uma empresa inglesa, contratada pelo grupo Sonae, que colocou cerca de 95 quilos de cargas explosivas nos pontos mais frágeis, para provocar a implosão das duas torres.

Ficou-se a saber o porquê de um countdown e não de uma “contagem descrescente”. A demolição foi feita por uma empresa britânica e não por Sócrates como ontem se imaginava. Resumindo, todo aquele circo foi literalmente para inglês ver.

Como Sócrates não consegue demolir duas torres sozinho sem a ajuda dos ingleses, talvez seja boa ideia chamar também Tony Blair. Isto porque Sócrates não parece ser melhor primeiro-ministro do que (des)construtor civil.

Mais fãs do Bono

São notícias como esta que me deixam sempre de pé atrás quanto às campanhas para erradicação da pobreza no mundo.

Activistas da campanha «Pobreza Zero» vão pôr a tocar os seus despertadores esta sexta-feira à noite frente ao Palácio de São Bento, em Lisboa, para «despertar» o primeiro-ministro, José Sócrates, para a luta contra a pobreza.

«Queremos que a luta contra a pobreza no mundo passe a ser prioritária na agenda política do primeiro-ministro e na discussão do orçamento de Estado», disse à Agência Lusa Joana Pires, uma das coordenadoras da campanha em Portugal.
Despertadores tocam em São Bento para sensibilizar Sócrates



Se estes activistas se preocupam tanto com a pobreza no mundo porque não fazem as suas críticas aos regimes corruptos que eles sustêm? Outros dos graves problemas reside na falta de liberdade que se verifica em muitos destes países. Porque não lutam eles contra o desrespeito pelos direitos humanos (incluindo o da propriedade que é sempre ignorando) em vez de se resumirem a uma campanha politicamente correcta sobre a ajuda aos “pobres do mundo”?

Não compreendo a intenção de fazer isto em Portugal. Mais valia que o tivessem ido fazer para a Eslovénia. Caso ainda não tenha percebido, Portugal é o país mais pobre da Europa dos 15 (e não só). Em breve, talvez o da Europa dos 25. Os dirigentes da “Campanha Zero” caem na contradição de pedir aos pobres que fiquem mais pobres para eliminar a pobreza porque já se sabe que os fundos estatais são financiados pelos contribuintes, obviamente.

Que melhor demonstração de ingenuidade poderão demonstrar estes senhores ao não pedir que os mercados europeus se abram aos outros países mais pobres, sem tantas restrições? A solução para o crescimento é a do comércio livre, não a da injecção constante de fundos que, muito provavelmente, nem chegam ao destino pretendido.

A campanha “Pobreza Zero” resume-se ao que já estamos habituados a nível deste género de campanhas ao bom estilo Imagine de John Lennon. Uma espécie de socialismo que “facilite” o acesso aos bens por parte da população. Talvez o herói afinal seja Fidel Castro.

P.S.: Que fique registado que li o Manifesto da “Pobreza Zero” mas não dou a ligação para o projecto. Estava a sentir-me mal só de ler a apresentação dos "argumentos" para a campanha.

Thursday, September 08, 2005

Miradas simbólicas

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"O primeiro-ministro português accionou o detonador que provocou a demolição"

Sapo/Lusa

Wednesday, September 07, 2005

Os anarco-estatistas

Esta sondagem mostra que as críticas às respostas dadas pelos vários níveis de autoridades envolvidas estão bastante divididas, não sendo unânime aquela crítica a Bush que a nossa imprensa quer fazer crer. Mas, também o facto é que, em Portugal, a imprensa quase só ouve gente ligada ao partido democrata e cita os jornais que quiseram eleger Kerry.


Apesar de tudo

Isto faz-me lembrar que os telejornais de hoje, na SIC e na TVI demonstravam uma indignação relativamente à forma "repressiva" como a retirada de Nova Orleães está a ser feita. O exército está a retirar as pessoas das casas a bem ou a mal. Resumindo, está a forçá-las a sair.

O mais intrigante é que agora os jornalistas de ditos canais utilizam expressões de compreensão para com os que ficaram para trás, afirmando que é o seu direito a ficar, numa estranha reviravolta ideológica que passou a ter como base o direito à propriedade e à decisão individual. Ora, não eram estes mesmos canais que há uma semana atrás criticavam fortemente a actuação "passiva" do governo federal? A falta de planos de evacuação? (quando muita gente ficou para trás - como é noticiado hoje - precisamente porque não deseja sair).

