A simpatia por Hitler valeu a Lars Von Trier um sinal proibido em Cannes. O cineasta foi declarado persona non grata pela direcção do festival de cinema francês, depois de ontem assumir-se "nazi" e declarar que compreendia e tinha simpatia por Hitler.
"O conselho de administração condena muito fortemente os seus comentários e declara Lars Von Trier persona non grata no Festival de Cannes, com efeito imediato", disse em comunicado a direcção do festival, citada pela AFP. (...)
O filme de Von Trier mantém-se em competição. Um participante da reunião do conselho de administração disse à AFP que foi pedido ao realizador para ser discreto. "Se ele ganhar o prémio no domingo, ordenou-se que não venha recebê-lo", disse a fonte. (...)
"O Festival de Cannes oferece aos artistas de todo o mundo uma tribuna excepcional para apresentarem as suas obras e defenderem a liberdade de expressão [dos antos: hã?!] e criação" e "e arrepende-se profundamente que esta tribuna tenha sido utilizada por Lars Von Trier para se exprimir com declarações inaceitáveis, intoleráveis, contrárias aos ideais de humanidade e de generosidade que regem a própria existência do festival", defenderam os responsáveis no comunicado.
Lars von Trier já veio esclarecer mais tarde que se tratavam de meras graçolas e que a imprensa internacional não entendia o seu sentido de humor escandinavo. Aquilo que von Trier já deveria saber é que uma pessoa de bem nunca se associa ao nacional-socialismo e, caso queira fazer uma piada deste género, é melhor jogar pelo seguro e dizer que é comunista ou admiradora uma figura comunista importante. A parte mais triste é que, em vez de risos, o mais provável é mesmo receber uma salva de palmas, como se pôde ver (no vídeo abaixo, aproximadamente de 4:10 a 4:25) na forma como o actor Benicio del Toro foi ovacionado em Cannes quando dedicou o seu galardão de melhor actor ao Carnicero de La Cabaña.
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