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Sunday, April 18, 2010

a arrogância fatal

O Eyjafjallajökull tem estado por aí a expelir uma nuvem de cinza há uns dias, causando perdas diárias de dezenas de milhões de euros, e ninguém sabe exactamente quando vai parar. Uns dizem que talvez mais uma semana, outros sugerem que, se for como a última erupção do séc. XIX, pode durar dois anos de forma intermitente. Outros dizem que de momento é impossível fazer qualquer previsão realista. É importante notar que, com a informação de que se dispõe e usando os modelos geofísicos mais modernos, não se consegue sequer prever quanto vai durar uma erupção mínima de um vulcão de relevância duvidosa (já alguém tinha visto aquele nome antes?), mas que, mesmo assim, pode ter uma influência significativa no arrefecimento do clima terrestre, como já aconteceu com outras erupções no passado. No entanto, todos os dias a imprensa nos diz que podemos saber exactamente como vai ser o clima terrestre daqui a 50 ou 100 anos e que devemos tomar medidas castradoras no presente para evitar esse cenário apocalíptico praticamente inevitável. Isto é um exemplo clássico de húbris.

Wednesday, April 14, 2010

desde que seja chinoca, não faz mal

Segundo a imprensa internacional, a contagem de mortos devido ao terramoto em Yushu vai em cerca de 400 pessoas. A notícia em grande destaque no Sapo é "Não há registo de portugueses na região", afirma Embaixador em Pequim (Lusa)", com o seguinte lead: "A Embaixada de Portugal em Pequim desconhece a existência de portugueses na região da China atingida hoje por um sismo que causou cerca de 300 mortos e 8000 feridos, disse à agência Lusa o embaixador Rui Quartin Santos.". OK, ainda bem que agora já podemos todos voltar às nossas tarefas quotidianas e esquecer o assunto.

Tuesday, April 13, 2010

Quem não deve, não teme

Nem sequer na casa de banho:
You can imagine my surprise after I paid my 50pence to use the public bathroom, walked in and found myself staring at not just one but three ceiling mounted video surveillance cameras. I had to get real close to their enclosures to convince myself that I wasn't seeing things. Not only was it really there, but it was a Pan-Tilt-Zoom model with a microphone to top it off. Must get some great noises coming from there. It has also been reported that London officials are now installing cameras with speakers to allow them to talk as well as see and listen. Perhaps its just me, but I had absolutely no idea that this was legal anywhere, let alone in downtown London, UK. Sure I knew that London has more cameras per square mile than any other country on the planet, but in bathrooms?! How are they getting away with that one? It is appalling!

According to the London Assembly of Liberal Democrats, London has been outfitted with over 500,000 surveillance cameras. Other put the number much higher at 1.4million cameras but nobody is telling what the real number is. Another few 10,000 cameras have been installed in taxis and police cars as well. Sounds a bit big brother to me folks, downright scary in fact. Now it gets scarier when you consider that the vast majority of these camera feeds are not sent encrypted across the wire. This makes hacking these video feeds trivial, just a simple wire tap.

Monday, April 12, 2010

ein Volk, ein Reich, ein Sprache

Este é um daqueles artigos surrealistas que de vez em quando aparecem na imprensa portuguesa:
Atraso na escolha do vocabulário oficial que contemple as alterações do Acordo Ortográfico, oferta excessiva de edições - que obrigará à intervenção do Governo -, falhas nos vocabulários já concluídos e perda de negócios penalizam agentes do sector e aplicação do tratado. (...)

D'Silvas Filho (...) recorre a este exemplo para demonstrar o que diz ser a clara diferença de actuação entre os responsáveis dos dois países, o que ameaça os interesses portugueses. "É tudo muito moroso. Mais uma vez, andamos, na língua, a reboque do Brasil", sustenta.

Aguardado desde o final do ano passado, o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa elaborado pela ACL encontra-se, finalmente, em fase de conclusão do original e será em breve entregue à Imprensa Nacional.

Quando vir a luz do dia, estarão no mercado três dicionários - da ACL, da Porto Editora e do Instituto de Linguística Teórica e Computacional (ILTEC)-, o que vai obrigar a que o Governo decida, em conselho de ministros, qual vai ser o vocabulário adoptado.

A SLP teme, por isso, que essa oferta excessiva acabe por atrasar ainda mais a escolha do vocabulário oficial, o que acarreta consequências gravosas a vários níveis. (...)

Por disporem já de um vocabulário aprovado, as editoras brasileiras poderão entrar em força em seis dos oito países de língua oficial portuguesa, já que apenas Angola e Moçambique ainda não assinaram o III Protocolo Modificativo. "Enquanto isso acontece, as nossas editoras vão aguardando por uma lei na língua do Português europeu", observa D'Silvas Filho. (...)

Mesmo que o tratado seja adoptado nas escolas portuguesas só a partir do ano lectivo de 2012/2013, como afirmou a ministra da Educação, "é necessário que os professores se formem com antecedência e que as editoras vão preparando os manuais escolares".
Não há um vocabulário oficial da língua portuguesa? Há demasiados dicionários no mercado? E agora, o que vai ser das nossas vidas? Ainda bem que temos governos para tratar destas coisas. Afinal de contas, devem ter sido eles que criaram todos os milhares de línguas naturais que os humanos utilizaram para comunicar entre si ao longo da História.

Saturday, April 10, 2010

Assim já fico mais descansado

"Mr Putin said he would personally oversee the investigation into the crash and that the bodies of the victims would be taken to Moscow for identification." [BBC News]