Como se consegue passar de estatista a anarquista numa semana? Que pergunta estúpida. Qualquer coisa que seja americana serve para dizer mal. Não interferiram na vontade das pessoas mesmo que isso as prejudicasse? Mal. Interferem na sua liberdade individual para as retirar de uma cidade-fantasma? Mal.

Criticar os EUA não é ser anti-americano. Criticar os EUA por tudo e por nada sim, é ser anti-americano. Especialmente quando se critica porque “os americanos” fazem X mas, em simultâneo, porque “os americanos” não fazem X.

Portuguese do it better

Não, não estou a falar de sexo. É mesmo a nova retórica argumentativa para a base de dados genética que o governo deseja criar. Parece que, como os EUA e o RU já o fazem, então Portugal devia também fazer (provavelmente para que se tenha o prazer de dizer que foi feito “antes de Espanha e Itália”).

Governo estuda criação de base de dados genéticos


O Governo está a estudar a hipótese de criar uma base de dados genéticos, para ajudar a investigação criminal e a identificação civil, disse hoje à agência Lusa fonte oficial do Ministério da Justiça.

(...)

Na Europa Ocidental, Portugal, Espanha e Itália são os únicos países que não possuem esse mecanismo de informação genética, que existe em países como a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.


O mais preocupante é que esta notícia se baseia numa mentira pura. Não existe nos EUA nenhum sistema de base de dados genética. Nem no Reino Unido. Os registos criminais não implicam que toda a população esteja registada pelo Estado, ao contrário da medida que o governo português pretende iniciar.

Ambos os países têm um historial de rejeição de formas de identidade. Neste momento, a sociedade britânica enfrenta as intenções do governo em criar um bilhete de identidade biométrico. Esta medida do governo de Tony Blair está a receber oposição de grande percentagem da população, o que levou também à criação de grupos que se opõem veemente à implementação de tal sistema.

Quanto aos americanos, basta falar-lhes em bases de dados estatais para que comecem a pensar em emigrar para as Ilhas Caimão.

Jornalismo isento

A verdade é que a saga continua. Esta notícia da SIC, por exemplo, mereceu destaque na página principal do Sapo. Observe-se o título.

Resposta inadequada

Relatório responsabiliza Administração Bush pelas consequências do Katrina

A resposta da Administração Bush foi inadequada e existem dúvidas sobre a capacidade dos Estados Unidos lidarem com um possível ataque terrorista. Esta é a conclusão de um relatório preliminar da comissão independente criada pelo Congresso norte-americano para investigar a forma como o Governo lidou com as consequências do furacão Katrina.

Agora, leia-se não só o lead mas o corpo da notícia. Que contém? Nada. Nada de nada. Apenas fala da situação que se verifica na cidade, dos problemas e do que se está a fazer para os solucionar. Não há referência alguma ao tal relatório que é mencionado no topo da notícia e que lhe dá o título. Isto não é sensacionalismo jornalístico de base anti-americana? Então, é o quê?

Recomendo a leitura do texto do André n’O Insurgente.

Tuesday, September 06, 2005

Extra, Extra! Transporte grátis em Lisboa!

Promessas eleitorais - Transporte grátis para todos!!!

Carmona Rodrigues propôs ainda o alargamento do Lisboa Porta-a- Porta, um serviço gratuito de transporte de moradores proporcionado pela Câmara, ao bairro do Loureiro, junto à Avenida de Ceuta, para facilitar a deslocação das pessoas ao resto da freguesia de Santo Condestável e acesso a farmácias, mercados ou centro de saúde.


Não sei porquê mas esta medida faz-me lembrar a lógica do sistema de saúde cubano. Sim, aquele maravilhoso, o melhor do mundo! Melhor do que o dos imperialistas americanos! Este aqui.

Katrina e o anti-americanismo III

Em virtude dos últimos acontecimentos nos EUA denota-se um problema muito grande no resto do mundo. Percebe-se que as pessoas que não são americanas continuam a ver os EUA como se fossem um deus imbatível, intangível e intocável. Acabam depois por se surpreender pela força das imagens e pelos números da tragédia porque viam a “América” como um colosso inabalável.

O principal erro reside nessa crença. O segundo erro mais importante demonstra-se na inveja e no contentamento com o sofrimento dos outros. Por toda a Europa se observaram reacções de regozijo com o sucedido. Para justificar a sua alegria com a catástrofe utilizaram-se argumentações falaciosos baseados na raiva ideológica.

“Os americanos invadiram o Iraque, logo é bem feito”

“Os americanos não cumpriram o Protocolo de Quioto, é bem feito”

“Eles têm a mania que são os maiores, é bem feito que é para aprenderem”

“Têm a mania que são os polícias do mundo e isto acontece-lhes lá, é bem feito”

Estas justificações, típicas de um activista palestiniano, são repugnantes. Já todos percebemos que o Katrina foi devastador. Os estados do sul dos EUA costumam ter vários furacões por mês, o que explica a aparente passividade com que as coisas foram tomadas. Contudo, dias antes, avisaram-se as pessoas de que deviam retirar porque existia risco de inundação. Quem ficou para trás – dizem os sabichões, porque eram todos pobres e não tinham forma de sair – caem na contradição de depois dizer que é bem feito porque os EUA são um país rico. Se os EUA são um país rico e é bem feito então o que explica que haja pobres? Se os mesmos sabichões intelectuais da política assumirem que afinal há pobres então dirão que a disparidade económica nos EUA é muito superior à dos países europeus, afirmando que nos EUA só há estados ricos e depois há os estados pobres, o que é puramente falso. Segundo este estudo publicado pela Timbro em 2004 (obrigado ao Jorge Valín pela ligação) qualquer país europeu – à excepção do Luxemburgo – estaria entre os estados americanos mais pobres. É curioso ver a posição de Portugal que no estudo se encontra mesmo em último lugar, atrás de TODOS os estados americanos e europeus. Louisiana encontra-se a meio da tabela, quase ao nível médio nos EUA. Segundo esta notícia publicada no DN, NO tem 67% de população negra e 33% de pobreza. Logo, à partida, pelo menos metade da população negra não é pobre, assumindo que não existem outras “raças” pobres. A verdade é que toda a gente também viu imagens de “brancos” afectadas pelo desastre mas as cadeias televisivas preferiram, evidentemente, usar a imagem dos negros para oferecer mais impacto, não fossem este um tema de constante debate (histórico) nos EUA.

Outro dos aspectos relevantes é a definição de pobreza nos EUA, que pode ser consultada aqui.

Os números para 2004 podem ser visto aqui.

Como se pode ver a pobreza começa a ser delineada com um salário quase duas vezes superior ai salário mínimo em Portugal.

O outro factor que se torna extremamente importante – mencionada pelo estudo da Timbro – é o seguinte: os pobres dos países mais ricos vivem melhor do que os pobres dos países mais pobres, como pode ser verificado na página 21.

3.4 It is better being poor in a rich country than in a poor one


Poverty is a highly relative concept. As we saw in the preceding section, for example, 40 per cent of all Swedish households would rank among low-income households in the USA, and an even greater number in the poorer European countries would be classed as low income earnings by the American definition. In an affluent economy, in other words, it is not unlikely that those perceived as poor in an international perspective are relatively well off. The media image of the American poor is that they have great difficulties to contend with, that they are dossers, junkies and in various ways marginalised. There are of course such groups in the USA, and they are relatively large, but – and this is an important “but” – such groups exist in European countries too. There is also another image of poverty in the USA, namely that the great majority of those considered to be poor have a relatively good material standard of living. Examples are given below.


First of all, the percentage of poor people in the USA has diminished over time, concurrently with the growth of the American economy; see Table 3:1. In 1959, for example, 22 per cent of all Americans were living below the then poverty line. Today only 12 per cent are living below the present-day poverty line. Things have also improved for the black population of the USA, whereas for Hispanics the poverty percentage has changed little since 1972.


What does it mean to be poor in the USA? Major living standard surveys carried out in the USA at regular intervals show the poor to have a surprisingly high standard of living; see Table 3:2. A large proportion own their homes and have one or more cars. Domestic appliances of different kinds are also relatively common, as are one or more TV sets complete with video or DVD. Material prosperity, in other words, is high and not associated with the material standard of living which many people in Europe probably associate with poverty. Good economic development, in other words, results in even poor people being relatively well off. Quite simply, it is better to be poor in a rich country than in a poor one.

O mais vergonhoso nem sequer é que se debatam argumentos relativamente ao racismo e à questão da pobreza. Nem sequer que se discutam as falhas do sistema – que obviamente se deram (haveria, no entanto, algum outro local do mundo preparado para tal catástrofe?) mas sim que se limite a um sensacionalismo arrogante que permite que se façam perguntar completamente descabidas como a que se via há dias no portal do Sapo:

Votação
O que se passa em Nova Orleães é humilhante para os EUA?

Qual é o interesse repentino e descabido dos meios de comunicação social portugueses pelas questões politicas norte-americanas – como a responsabilização do governo federal? As declarações do Mayor (democrata) têm sido utilizadas ad nauseam pelos canais de televisão para demonstrar “inquestionavelmente” que a culpa é do governo federal. Mas talvez isso engane apenas os europeus em geral, e os portugueses em particular? Ao contrário de Portugal, os EUA são um país descentralizado. Se há alguém que culpar inicialmente é o governo estadual por não ter prevenido a situação anteriormente (como se um Estado alguma vez o conseguisse). O Brainstormz d’O Insurgente apontava, há já vários dias, um estudo publicado no von Mises Institute cuja leitura também recomendo. O João Miranda do Blasfémias afirmou uma coisa que também me passou pela cabeça enquanto lia as notícias da catástrofe:

“Se os portugueses fossem tão exigentes com os políticos portugueses como com os políticos americanos, Portugal seria um país bem mais desenvolvido.”


Estendo o comentário de JM aos meios de imprensa, que dificilmente criticam o estilo político português (aliás, apoiam todas as formas de estatismo) mas que se tornam incrivelmente lancinantes aquando de assuntos relativos às políticas externas e internas americanas. Então e que tal começar a pedir responsabilidades políticas pelos incêndios que devastam o país? E que tal pedirem responsabilidade pela quantidade de gastos inúteis do governo? E pelos investimentos públicos sem qualquer resultado visível? E pela falta de qualidade do ensino, nomeadamente o superior? O aumento constante dos impostos? As bases de dados que o governo deseja criar para controlar os cidadãos? E, embora seja pedir muito, pelo proteccionismo estatal que a todos prejudica?

Não. A imprensa portuguesa prefere o sensacionalismo. Prefere o jogo das emoções e a propagação da cultura de destruição. Mas acobarda-se. Aponta o dedo aos americanos (ou ao governo americano? Ainda não se compreendeu, se calhar os canais de televisão até são todos liberais) e gera discussões em torno das responsabilidades, etc. Já lhes ocorreu por acaso que também há assuntos de extrema relevância que deviam ser discutidos, além da telenovela das presidenciais? Irónico que sejam estes mesmos pioneiros do estatismo nacionalista os primeiros a dar uma prova tão ridícula de “globalização” desnecessária e absurda.

A blogosfera assume cada vez mais o papel de imprensa do futuro.

Monday, September 05, 2005

Xenofobias económicas II

PSD: Governo prestes a autorizar «à socapa» venda da TVI


Falando na sessão de encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Luís Marques Mendes salientou que «o problema não está no negócio privado», mas no facto «de a TVI ser um bem público».

«Portugal tem apenas dois canais privados e (o Governo preparar-se para autorizar que um destes se torne propriedade espanhola», sublinhou.

Para Marques Mendes, «a televisão é garante da língua e identidade nacional», que poderão estar em risco se o negócio se concretizar.

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Depois do CDS-PP, agora também Marques Mendes. Porque insistem em chamar a isto "Direita"? A TVI passou a ser um "bem público" e de lixo cultural torna-se em bastião da língua e cultura portuguesas. Marques Mendes enlouqueceu ou está a tentar esclarecer os indecisos de que é um verdadeiro (nacional-)socialista?

Sunday, September 04, 2005

Eclipse Solar

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A ver, em Outubro, num céu perto de si.

Portugal na rota de um Eclipse solar anular

No próximo dia 3 de Outubro, Portugal estará na rota de um eclipse do Sol anular, cuja linha central passará pelas regiões do Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, avançando depois para Espanha e África. (...) No máximo do eclipse, ver-se-á um anel luminoso a rodear o disco negro da Lua - e daí a designação de "eclipse anular". Os observadores espalhados pelo resto do território de Portugal poderão testemunhar um eclipse parcial.

Saturday, September 03, 2005

Hipocrisias governamentais

Teixeira dos Santos no seu melhor. Na própria tomada de posse dos seus directores-gerais (mais jobs para mais boys) e já com as típicas argumentações contraditórias.


Falando no final da cerimónia de posse de quatro novos directores-gerais, o ministro [das Finanças] reconheceu que a conjuntura económica é, sem dúvida, «preocupante» e desafiou o sector privado, que tem de ser o motor da recuperação, a reagir.

(…)

Na cerimónia de posse, o ministro das Finanças reconheceu que urge dar uma resposta ao momento difícil da economia portuguesa, sublinhando que a iniciativa privada «tem uma responsabilidade inalienável no esforço de inversão do actual clima de pessimismo e do fraco crescimento económico».


Então, é o sector privado que tem que ser o motor da recuperação. Muito bem.

Que palhaçada de declarações vêm a ser estas? O que dizer das centenas de PME’s que ameaçam fechar as portas por causa da sobrecarga fiscal? Ou seja, o Estado exerce, como refere Dos Santos (não confundir com outros Dos Santos que não pertencem à mesma família de larápios), um papel na “retoma da confiança dos agentes económicos, na criação de um ambiente macroeconómico e institucional favorável à competitividade, ao emprego e ao crescimento” mas em simultâneo afugenta os investimentos estrangeiros e impede os portugueses de os fazer.

Como é possível dizer, nas mesmas declarações, coisas completamente contrárias? O Estado obriga as empresas a pagar dezenas de impostos. O mercado de serviços (electricidade, água, etc.) não é livre. Existe intervencionismo estatal. As leis laborais são uma anedota. Criar uma empresa demora meses – o governo socrático usou a campanha da Empresa na Hora mas a verdade é que isso apenas cria a empresa mas não a licencia… – e sustê-la é quase um milagre. Contas, contas e mais contas. Contas a pagar directamente ao Estado. Contas a pagar às empresas controladas pelo Estado. Contas a pagar às empresas que detêm monopólios concedidos pelo Estado. Contas a pagar às empresas que, por sua vez, são afectadas pelas acções do Estado, influenciando negativamente o mercado por inflação artificial dos preços de venda. Qualquer produto comprado acarreta numerosos impostos. Os serviços implicam impostos e outras taxas (incluindo as indirectas). Há dias ficou-se a saber que são agora os próprios empresários que vão também financiar o sector público de audiovisuais! Dinheiro PRIVADO que vai para o ESTADO. Precisa de um desenho Sr. (sic) ministro? Como espera que os privados façam investimentos e revertam a situação económica quando cada vez mais o sistema lhes suga mais fundos? Que descaramento. Os empresários portugueses espremem as suas economias até ao último tostão para conseguir manter o negócio.

Quererá Teixeira dos Santos referir-se a investidores estrangeiros?

Chineses, talvez? Aqueles que têm os seus têxteis bloqueados?

Se queremos estimular o investimento privado porque o bloqueamos?

Para proteger os investidores nacionais?

Então por que razão os sobrecarregamos com taxas e burocracias?

Teixeira dos Santos, faça-nos um favor. Demita-se ou desista do seu ordenado pois é ele uma das causas dos nossos problemas. Como pedir aos empresários portugueses que funcionem como motor de reanimação da economia portuguesa se esta está estagnada ou mesmo em recessão precisamente por causa do intervencionismo estatal? Que brincadeira de mau gosto são as suas declarações? Aliás, qual é a sua utilidade? Ganhar uma fortuna para dizer aos empresários que são eles quem deve gastar (perder) mais dinheiro? Para que lhe pagam os contribuintes a si, então? Conselhos inúteis como esses podemos todos obter facilmente, aprendendo com os mestres Chávez e Castro na televisão.

Por favor. É como esfaquear um animal múltiplas vezes e pedir-lhe veemente que pare de sangrar para que o possamos continuar a esfaquear a nosso bel-prazer. Uma versão sádica de vampirismo que afunda cada vez mais Portugal.